✧*:.｡. Aonde Bruna Caccini acaba de se mudar para um prédio em um bairro pitoresco na Bahia. Ansiosa pela experiência de morar sozinha pela primeira vez, tudo está maravilhosamente perfeito. Ou estaria, se não fosse aquele seu vizinho lindo, mas des...
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- Quanto tempo Caccini...
Theo tinha suas mãos dentro do bolso da calça jeans clara e usava uma camiseta preta, diferente de mim e de Wagner que estávamos com camisas de manga longa, Theo deixava os braços a mostra para exibir as tatuagens que agora
Wagner olhava para ele estranho, os dois se olhavam estranho e meu medo maior era que Theo partisse pra cima do meu namorado. Respirei fundo e toquei o braço de Wagner, sorrindo levemente quando ele encontrou meus olhos.
- Vamos, vou mostrar para você o resto da fazenda.
- Tirou ele do asilo? Eu sempre soube que você gostava de caras mais velhos mas porra, quase um idoso? - Theo tinha um tom zombeteiro apesar da feição séria - Você já foi melhor, sabia?
Aperto o braço de Wagner com a mão e o puxo para a direção contrária da porta pela qual entramos. Eu conseguia ouvir os passos dele atrás da gente, passos calmos, lentos e pesados, como se ele estivesse esperando o momento certo para soltar mais uma das suas pérolas como fez anteriormente.
- Não retruca. Fica quieto.
- Ficar quieto? Esse moleque me chamou de idoso! - Wagner resmungou enquanto caminhava ao meu lado - Ele tem cara de maluco mas todo mundo sabe que remédio pra doido é um doido e meio.
- Não inventa!
- Eu ainda consigo ouvir vocês.
- Então feche os ouvidos, animal acéfalo.
Wagner tinha uma língua solta e afiada e Theo estava criando a desculpa perfeita pra poder bater em alguém. Era esse seu joguinho sujo desde o princípio dos tempos, aquela brincadeira de jogar a isca e esperar o peixe.
- Para com isso Wagner, não começa. E você Theo, eu não tenho nada mais com você e tão pouco quero me manter no mesmo ambiente, então dê um jeito de sumir da fazenda dos meus avós. - ele me olhava de cima a baixo, sua expressão era neutra, não demonstrava absolutamente nada - Mas você pode fazer melhor, pode sumir da vida dos meus avós. Poderia até mesmo sumir da sua própria vida! Tchau.
Apertei a mão de Wagner e o puxei com força para fora do estábulo. Eu estava tão puta que eu poderia tocar fogo no desgraçado, eu me sentia como uma pequena bomba perto de Theo. Ele causava um desequilíbrio dentro de mim, bagunçava tudo que um dia eu pensei em arrumar, era assim todas as vezes que ele retrocedia para a minha vida ou fazia menção de retroceder.
Tudo que eu gostaria ou tinha construído virava areia e era questão de segundos eu conseguia sentir tudo se esvaindo das minhas mãos. Eu engoli a seco e só parei de andar quando estávamos no meio do pasto, vendo alguns cavalos soltos comendo feno ou correndo pelo espaço delimitado para isso.
