Capítulo 1 - O início de tudo

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 A nossa história se inicia com um pássaro voando sozinho pelo céu de nosso reino, você provavelmente imaginaria que esta bela criatura voava sem preocupação, porém... Se apenas virássemos nosso olhar para baixo, veríamos uma guerra ocorrer. Parecia que os reis destes reinos, chamados de Arcana, Younia e Dandelion, não estavam nem um pouco felizes, os três reis alegavam que os outros estavam mentindo, eram argumentos convincentes, tenho que concordar, era difícil de identificar quem era o mentiroso. Basicamente diziam que eles estavam traindo o contrato de paz entre todos. E isso traria péssimos acontecimentos futuros, para qualquer um dos lados, e isso infelizmente, era um fato.
Bom, vamos deixar isso de lado por enquanto. Que tal voltarmos para o campo de batalha? Aquela situação não era nem um pouco bonita, sinceramente eu a citaria como uma chacina. A quantidade de corpos eram incontáveis, "monumentos" com cabeças penduradas para demonstrar superioridade e força, dava para ver no olhar de cada soldado independente do reino que eles representavam, eles emanavam desespero e tristeza.
Mas... O mais estranho era que um dos reinos, Arcana, estava com algo a esconder.

Quando praticamente tudo já estava perdido para eles, uma criancinha de cabelos sujos, com uma espada de lâmina fina um tanto incomum que ela portava em sua bainha e olhos amarelos que eram destacados naquela poeira forte, como um farol na neblina do mar. Ela começou a andar ao meio do campo de batalha, como se não ligasse para o que estava acontecendo. Até em um momento ela parou quase certeiramente no meio, um dos soldados de outro reino achou muito esquisito, mas como ele já não ligava mais para o que estava acontecendo, decidiu atacar a criancinha, sem mais nem menos... Parecia que os pensamentos de sua cabeça já não estavam mais a funcionar.
A criança permaneceu parada, intacta, até o soldado chegar perto demais, que sinceramente ninguém achou que seria um problema, até cravados dois segundos depois. Ninguém sabe exatamente o que aconteceu... Foi tão rápido, quando se deram conta aquele soldado já estava ao chão. Os outros soldados, mesmo com medo, perceberam que aquela criança, mesmo tão pequena, seria uma grande ameaça, e fizeram o mesmo que o outro que estava no chão. Aquele pequeno ser parecia ter tido a mesma reação de ficar parado e esperar, mesmo com tantos soldados indo em sua direção, os dois reinos inimigos de Arcana estavam indo para cima dele. No momento em que chegaram perto não era possível enxergar mais nada além de um clarão muito grande como se uma bomba tivesse explodido... Depois não se via mais nada, além dos corpos de todos os soldados atirados ao chão do campo, aquele pequeno serzinho havia sumido em meio aquilo. E nunca mais se ouviu falar dessa tal criança, cujo nome ficou conhecido como Luz na escuridão.

Bom, pelo menos não até hoje...
Então iremos agora para o reino de Dandelion. Após cinco anos do ocorrido, ou melhor dizendo, nos dias de hoje. Nossa futura rainha, Eleonor, estava se preparando para sua coroação. Ela só ocorreria daqui a um ano, mais ou menos, porém diziam os reis que ela já teria que se preparar desde agora. Eleanor estaria com 17 anos, faria 18 naquele mesmo ano, especificamente no dia 15 do mês de Agosto. Ela estaria bem nervosa para o acontecimento, afinal de contas, ela se tornaria rainha. Porém... Parecia que o nervosismo dela não vinha apenas disso, nem seus irmãos sabiam o motivo. Ela apenas... Parecia estranha dos dias normais, diziam eles que ela começou a demonstrar outro comportamento uma semana antes do início da preparação. Ainda assim era um mistério...


-Aaaaaaaa, que inferno! - Disse Eleonor caindo de costas em sua cama.

-Senhorita, oras por gentileza se acalme. - Uma das empregadas do castelo diz preocupada.

-Como eu poderia me acalmar Kaitlyn?! Meu subconsciente está em chamas! - Gestos com as mãos são proferidos pela princesa, enquanto estava deitada em sua cama.

-Mas senhorita... São só jardineiros...

-Não são só jardineiros! São monstros! Olhe o que estão fazendo com o jardim de trás! - A garota se levanta da cama e aponta pela janela o péssimo trabalho que os jardineiros estavam fazendo.

-É... A senhorita ficaria mais feliz se eu fosse lá... E falasse com eles em seu nome?

-Isso seria INCRÍVEL! Muito obrigada Kaitlyn, agradeço plenamente! - Ela dá um abraço na empregada.

Nisso Kaitlyn devolve com um sorriso e vai até o jardim. Eleonor senta em sua janela e admira lá fora enquanto a empregada estava puxando a orelha dos jardineiros. A morena os olha com um olhar calmo, porém... Um ar de tristeza ainda pairava, como se algo estivesse faltando...Foi então que...

-Com licença... Majestade, me pediram para vir me apresentar, recebi a oportunidade de trabalhar aqui, me chamo Aiden. - Disse a pessoa se curvando em frente a porta que estava aberta.

Eleonor estava tão distraída naquele instante, que até levou um mero susto. No momento em que ela olhou para a pessoa em sua frente, ela apenas... Respirou, como se a seriedade daquela pessoa fosse um calmante para seus delírios. Eleonor ficou ali escutando Aiden se apresentar, tinha cabelos brancos e que quase chegavam ao ombro, seus olhos incrivelmente amarelos e sua roupa, só era... De um estilo deslumbrante, como se aquela escolha de vestimenta fosse ideal para o momento.

-Ahn... Ah é, não precisa me chamar desse jeito, não gosto de tanta formalidade. E é um prazer. - Respondeu com um leve sorriso em seu rosto - Mas então, qual será seu trabalho aqui?

-De início eu trabalharia como mordomo, mas me disseram que a senhorita já não tinha mais uma empregada particular, e me mandaram vir falar com você.- Diz com um olhar estranhamente neutro. Não parecia que essa pessoa tinha outro tipo de emoção.

-Ah sim, minha antiga empregada se aposentou, mas... Se eu puder perguntar, quantos anos você tem?

-Eu tenho 17 senhorita.

-Uau! Você é bem nova se me permite dizer. Por que veio trabalhar aqui? - Ela dá uma leve apertada nos olhos por "intimidação".

-Eu prefiro não dizer no momento, senhorita, me perdoe.- Aiden de cabeça baixa se desculpa

-Ei, que isso, por favor, não precisa se desculpar, não sabia que isso era algo particular. Mas bem, já que você será minha nova empregada, eu irei te ajudar no que precisar, já que acabou de começar. Qualquer dúvida, pergunte a mim.- Diz ainda sentada em sua janela.

-Sim madame - Se reverencia.

-Ei, o que eu lhe disse? Sem formalidade. Me chame de Eleonor.

-Sim senhori- Quer dizer, Eleonor.- Novamente se reverencia. - Mas, se não for incomodo, posso te fazer uma pergunta? - O receio toma a cabeça de Aiden

-Claro, pode sim.

-Como sabe que eu sou "ela"?...

-Ah, bem... Você aparenta muito, e claro, me desculpe se eu estiver errada.

-Não, não, a senhorita está certa - Aiden é tomada por muitos tipos de pensamentos naquele instante - Mas eu poderia lhe fazer algo no momento?

-Primeiramente, parar de se referir a mim com formalidade, e segundo, pode arrumar meu quarto, está uma bagunça- A garota ri.

-Claro, me perdoe novamente.

Eleonor pensa que demorará muito tempo para que Aiden se acostume com seu jeito nem um pouco real.

Conto sem fimOnde histórias criam vida. Descubra agora