Abri meus olhos assim que ouvi o barulho insuportável daquele maldito galo, que não parava de cantar por um só segundo.
Bufei de raiva pegando dois travesseiros e colocando-os nas orelhas, no intuito de eu não ouvir mais a cantoria desse animal. Porém não adiantou em nada. Bufei mais uma vez jogando os dois travesseiros no chão.
Fiquei ainda mais irritada quando veio na minha mente as recordações do jantar de ontem, e a grande e terrível notícia que meus pais me deram.
E ia trabalhar com Simone Tebet, justamente a mulher que eu mais odeio nessa terra, e nesse universo.
Minha vida não poderia ser pior.
Saí da cama pisando naquele chão frio, calcei meu chinelo indo até o banheiro, fiz minha higiene matinal enquanto ainda ouvia o barulho do galo. Rolei meus olhos ao mesmo tempo que eu escovava meus dentes.
Tomei banho rapidamente, pois a água estava muito fria.
Saí do banheiro indo até meu armário, vesti uma calça jeans azul, uma camisa de botões branca, calcei minhas botinhas marrom, coloquei meu chapéu de cowgirl e passei perfume em mim.
Me retirei do meu quarto descendo as escadas após passar pelos corredores, fui diretamente até a sala, vendo que meu pai estava lá deitado no sofá de três lugares, assistindo Pequenas Empresas, Grandes Negócios.
— Bom dia, pai. — Desejei me sentando em uma poltrona do lado do sofá.
Assim que ele me viu, foi logo se sentando no sofá.
— Bom dia, princesinha do papai. — Falou com sua ternura voz, estando sorridente. — Como passou a noite?
— Bem, eu acho. — Respondi dando minha atenção para a televisão.
— Você ainda está chateada pelo o que eu e sua mãe decidimos? — Ele perguntou me fitando.
Apenas dei de ombros por sua fala, enquanto ainda olhava para a TV.
— Se o problema fosse apenas trabalhar, poderia ser razoável 'pra mim , mas o real problema é que eu vou trabalhar 'pra Simone. — Cruzei os braços bufando.
— E qual é o problema?
— Eu não gosto dela, pai. — Confessei fechando minha cara, olhando para ele.
— Pensei que vocês duas haviam se dado bem. — Comentou pensativo..— Vocês estavam conversando muito daquele dia da festa.
— Não estávamos conversando, estávamos brigando. — Corrigir. — Coisa que nós sempre fazemos desde quando eu cheguei aqui.
— Bom... Talvez com você ajudando ela na fazenda, quem sabe vocês duas não se entendem e param de brigar. — Propôs vendo a TV.
— Acho meio impossível. — Fiz uma careta. — Simone Tebet tem um gênio muito forte, não vou me dar bem com ela nunca.
— Nunca diga nunca, filha. — Meu pai comentou depois de suspirar.
Vi ele se levantando do sofá indo até a televisão, desligando ela, depois virou-se para mim.
— Vamos tomar café? Tirei o leite fresquinho hoje da vaca. — Ele falou de modo sorridente. Com seu engraçado sotaque.
Eu apenas sorri assetindo para ele. Me levantei da poltrona indo junto com ele até a cozinha.
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