Love Song

Someone Gets Left Behind

A capa foi inteiramente feita por mim, (isso incluí o desenho) achei bom avisar pq antes eu usava os desenhos de outras pessoas :P

Notas do Autor

O tempo estava nublado hoje, as nuvens cobriam todo o céu azul, impedindo que a lua e as estrelas iluminassem devidamente o ambiente, por esse motivo que eu tinha uma vela ao meu lado, me ajoelhei na terra com as flores em minhas mãos, nada muito chique, apenas lírios vermelhos e astromélias amarelas que eu roubei de um jardim aleatório, parecia pouco, mas sabia de que Jay entenderia o significado, astromélias representam a amizade eterna, nossa amizade ultrapassa barreiras, até mesmo a morte.

Meu olhar se direcionou para o túmulo em minha frente, com cuidado, coloquei o buquê em frente aos túmulos, os lírios vermelhos para Lilian, as astromélias para James.

— Jay… Faz tantos anos.. – meus olhos ardiam enquanto olhava aquela pedra estúpida, minha voz já estava falha e eu nem havia começado a falar… — Eu sinto saudades, demorou doze anos para sair de Askaban, mas só agora, dois anos depois, que eu finalmente criei coragem para vir te visitar…

O ar frio de repente, se tornava cada vez mais rarefeito conforme as palavras saíam de minha boca, eu era um covarde. Meus lábios estavam secos, meus olhos também, acredito que estava sofrendo de desidratação, demorei dois dias inteiros chorando para em fim, conseguir vir para cá, mas a ficha só tinha caído agora, ele se foi há anos, mas eu não, eu ainda estava aqui e isso não poderia me impedir de continuar.

— Sabe que dia é hoje? Primeiro de setembro, o dia em que nós nos conhecemos – o bolo em minha garganta fez com que minha risada falhasse, lembrar desses momentos era sempre difícil. — Nós passamos tantas coisas juntos, todas as pegadinhas, a gente planejando qual cantada horrível você daria para Lilian, eu fazendo a mesma cantada com o Remus quando estávamos nós quatro no quarto, até mesmo o Remus respondia elas às vezes, quando isso acontecia, meu mês inteiro estava feito! Eu parecia uma criança quando ganhava um brinquedo. Você se lembra da nossa primeira pegadinha? Uma pegadinha boba e mal planejada, seu santo não bateu com o Snape logo na primeira vez em que você o viu com a nossa querida ruivinha, então nós planejamos colocar pó de macaco nas vestes dele, aliás, foi ideia do Remus, nossa ideia era bem pior... Você lembra de quando estávamos fazendo o mapa do maroto? Foi ali mesmo que nós decidimos virar lendas, que de anos em anos os professores iriam chorar quando vissem nossos filhos e netos entrando na escola, tenho certeza de que quando a Minnie viu o Harry pela primeira vez no banquinho, ela desejava que ele não tivesse puxado seu gênio. Esses momentos foram incríveis Jay, gostaria de que nunca tivessem acabado, mas.... Eles acabaram.

Eu nem ao menos percebi quando comecei a divagar, quando meu sorriso cresceu em meus lábios, quando as lágrimas finalmente caíram de meus olhos e escorreram por minhas bochechas.

 — Eu… Eu fiz uma música, para vocês dois, não tive coragem de contá-la para Remus, mas pelo menos eu sei que você não vai conseguir falar nada. – uma risada sem vida saiu de minha boca, peguei o violão que Remus me presenteou, como uma forma de pedir desculpas por ter duvidado de mim, assim como eu tinha tentado lhe dar um presente, mas ele não aceitou algo roubado…

Sentei de forma apropriada para que a curva do violão se encaixasse em minha coxa esquerda, meus dedos encontraram as cordas, apertando cada dedo em seu devido lugar, comecei a tocar a melodia.

— All I learned growing up, was that love chewed me up (tudo que eu aprendi enquanto crescia, foi que o amor me mastigava) – um gosto amargo tornou conta de minha boca, eu gostaria de tê-los conhecido antes — Spit me out on the pavement, next to the cuts and the blood (me cuspia na calçada, ao lado dos cortes e sangue)