NAJU.
Já faz uma hora que eu e a Castro estamos sentadas aqui na recepção esperando a minha mãe.
Nós chegamos aqui às 7:00 horas da manhã, fomos atendidas assim que chegamos e quando a gente começou a conversar com o médico, eu e a Castro tivemos que fazer várias "observações" sobre o estado de saúde da minha mãe porque a bonita falava como se tudo o que ela sentisse fosse bobeira e não como ela realmente vive fraca, com dores e várias outras coisas.
O médico até deu uma bronca nela por não ter vindo antes, sabendo que a nossa família não tem histórico bom no quesito saúde.
Para a minha infelicidade, ela não quis dar nenhuma suposição sobre o estado de saúde dela, ele optou por ver os exames e falar sobre o diagnóstico depois, eu achei um saco deixar a gente no escuro assim. Minha mãe pelo outro lado ficou calada, um pouco estranha e isso me preocupou, percebi que preocupou a Castro também.
Eu e ela não trocamos uma palavra também, é esquisito ficar do lado dela assim de novo, só eu e ela praticamente, em um silêncio tão desconfortável, da um margar na boca lembrar que o nosso silêncio um dia foi confortável e aquecedor.
nós nos tornamos desconhecidas uma pra outra.
Sinto uma vibração no meu bolso e pego, vendo uma ligação de "lulu irmã" , atendo e boto o celular no meu ouvido.
LULU: Finalmente atendeu essa joça mulher - ri fraco - como estão as coisas aí? já tem o resultado dos exames da sua mãe?
NAJU: Não, ela tá fazendo exames ainda e tirando a preocupação, as coisas estão bem sim. Por aí, como estão? - ouço ela estalar a língua.
LULU: Um saco né, depois que o pai viu tua foto lá, ele ficou mais chato ainda, minha mãe não ajuda, mas pelo menos ele tá enfiando a cabeça no trabalho dele ai saí cedo e chega tarde em casa - escuto barulho de carro.
NAJU: Tá na rua?
LULU: Sim, vim no sex shop, renovar o estoque - ouço uma risadinha - ontem fui pra cama com um guri tão chato, mas me comeu tão bem que eu tô quase mudando a minha definição de chato - rio.
NAJU: Toda vez você fala isso.
LULU: Reclama com os guri que são tudo chinelão, mas foi tri bom ontem.
NAJU: Imagino que tenha sido mesmo porque te agradar é difícil.
LULU: Sou apenas uma jovem camponesa que adora ser maltratada na cama e tratada como uma princesa fora dela - sorrio negando com a cabeça como se ela pudesse ver.
NAJU: Por favor, me poupe de detalhes sórdidos sobre a sua vida sexual.
LULU: Tu adora também que eu sei - riu - agora é sério, me diz como tá o curso aí? tá precisando de algo?
NAJU: Está bom e eu não tô precisando de nada, eu tô conseguindo lucrar bem com o trabalho e logo eu lucro o suficiente pra pagar o curso e tudo mais. Como está sendo a vida de uma recém formada?
Maria Luiza foi outra que não quis seguir os passos do meu pai e do vô dela, ela se formou em arquitetura ano passado, aos olhos do meu pai, essa profissão é orgulhosa o suficiente, mas a minha não, isso tudo é implicância com a minha mãe, porque além de ser um sonho meu, é dela também, não consegui entender esse ódio que ele tem pela minha mãe e tudo que é relacionado a ela, isso sempre foi assunto proibido dentro daquela casa.
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MINHA DONA É VOCÊ
Fanfiction📍 VIDIGAL, RJ Seis anos se passaram, e Ana Júlia retorna ao Morro do Vidigal com dois objetivos claros: concluir o curso de enfermagem e cuidar de sua mãe, Dona Arlete. O que ela não esperava era reencontrar um antigo amor da adolescência, que agor...