Desejo de Natal 6 - Me desculpe

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Adrien agreste sorri para mim. Me estendendo o anel.

- me desculpe, My Lady, eu tive que fazer isso.

- Seu gato idiota - sussurro, me jogando em seus braços.

Adrien me abraça, para ele é apenas a despedida de uma amiga, mas tenho certeza que entende porque estou chorando. Me aperta mais quando os soluços começam, como se também quisesse me proteger da curiosidade das câmeras.

- doze anos, My Lady - ele sussurra - desculpe acabar com tudo assim.

- Não! - me afasto de seus braços, segurando sua mão fechada sobre o anel. - eu não quero outro Chat Noir, você não pode me dar isso.

- Já está feito, BugBoo, todos sabem que era eu. Não posso continuar agora que sabem minha identidade.

Era, ele não "sou", porque para ele isso já é passado, mesmo que tenha acabado de tirar o anel. Eu quero Adrien, mas para isso preciso perder ChatNoir? Justo agora que os dois são a mesma pessoa?

- não... nós vamos...

- o Plagg já sabe o que fazer, ele já escolheu um portador novo, tivemos anos para pensar no assunto. - Adrien diz, mas de alguma forma não parece meu Adrien, parece Chat.

- você planejou me deixar? - me sinto arrasada. Se aquilo fosse só um impulso momentâneo era uma coisa, mas eles conversavam sobre isso por anos? sei que tivemos altos e baixos, mas não achei que ChatNoir estivesse infeliz.

- eu não podia te contar, My Lady - o anel está quente quando Adrien o coloca em minha mão, fechando meus dedos ao redor e o segurando assim. Tenho uma vaga noção dos flashs, das perguntas ao longe, mas tudo o que importa está ali, bem na minha frente. - Nós sabíamos que se algo acontecesse, que me impedisse de ser ChatNoir, você deveria ter outra opção. Uma que não conhecesse também, mas em quem pudesse confiar.

- não quero outro...

- é tarde para isso. Você vai ficar bem. - Adrien recua, soltando minha mão - E agora sabe onde me encontrar, podemos ser o tipo normal de amigos, quero te apresentar a Mari, é uma mulher incrível, você vai adorar.

Fico ali parada, olhando enquanto meu melhor amigo, meu parceiro, o amor da minha vida, desce as escadas, e é engolido por uma multidão curiosa.

- Você não é mais ChatNoir? Como conciliou a carreira de modelo e herói ao mesmo tempo? Quem mais sabia sobre sua identidade secreta? - as perguntas são feitas de uma vez só.

- Sem mais perguntas, já tenho que explicar muita coisa quando chegar em casa.

Adrien some na limusine, um carro que nunca usa, então imagino que tenha garantido, caso estivesse abalado demais para dirigir, agora que Chat não pode mais ir pelos telhados.

De repente estou cercada por repórteres, toda a atenção deles voltada para mim. Se eu sabia que ChatNoir era Adrien Agreste? O que significa para Paris não ter ChatNoir? Já escolhi o próximo ChatNoir? Tem como se candidatar a vaga?

É tudo culpa deles, de cada tabloide sensacionalista, cada coluna de fofoca. Se não fosse esses curiosos nada disso seria necessário.

Ignoro todas as perguntas, apenas viro as costas e vou embora. Sei que Adrien está indo para meu apartamento, para casa, como ele chamou.

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