Skyfall

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Nick.

Ele se aproxima com passos firmes, sem sinal de embriaguez. Seu olhar encontra o meu, e por um momento, há um silêncio tenso entre nós. A noite parece ter deixado suas marcas em mim, mas Nick permanece inabalável.

- Alguém está tentando fugir da festa antes da hora - ele comenta, observando-me atentamente.

- Não é da sua conta - respondo, minha voz misturando-se com a frieza da madrugada.

Ele cruza os braços, avaliando-me com um olhar perspicaz.

- Você parece precisar de uma carona. Não acho que vá conseguir um Uber a essa hora.

- Eu vou a pé. Não preciso da sua ajuda - retruco, mantendo minha postura.

Dando um passo à frente, percebo que a bebida deixou uma marca mais intensa do que eu imaginava. Minhas pernas parecem frágeis, e a rua à minha frente se inclina em uma perspectiva desafiadora.

- Você realmente acha que vai conseguir andar até em casa assim? - ele pergunta, um leve tom de tédio toma sua voz.

- Eu vou dar um jeito.

Dando o primeiro passo, sinto um desequilíbrio repentino, e minhas pernas fraquejam. Nick, ágil como sempre, se move rápido para me segurar antes que eu caia.

- Você não vai a lugar nenhum desse jeito. Vamos, eu te levo.

- Eu disse que não preciso da sua ajuda - murmuro, embora minhas palavras soem menos convincentes do que eu gostaria.

Ele solta um suspiro, parecendo resignado.

- Emma, não é hora para orgulho. Vamos, antes que você tropece novamente.

Com uma expressão de relutância, aceito a oferta relutante de Nick. Ele oferece a carona, e subimos na sua moto. O vento frio da madrugada corta o meu rosto enquanto nos afastamos da festa.

A noite já estava imersa em uma escuridão profunda quando Nick e eu nos afastamos da festa na moto. No entanto, a tranquilidade da noite é rompida por gotas frias que começam a cair do céu. Em questão de minutos, uma chuva torrencial se instala, transformando a noite em um turbilhão de água e vento.

Nick tenta continuar a condução na chuva, mas as gotas são intensas, dificultando a visibilidade e tornando a estrada perigosa. Com um olhar sério, ele decide parar em um local à beira da estrada, mas sem um abrigo.

A moto se estaciona sob a chuva intensa, e ambos permanecemos nela, sem muitas opções de abrigo. As gotas frias se transformam em um dilúvio, e o som da chuva martelando contra o metal da moto se mistura ao rugido do vento.

O frio aumenta, e a água da chuva deixa minha pele arrepiada. Estremeço, sentindo o gelo percorrer meu corpo enquanto tento me manter aquecida. Minhas roupas colam ao corpo, e a sensação de desconforto é palpável.

- Isso não está dando certo. Estamos encharcados - comento, elevando a voz para ser ouvida sobre o barulho da chuva.

Nick concorda e desliga a moto. O frio intenso se intensifica, e minhas mãos começam a tremer. Esfrego-as nas pernas, tentando gerar um pouco de calor. Nesse meio tempo ele me pergunta o endereço, explico dando algumas referências e logo ele entende onde é.

Ele percebe meu desconforto e, sem dizer uma palavra, coloca sua mão em minha coxa, transmitindo uma tentativa silenciosa de passar confiança. O toque é caloroso, uma sensação reconfortante em meio ao frio e à chuva.

- Não dá para continuar assim. Vamos esperar um pouco e ver se a chuva ameniza - ele sugere, sua voz suavizada pelo som da chuva.

Concordo com a cabeça, agradecendo internamente pela pausa na chuva. Permanecemos na moto, ambos encharcados, enquanto a água cai impiedosamente do céu. O silêncio é quebrado apenas pelo ruído da chuva, mas não há necessidade de palavras. A presença de Nick e seu gesto de conforto falam mais do que qualquer explicação verbal.

Skyfall - Entre o Ódio e o PrazerOnde histórias criam vida. Descubra agora