Capítulo 18 👽 - Porque

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Ely.

– Nós dois ajudamos um ao outro.– Sussurro.
– Vou querer saber mais quando ele chegar.– Admite.
– Se ele vier, como eu disse, estávamos brigados.– Afirmo.
– Ele virá, brigados ou não, Rael jamais deixaria que alguém morresse se ele pudesse evitar, ainda mais alguém que lhe estendeu a mão.– Ela diz.
– Gratidão..– Sussurro, eu queria mais que isso.
– Amizade.– Ela diz.– Mas agora eu tenho que voltar antes que o rei dê por minha falta.– Confessa.
– Como consegue aguentar...– Indago.
– Meu casamento foi arranjado assim como o de Rael e Ametista, na época, achei que não tinha escolha e fiz o melhor pelo meu reino mas se casar com alguém que se tem nojo é algo que não desejo ao meu filho, sei bem como é a sensação e espero de verdade que ele consiga se livrar disso porque eu estou de mãos atadas, num reino machista, a palavra que vale é a do rei e em caso do rei não estar, o conselheiro dele toma posso até o filho mais velho homem se casar e virar rei, eu sou apenas um apetrecho feito para gerar herdeiros e faz a vontade do rei.– Explica.
– Essa é uma vida da qual eu já teria fugido.– Confesso.– Sinto muito que tenha que vivê-la mas se esse é o destino de uma rainha, porque Ametista almeja tanto isso? – Questiono.
– Nem todos os reis tratam suas rainhas como um apetrecho, pense comigo, mesmo sem amor e com ódio dela, acha que Rael a humilharia? A rebaixaria? Sendo rainha dele ou não, acha que ele faria isso a alguém? – Pergunta e faço que não com a cabeça...
– Ela também sabe disso, sabe que terá uma boa vida como rainha ao lado dele, um príncipe que vale a pena, por isso quer tanto esse casamento, qualquer outra príncipe seria um marido horrível.– A rainha me diz.
– Eu entendo.– Afirmo.
– Bem, eu tenho que ir, assim que der eu retorno.–Diz e então se afasta sorridente.– Até mais Humana do meu filho.– Afirma e então vai embora.
Fico sozinha novamente com aquele carcereiro batendo nas grades mas mesmo assim, eu adormeço pensando em tudo que a rainha me disse, no casamento que Rael não tinha como escapar.

Rael.

Levava dois malditos dias de um planeta para outro e por isso eu demorei para chegar, não sabia como estavam as coisas em Urk e nem como Ely estava mas eu estava disposto a enfrentar qualquer um que fosse para soltar ela.
Minha nave para em frente aos portões de entrada da cidade, o símbolo nela indicava a realeza e quando desço isso guardas se curvam.
– Bem vindo de volta, príncipe.– Um deles dizem.
– Levem a minha nave para a oficina.– Afirmo
Não era nada bom para mim, estar ali.
A multidão na cidade me olha e enquanto eu passo por eles, se curvam.
– Sentimos sua falta, alteza.– Um deles dizem.
– Ainda bem que voltou, alteza.– Outro diz.
– Não sejam falsos, porque não contam a ele que tacaram tomate na humana que foi trazida para cá, ela foi acusada de deduzir o príncipe e se for o caso, ele gosta dela, vocês humilharam a mulher que ele gosta tacando tomates em praça pública com a príncesa Ametista assistindo e sorrindo.– Dona Cléo, que cuidava da barraca e frutas Afirma, desde criança eu ganhava frutas na barraca dela.
– O quê? O que vocês fizeram? – Pergunto e todos se calam.
– Achei que deveria saber, alteza, afinal, se for verdade os boatos, você tem sentimentos pela moça.– Ela diz.
– Eu vou apurar isso e se for verdade, aumentarei as taxas de vocês, todos pagaram se não com dinheiro, com a vida e quem tocar na dona Cléo, terá um destino pior que a morte.– Ameaço.
Sei que tentariam algo contra ela depois que eu saísse, simplesmente porque ela me disse isso.
– Sim Alteza – Sussurra.
– Quero que saibam que a mulher que humilharam, humana da Terra, é a minha esposa, nos casamos na Terra e isso faz dela, princesa consorte de vocês, queiram ou não, sabem o que acontece quando humilham uma princesa, não é? – Minto, tinha que dar alguma defesa a ela ou meu pai a mataria e isso também impediria o casamento com Ametista, mesmo em Urk, um casamento é um casamento.
– Não sabíamos.– Afirma, abaixando a cabeça.
– Vou resolver isso depois.– Concluo, sigo caminhando até chegar nas portas do castelo que são abertas assim que me aproximo, conforme caminho para a sala do rei, vários guardas se curvam.
Até eu entrar no grande salão, onde meus pais estavam

Andrômeda || Luan Santana Onde histórias criam vida. Descubra agora