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Era tarde da noite quando San saiu da empresa. Geralmente ele ia de carro e deixava no estacionamento, mas naquele dia ele disse para si mesmo que seria bom caminhar para espairecer um pouco.

Mas, quando chegou na frente do prédio, encontrou Wooyoung encostado como se aguardasse algo muito especial.

Havia um detalhe muito importante sobre Wooyoung: ele estava com os cabelos azuis agora.

Era um azul bonito, azul marinho.

Haviam se passado três meses desde o nascimento de Nari, e sinceramente Wooyoung não aparentava ter dado a luz tão recentemente. Ele estava ótimo, lindo e em forma mais uma vez, agora sendo abraçado por suas camisetas largas e calças um pouco mais justas e rasgadas.

Causava um contraste absoluto o seu estilo rebelde e desordeiro com aquele mais comportado e formal de San, dentro de um conjunto social de tecido escuro e liso.

Foi uma surpresa encontrá-lo do lado de fora. Já havia alguns dias que ele estava tentando falar com San, porém este último limitava as suas visitas à interações com Nari. Ele não deixava faltar nada para ela e parecia aliviado quando podiam passar algumas horas juntos.

Partia o coração de Wooyoung ver o quanto San se afastou dele, embora compreendesse que os dois tinham motivos para agir como estavam agindo.

— Você trabalha demais — Wooyoung tirou os fones de ouvido, desgrudando da parede que usava como o seu apoio. — Aposto que foi o último a deixar o escritório hoje.

O coração de San estava acelerado. Ele adorava as mudanças capilares radicais que Wooyoung vez ou outra promovia — variava de acordo com o seu humor e disposição. Agora que não tinha mais nenhum empecilho, como uma uma gestação, Wooyoung decidiu que iria experimentar uma quantidade insana de cores até provavelmente ficar careca.

— Aconteceu alguma coisa? Nari está bem? — San tentou se manter calmo, pressionando a alça da pasta de couro com a sua mão.

— Eu deixei ela dormindo sob a supervisão do Hongjoong — disse, se aproximando. — Não aconteceu nada, eu só queria dar uma volta. Você tem um momento?

Hesitante, San engoliu em seco e encarou os lados, buscando um pretexto para fugir. Porém, quando notou, Wooyoung já estava com a sua pasta na mão e caminhando seguindo a linha reta do paralelepípedo como uma criança serelepe.

Não era novidade o quanto Wooyoung era persuasivo. Era notável que ele queria um tempo a sós com San e sentia falta dele. A história dos dois era do tipo difícil de dar um ponto final, e sinceramente ele estava se esforçando muito para escapar disso.

Suspirando, San o seguiu pelas ruas iluminadas de Seul, ainda movimentadas por aquele horário. Quando Wooyoung reparou que estava muito à frente, aguardou San alcançá-lo e então começou a andar ao lado dele.

— Já chegamos a fazer isso antes da gravidez ou do nascimento da Nari? — Wooyoung perguntou. — Seu cabelo está bonito, está mais curto.

— Obrigado — San permitiu que um sorriso suave adornasse seus lábios. — Acho que... não, nunca fizemos um passeio noturno como estamos fazendo agora.

— Só quando estávamos indo "dormir" em algum lugar — se lembrou com nostalgia. — Na primeira vez, você estava tão bêbado que disse que me amava.

— Talvez eu sempre tenha amado você — soltou uma risada amarga e Wooyoung parou, o encarando com surpresa. — Quer dizer... é claro que não é literalmente isso, até porque não nos conhecíamos e estávamos muito bêbados. O ponto é... pra onde você está me levando?

RAINBOW  |  WOOSANOnde histórias criam vida. Descubra agora