Gran Río, Vale dos Rios Velozes – Seurh. Mês 9, ano 1204.
Gerard os levou à Gran Río, um baronete que pertencia à Casa Mendez desde os tempos em que os Dalpiaz reinavam sobre Seurh.
A casa da Família Mendez era um forte pequeno e comum. Tinha quatro torres que serviam de vértices para a construção retangular, que era escura, simples e sem ornamentos. Tal como seus donos, Gran Río era prático, sem luxos, sólido e recluso.
O Barão Eduardo Mendez de Gran Río e Harvey Machado, o Visconde de Ebony, receberam o Rei, o Duque de Lirath, a prisioneira e o saltador com muita atenção e preocupação.
Os dois nobres se encarregaram de enviar homens espalhando a notícia da ocupação rebelde no Vale dos Rios Velozes. Também enviaram recursos para Gouthe, a cidade interposta entre Gran Río e Moyenne, para que recebessem soldados feridos e mandassem os homens saudáveis para Burgh.
Três acomodações foram disponibilizadas para os recém chegados e Eduardo cedeu seus próprios aposentos para o Rei. Gerard logo se fechou no quarto que lhe fora designado. Faller colocou a mulher desacordada no cômodo que ficava de frente para o seu e ficou plantado na porta até que o Rei viesse.
— Veja o que fez, menino! — Leir reprovou com a cabeça.
— O senhor me disse que ela havia morrido.
— Foi a notícia que Gerard trouxe de Rosanim — mentiu —, ou acha que fui pessoalmente averiguar a contagem dos mortos?
Faller bufou.
— O que fez com ela?
— Nada! — o Rei respondeu desconfiado e desconversou: — Apenas uma técnica de desmaio que aprendi no Taarc, eu ensino qualquer dia desses.
— Ela vai passar quanto tempo assim?
— Deve acordar a qualquer momento — o Rei respondia rispidamente. — O que pretende fazer com ela?
— Como assim, o que? — Faller replicou, mais exaltado do que gostaria. — Ela é minha esposa, não é?
— Mande-a para Lirath, imediatamente.
— Acabei de reencontrá-la, depois de cinco anos, e espera que eu a mande para longe?
— Não podemos andar com ela, Faller! É uma marcada!
— E eu sou o que? — ele bateu no peito com força.
— Ela é uma líder rebelde! — o Rei argumentou temeroso. — Ou não percebeu que a maioria dos rebeldes tinha o mesmo símbolo que ela traz no peito?
Curiosamente, o símbolo na armadura de Emylle era familiar; um dos anéis de Leir tinha a mesma inscrição.
— Ela não vai a lugar nenhum — Faller determinou. — Ademais, os Bravos já a viram. Ela é a verdadeira herdeira de Henrique. Onde ela for, parte deles irá também.
Leir bufou.
— Se tivesse seus poderes, eu confiaria que ela seria mantida quieta e sem causar problema. Mas é impossível que ela fique sujeita. Na última vez que ela esteve na corte, ela empalou uma pessoa com um galho. E amanhã iremos à Burgh, levar uma líder rebelde para nosso assentamento principal é loucura! Loucura!
Faller se aproximou, à beira da ira.
– Escute bem, pai — o príncipe marcado disse entredentes. — Desde que eu acordei sem memórias, Sua Graça vem exigindo coisas de mim; arrastando-me de um lado a outro com suas expectativas e ambições. E eu o atendi prontamente todas as vezes que fui capaz, sem contestar nenhuma vez sequer.
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O Usurpador - As Crônicas de Seurh, Parte III
FantasyMoyenne foi invadida! Emylle foi sequestrada da batalha pelo Rei e agora estava viajando com o comboio real como sua prisioneira. Porém, de todas as cadeias existentes, essa era a única que Emylle não desejava se ver livre, pois, o novo mandante da...