Pecado / Toge Inumaki

Capítulo X

Acordar em um lugar que não era sua casa era péssimo, mas acordar em uma escola no meio do nada sendo vigiado por pessoas desconhecidas era pior ainda. Lori acordou sentindo que sua mente havia sido rasgada, sem piedade com algumas lembranças vindo em mente e um olhar diferente do mundo.

Levantando o rosto o coçando um pouco para acordar de vez, notou a presença de Toge e se obrigou a sorrir como se nada tivesse acontecido, o rosto se tornando neutro não muito depois quando algo começou a rasgar sua mente.

— Juro que tenho uma explicação — Enquanto dizia isso, começou a se levantar com calma — Eu...

Com a exaustão de seu corpo, suas pernas cederam e antes que ele caísse, o pequeno, mas forte corpo pálido o segurou de maneira desajeitada. Lori se arrumou tentando obrigar sua perna a se mover para que ele pudesse sair dos braços de Toge, mesmo fraco, o perfume daquele garoto o atiçava de forma irreconhecível.

Os lábios de Lori se abriram deixando um sopro quente sair de dentro de seu corpo, aquele ato fez um arrepio subir como eletricidade pelo corpo de Inumaki que por pouco não o deixou cair 

— Tá tudo bem, eu consigo me levantar agora — O maior dizia tentando novamente se levantar.

— Folha de mostarda? — Lori encarou o platinado vendo as marcas em sua boca desejando traçar aqueles círculos com seus dedos.

— Terra chamando Lori — A voz de Maki chamou sua atenção — Não vai responder não, moleque?

—Desculpa, estava distraído — Falou notando o sorriso perverso nos lábios da de cabelo esverdeado — Estou bem... Creio ainda estar vivo, então estou bem.

— Você tá cheio de machucado — Ela apontou fazendo os olhos bicolores finalmente notar os rasgos que mostravam ter ralado o corpo em várias partes. Lori novamente tentou se afastar, dessa vez conseguindo com êxito.

— Isso? Tá de boa — Mostrando os arranhões com um semblante tranquilo, continuou — Eu não sinto dor.

Inumaki pareceu surpreso, demorando para voltar a realidade e por fim olhar para Maki com olhos que conversavam entre si e suspirando, a menina começou a se afastar — Vê se não demora a ir pra casa, Toge.

— Hum? — Sem entender o que havia rolado, sentiu os dedos de Inumaki circular sua mão o puxando — Onde está me levando?

O garoto puxou o celular digitando algumas coisas antes de mostrar para o maior que pegou e leu ainda confuso: levando para casa.

— Minha casa? — Ele fez que sim — Para?

Lori devolveu o celular, mas os olhos lilás de Toge pareciam responder bem sua dúvida. Encarando de forma obviamente preocupada o corpo cheio de arranhados e provavelmente vergões com seriedade.

— Oh, isso eu mesmo posso fazer... —Era perigoso demais ter apenas os dois naquele pequeno quarto, o que Lori poderia acabar fazendo com Inumaki o deixava ansioso, era como se estivesse enlouquecendo por um desejo que nem mesmo sabia quando começou a existir e quando destruiu sua sanidade — Eu posso me virar muito bem e isso aqui não é absolutamente nada.