Cap 32 | O Confronto

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ᴀʟɪᴄᴇ's ᴘᴏɪɴᴛ ᴏғ ᴠɪᴇᴡ 🏁

Meus pés seguiam firmes atrás de Jos, esperando uma boa oportunidade para enfrentá-lo. Eu só não queria fazer isso aqui, no meio do paddock, mas talvez eu não tivesse escolha. 

— Jos — Chamei em um tom um pouco alto, mas não o suficiente. Ele não me ouviu. — Jos! 

Gritei um pouco dessa vez. O homem grisalho parou um pouco, girando em seus calcanhares para ver quem estava o chamando naquele tom de urgência. Os homens que estavam andando ao seu lado, possivelmente os patrocinadores da Red Bull, também pararam. 

Ele não precisou de muito tempo para raciocinar quem eu era. Me olhando de cima abaixo, seu sorriso de canto e os olhos semicerrados já me diziam que ele estava, no mínimo, surpreso com a minha aparição assim tão descarada. 

— Preciso falar com você —  Tentei soar o menos ameaçadora possível, deixando de lado o tom de "eu sei o que você fez" em segundo plano. 

Espantar Jos Verstappen não era o que eu queria. Eu queria que ele falasse, e muito. O suficiente para poder ser preso. 

Eu só espero que Max me perdoe pelo que vou fazer. O pensamento dele descobrindo que fui eu que dei as provas, não pude evitar a sensação de aperto na minha garganta.

—  O que uma pessoa como você tem para falar comigo? — Seu tom esnobe quase me fez escancarar tudo aqui mesmo, mas me contive. 

— Se eu fosse você —  comecei calmamente. — Não subestimaria uma pessoa como eu. — Enfatizei. 

Jos quebrou o sorriso alguns segundos depois. Escutei ele falar "Se me dão licença" para os homens que estavam encarando a situação, eles logo se dispersaram.

Passando por mim, ele seguiu até o motor home da Red Bull, subindo as escadas do Trailer sem pressa, apenas para parar na soleira e fazer uma encenação para que eu entrasse. Levantei o queixo e passei por ele, vendo mais algumas pessoas na sala. Apenas alguns membros da equipe que não se importavam, mal me olharam e já estavam de saída. 

Enquanto eu o seguia, abri a bolsa e liguei o gravador discretamente na bolsa, esperando que estivesse tudo certo.

Jos me guiou até uma sala isolada no andar de cima, apoiando seu braço na bancada do que parecia ser uma pequena cozinha. Esperei que ele se sentisse à vontade em sua expressão calma, logo logo ele seria quebrado. 

— Enfim, você tem três minutos. — Ele balançou o relógio no pulso. 

Era agora. Esse momento era tudo que eu tinha, e eu precisava fazer a porra do bom uso dele. Eu precisava disso para acabar com as trapaças, os esquemas, os acidentes, tudo. Jos ainda mantinha sua pose de quem não sabia que seus planos foram descobertos, e eu tiraria vantagem disso, comendo pelas beiradas. 

— Eu sei que faria de tudo pelo seu filho. Max é um bom piloto. 

— Veio para dizer o óbvio? — Ele arqueou as sobrancelhas. 

— E mesmo assim, ainda se intromete. 

— Ninguém chega a lugar nenhum sendo honesto, garota. Sinto muito que seu namorado não seja tão bom assim. Veio para o momento de depreciação? Não acha que se intrometeu o suficiente? Estragou sua vida o suficiente? 

— Eu sei o que você fez. 

— Tem provas? Precisa de provas para acusar alguém de algo. — Ele não parecia nem um pouco acuado. Ficando de costas para mim, ele pôs a mão na maçaneta da porta.

Beyond The Finish Line | Charles LeclercOnde histórias criam vida. Descubra agora