capítulo 4

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Safira cumprimenta Johnny com um aperto de mão sincero e logo faz o mesmo com as duas irmãs.

- Vocês então são as forasteiras que vieram hoje mais cedo? - Safira pergunta, voltando suas mãos para a própria cintura.

- É, a gente chegou aqui com nossos pais - diz Alice com um tom de voz meio monótono.

Safira dá um sorriso em resposta e Lily se pergunta como ela tingiu o cabelo daquela cor azulada.

- Que tal a gente ir a uma taverna que tem aqui perto? Aí a gente se conhece mais, hein? - Safira fala animada.

- A gente não bebe - diz Lily, soltando uma risada fraca.

Johnny e Safira se olham confusos como se a garota estivesse falando a coisa mais estúpida do universo.

- Vocês têm pelo menos 16 anos, certo?

Alice responde com apenas um "19"

- Todo mundo com 16 anos é meio que obrigado a beber, mesmo que seja pouco, de onde vocês vieram, não é assim?

- Não, de onde a gente vem, você só pode beber a partir dos 18 anos e mesmo assim opcional, bebe quem quer - Alice diz meio confusa.

Assim que ela termina de falar. Safira cai na gargalhada e Johnny sorri meio sem graça.

- Beber aqui é um tipo de rito de passagem e as pessoas aqui bebem pouco, mas bebem - Johnny fala brincando com os próprios dedos enquanto Safira ainda ri de gargalhar

- Enfim, vamos para a taverna que tem coisas para comer, vocês vão gostar.

Os jovens concordam e eles saem do estabelecimento do pai de Safira enquanto conversam, a garota de cabelos azuis fala sobre alguns costumes do povo de Alvório

Sabia que quando os bebês nascem eles passam ele na banha de porco? Pois é! Dizem que as imunidades das crianças banhadas em banha de porco é bem mais alta das que não são.

- Isso é bem nojento - Lily diz com uma leve ânsia de vômito.

- Bem, mas fazer o que é costume - Safira diz, dando de ombros.

- Com licença, meus jovens... - uma voz misteriosa chama a atenção do grupo e logo uma mulher de mais idade se aproxima do grupo devagar.

Ela era baixa, os cabelos brancos eram aparentes e ela usava um sobretudo preto com um campus cobrindo parte de sua cabeça e corpo. Eles a olham meios confusos e esperam ela falar

- Vocês poderiam me fazer um pequeno favor? ... - sua voz era arrastada e sua roupa era bem estranha, mas pela maioridade da velhota, eles ignoraram e Johnny concorda com a cabeça.

- Um velho amigo meu mora naquela torre perto do castelo... - ela aponta para a torre com sua mão meio trêmula - eu sempre levava colchas para ele antes do inverno chegar…

Alvório tem os climas mais estranhos do mundo. No inverno, o frio é tão intenso que eles acendem uma enorme fogueira no meio do Reino para aquecer os cidadãos. No verão, o calor chega a derreter a sola dos sapatos dos cidadãos.

- Mas eu já estou velha de mais para isso... E não aguento subir e descer toda aquela escadaria da torre... - a velha torna a falar - vocês poderiam levar estas cobertas quentinhas para ele? - ela mostra uma colcha bem grossa para o grupo.

- Claro que podemos, vamos agora mesmo. Johnny tem um coração puro e generoso, ele automaticamente não se opõe a fazer o favor à senhora.

- Muito obrigado, meu filho, lhe agradeço muito... - ela aperta a bochecha de Johnny e entrega o cobertor para ele e saí acenando com um sorrisinho sincero e gentil.

- Então temos mais uma parada - Alice fala olhando Johnny.

- Não me parece muito seguro, Alice. - Lily fala.

- Relaxa, Lily, a gente vai e volta rápido.

Lily, mesmo com medo, apenas concordou e foi junto aos amigos para a torre. Ela ficava no meio de uma floresta densa e, quanto mais se aproximavam, mais densa a floresta parecia ficar, mas após alguns minutos de caminhada, eles chegam à torre.

Era bem alta, parecia ter uns mil andares do lado de fora, mas Johnny diz ter somente dois, era velha e acabada, feita de pedra igual à torre da Rapunzel! Só que... Mais macabra.

Algumas das pedras estavam cobertas de musgos, a porta de entrada era pequena e as dobradiças enferrujadas junto à maçaneta da porta. Safira empurra Johnny na frente, já que foi ele que deu a ideia. Logo, o garoto vai até a porta e a abri e ela range bem alto.

Dentro da torre, tinha pisos brancos sujos e uma bagunça que só, caixas para todos os lados, morcegos pendurados no teto, mesas tortas, cadeiras caídas, em cima das mesas tinham papéis espalhados, livros entre outros.

Vira e mexe eles viram um Rato passar, o lugar estava escuro demais, por sorte tinham alguns lampiões perto de algumas caixas.

Eles acenderam quatro deles e adentraram a torre

- Aqui está muito empoeirado... - Alice fala enquanto passa os dedos na mesa.

- Não parece que alguém mora aqui - Safira fala olhando os papéis.

- Vamos rápido, ele deve estar lá em cima - Johnny fala e Alice concorda com a cabeça.

- Eu e Johnny vamos subir para deixar o cobertor, Lily e Safira, vocês ficam aqui embaixo.

Lily concorda de imediato, nunca que ela iria lá em cima. Safira concorda também e dá de ombros logo que Johnny e Alice sobem as escadas.

Já se passando alguns minutos a escadaria parecia não acabar mais, logo Alice quebra o silêncio

- Então... E sua família?

- Hm? - Johnny fala confuso pela pergunta repentina.

- Bem, você já sabe sobre a minha família e eu sei sobre a de Safira, e a sua?

- Ah... Bem, eu moro na praia em uma cabana com meu pai. Minha mãe morreu quando eu era bem jovem, então eu não tenho tantas lembranças dela.

- Eu sinto muito, você não precisava falar.

- Tudo bem, você só queria saber.

- Você tem quantos anos?

- Eu tenho 18.

Eles continuam conversando até chegar no topo, onde encontram uma cena horrível, perturbadora, mais que horrorosa.

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