i wish that i was there

VII

2000

Eu estava dormindo quando ouvi um barulho na janela.
Era meio de semana e eu tinha ido dormir relativamente cedo pq tinha um projeto de história para apresentar no dia seguinte na primeira aula do dia.
No começo eu achei que fosse um dos galhos da árvore do meu quintal batendo na janela então não dei muita bola, mas logo outra pedrinha veio e eu sabia que só podia ser ele.

Estava frio. Levantei ainda sonolenta, abri a janela e senti um vento gelado invadir o meu quarto.
Estávamos no final de Outubro e o ar das noites de outono estava especialmente frio naquele dia.
Zac estava com o cabelo solto, uma jaqueta preta e uma blusa de moletom por baixo, com o capus pra fora. Ele tb vestia jeans e estava brigando com o vento para evitar que seu cabelo fosse todo pro seu rosto

Sinalizei pra ele me esperar na porta dos fundos como sempre. Troquei de roupa em tempo recorde e em menos de 5 minutos eu estava descendo as escadas nas pontas dos pés para não fazer barulho.
- vi que o alarme não estava acionado e agradeci mentalmente pela minha mãe. Abri a porta e dei de cara com ele todo sorridente

Zac me puxou pela mão e me beijou, me tirando o ar por um momento
- oi pra vc tb
Falei rindo ainda nos seus braços
- eu tenho uma surpresa pra vc
Ele falou susurrando
- o que?
Perguntei curiosa. Ele me pegou pela mão e saiu andando comigo até a calçada

- hey, pra onde a gente vai?
Ele fez um sinal com a mão para eu parar de falar e continuou andando por mais umas 4 casas rua abaixo.
Só quando estávamos longe o suficiente da minha casa que ele tirou do bolso uma chave e apertou o alarme.
O carro estava parado a nossa frente e bipou 2 vezes antes de destrancar
- esse é o carro do Taylor, não é?
- é sim, mas ele me emprestou por hoje a noite
Zac me puxou pela cintura e me beijou com vontade. Apoiei as mãos no seu peito e suspirei ao sentir os seus músculos sem movendo

- entra, vamos dar uma volta
Ele me soltou e foi até a porta do passageiro e a abriu pra mim
- Zac vc acabou de pegar a provisória, vc não pode dirigir ainda até fazer 16 anos
-relaxa Jules, não tem polícia essa hora na rua
Eu estava com medo, não vou negar. Tudo que eu não queria era ir pra delegacia com o Zac, de madrugada dirigindo sem carteira e meu pai ter que me tirar de lá..

- hey
Zac percebeu o meio receio, se aproximou e levantou o meu queixo
-Vc confia em mim?
- claro que eu confio
Ele me olhava nos olhos a centímetros do meu rosto
- então vem. Vamos viver um pouco
Ele abriu um sorriso tão lindo que eu perdi o rumo na hora

Eu realmente o amava e eu faria em um piscar de olhos qualquer coisa que ele pedisse
Entrei no carro e fiquei o observando fechar a minha porta, dar a volta na frente do carro e entrar.
Zac colocou o cinto e deu partida
- pra onde a gente vai?
- surpresa
Ele sorriu de lado e eu senti o meu corpo todo formigar em antecipação

As ruas estavam desertas e no nosso bairro não havia movimento nenhum após as 23:00.
Zac dirigia e eu fiquei babando nele, todo lindo e confiante atrás do volante. Ele pegou a minha mão e a beijou enquanto continuava dirigindo.
- vc é linda, sabia?
Entre uma rua e outra ele me olhava e sorria e a cada movimento seu eu me derretia ainda mais

Eu sabia que mesmo ele ainda não me falando que me amava, eram em momentos como aquele que eu tinha certeza que ele sentia o mesmo que eu.
Era tudo tão difícil no nosso relacionamento que não vou mentir, as vezes me desanimava. Mas aí tínhamos momentos como esse que me mostavam o quanto valia a pena estar com ele.

Dirigimos por uns 20 minutos até chegarmos no rio Arkhansas que cruza a cidade.
Aos arredores do rio tem um parque chamado River Parks, cheio de árvores e verde onde as pessoas gostavam de ir lá durante o dia para correr, andar com seus cachorros ou levar as crianças para brincarem.
Mas no meio daquela madrugada só tinham nós dois ali.