• A decisão

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Lucca foi levado até o local pelo Jack, ele sentou o garoto no banco e o Juiz que dessa vez se aproximou para conduzir as perguntas

—  Olá, Lucca. Como você está se sentindo hoje?

—  Oi, seu juiz. Tô meio nervoso.

—  Entendo, não precisa ficar nervoso. Estamos aqui para ouvir o que você tem a dizer. Vamos começar falando dos seus pais biológicos. Você se lembra deles?

—  Lembro. Eles eram legais. Me davam abraços e sempre faziam eu me sentir seguro.

— E a sua avó, a Eleonor, você a conhecia antes deles falecerem?

— Não muito. Eu só soube que ela era minha avó quando meus pais morreram. Aí eu fui morar com ela.

— Como era morar com a sua avó?

—  Era diferente, eu vivia com as outras crianças, não com ela, dormia com eles, comia com eles

— Entendi. E então aconteceu algo no orfanato, certo? Pode nos contar sobre isso?

— Foi um dia muito assustador, sabe, Juiz. Tinha fogo, muita fumaça, e o prédio estava caindo. A Mamãe Maya, e os tios da estação me tiraram de lá. Eu estava preso, e a Mamãe Maya disse que não ia me deixar sozinho.

— Como você se sentiu durante todo esse tempo?

—  Eu tava com medo, mas a Mamãe Maya segurou minha mão e disse que ia me ajudar. Eles cortaram o lugar onde eu tava preso, e aí eu consegui sair.

— E como foi quando finalmente saiu?

— Foi estranho, mas bom. A Mamãe Maya me colocou num lugar seguro, e aí veio a ambulância. Ela ficou comigo o tempo todo, mesmo quando ela mesma tava cansada.

—  Lucca, como foi a semana que você passou com elas antes da sua avó te buscar?

—  Ah, foi uma semana bem legal, Juiz! A Mamãe Maya e a Mamãe Carina são muito legais. Elas eram carinhosas e me fizeram sentir em casa.

— Pode nos contar o que fizeram durante essa semana?
— Claro! A Mamãe Maya brincou muito comigo, a gente riu bastante. A mamãe Carina contava histórias incríveis, e ela fez uma lasanha deliciosa pra gente comer.

— Alguma outra atividade que vocês fizeram?

— Sim! A gente viajou! Todos os amigos delas eram legais comigo, e a gente passeou de barco. Ah, tem o Capitão, que é o cachorro irmão e melhor amigo, ele também foi com a gente

— Capitão é o nome do cachorro?

— Sim, ele é muito legal e fofo. Brincamos juntos, e ele sempre me fazia sorrir.

— Lucca, notei que você se refere a Maya e à Carina como "mamães". Pode nos contar sobre isso?

— Ah, sim, Juiz! Eu queria chamar elas assim, mas tava com medo de perguntar. Aí, eu escrevi uma cartinha pra elas.

— Uma cartinha? Pode nos dizer o que escreveu?

— Eu perguntei se elas queriam ser minhas  mamães sim ou não , porque juiz  elas cuidavam de mim e me faziam feliz, igual a uma mamãe faz.

—  E como elas reagiram ao ler a carta?

— Elas ficaram super felizes, Juiz! A Mamãe Maya até chorou um pouquinho, mas eram lágrimas de alegria, ela disse. A mamãe Carina sorriu muito e disse que era um dos presentes mais especiais que ela já recebeu.

— Parece que foi um momento emocionante.

—  Foi sim, Juiz. Eu tava feliz de ter coragem de falar, e elas ficaram felizes de saber. Agora, sempre que eu chamo elas de mamães, é só amor e sorrisos.

Safe Place II - Marina Onde histórias criam vida. Descubra agora