Início das revelações

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A noite caia lentamente. No salão somente o assovio do vento ressoava.

Struan, adentra no local e seu olhar percorre cada canto sem deixar transparecer nada.

— Menina, cadê Jaynes? — Intercepta Bel que saia da cozinha.

— Está no escritório. — anuncia de cabeça baixa e continua seu caminho.

O homem segue até o escritório e entra. Jaynes se encontra sentado, seus olhos opacos parecem perdidos.

— Como Ailan está? — inquire assim que o outro percebeu sua presença.

— Na mesma. — deita a cabeça no encosto da cadeira e passa as mãos pelo rosto.

— Ele é forte! — pontuou se aproximando da mesa. Coloca as mãos para trás.

O estalo da lareira quebra o silêncio. Jaynes se levanta e vai até a janela.

— A muita conversa na vila. — revela estreitando os olhos notando os ombros caídos do líder. Espera e ao não ter reação continua — muitos quebraram as regras. — avisa e esconde um pequeno sorriso vendo o outro estremecer.

— Como é? — pergunta frio se virando  

— Muitos saíram na noite de escuridão — faz uma pausa. Jaynes fecha às mãos em punho como se estivesse se preparando para o pior e seus medos se concretizam ao ouvir — inclusive dizem que viram Ailan na janela.

— Filha da mãe manipuladora! — murmura esmurrando a parede — sabia que aquela ali era a culpada de tudo. — a raiva transborda em cada palavra dita entredentes.

— Pai trouxe um chá com bolo para o senhor. — Aila disse entrando no escritório, porém sentindo o clima para no lugar.

— Diga a todos que quero uma reunião no centro da vila ao raiar do dia! — O líder ordena olhando na direção do conselheiro que acena e sai deixando a jovem trêmula compreendendo a situação.

— Pai?

— Fora!

— Mas o chá.

— Já mandei sair! — grita apontando a porta e engolindo seco, ela sai e logo corre até o quarto do irmão.

— Mãe, o pai mandou Struan avisar a todos que terá uma reunião no centro da vila logo de manhã! — Conta quase sem fôlego.

— Meu Deus! — exclama Bel deixando a bandeja cair — Desculpa — pede com as duas mãos sobre o coração.

Os olhos das três se umedecem.

— Vamos orar!   

  

Elisa continuava de cabeça erguida. Suas mãos amarradas a cadeira ficavam cada vez mais dormentes. Não era a primeira nem seria a última pessoa julgada por levar o evangelho.

Evitava olhar na direção onde estavam os moradores das cabanas afastadas, e também onde estava Bel, Aila, sua mãe e Ana. Seu coração doía com a possibilidade de não os ver de novo. Contudo, sua alma se alegrava, pois sabia que um dia os veria na eternidade.

— Desde que essa jovem chegou vem causando confusão, desmerecendo nosso modo de vida e tentando incutir suas ideias no nosso meio, gerando muitas dúvidas. Chegou até mim que muitos descumpriram as regras e saíram na noite de escuridão, agora meu filho luta pela sua vida. — Jaynes bradou apontando para a jovem missionária.

— Você perdeu o juízo de vez homem! Solta a moça e acabe com essa asneira. — Arom. Profere indignado.

— Essa criança não fez nada de errado! — Maria Expõe enxugando o rosto.

ENCONTRADO PELO AM❤ROnde histórias criam vida. Descubra agora