Quando se vem de uma família de prestígio, o preço a se pagar é nunca poder estar fora do topo, mesmo que esse topo seja insuportável.
Por mais que não fosse a primeira vez que eu viajasse de um país para o outro, não mudava o fato de que era cansativo. Eu tinha acordado muito cedo naquele dia, Roma não ficava aqui do lado e sim a longas e cansativas dez horas de Nova Iorque.
E para que viajar quilômetros e quilômetros de distância se existe várias Universidades boas aqui? A resposta é bem mais simples do que parece, status. Austin Internacional School, a universidade que você só entra se for muito inteligente, ou tiver dinheiro.Saio do carro e observo ao redor, o campus era bem maior do que eu imaginava, sabendo da fama desse lugar, eu não deveria ter ficado tão surpresa. O lugar tinha belas paisagens, muita grama e árvores e logo à frente a entrada para um dos prédios.
-"Ramon."- Falo com o motorista que está saindo do carro com as minhas malas. -"Eu irei carregar as malas até lá dentro, já pode voltar."- ele me olha com uma cara estranha mas não discute, apenas volta para o carro e vai embora.
Coloco os meus óculos escuros para tampar um pouco da claridade do ambiente, o tempo estava até que agradável, apesar das ondas solares exageradas que o Sol fazia questão de mandar. Arrasto as minhas malas pesadas até o salão principal, ficando mais impressionada cada vez que eu adentrava mais aquele lugar.
Era uma sala bastante grande, tinha várias máquinas de bebida, além da recepção e corredores que interligavam o local, também era possível de se ver as escadas que levavam para os andares acima e um único elevador.-"Por que só um elevador?"- eu estava me questionando, ou melhor, tentando achar algo para criticar sobre o campus, quando sinto alguém esbarrar em mim. Meu próximo destino seria o chão se eu não tivesse sido segurada pelos ombros, uma pena que a minha mala não teve a mesma sorte.
-"Ou! Foi mal!"- uma voz masculina fala comigo. Ao olhar para cima pude ver como ele era, tinha cabelos castanhos e pele clara, além dos seus olhos puxados. Me endireito e volto a minha atenção para uma das minhas malas, ela estava caída.
-"Por favor, olhe por onde anda!"- meu tom de voz sai mais rude do que eu pretendia, provavelmente por causa de todo o estresse. -"Eu sabia que eu deveria ter comprado uma mala melhor."- Murmuro para mim mesma antes de me virar para o garoto, dando um sorriso falso. _"E agora? Como eu vou levar minhas coisas para o dormitório? Você quebrou a rodinha da minha mala!"- Tiro o meu óculos escuro e o coloco na minha cabeça.
O garoto franze a testa ao ouvir a minha frase. -"Você não deveria ficar parada no meio do corredor igual uma estátua! Tem gente querendo passar."- ele esbravejou, quase inaudível, olhando para os lados e depois voltando sua atenção a mim. -"E sobre a sua mala, deve ter algum jeito de você conseguir levá-la até seu dormitório, pelo menos! Poderia até ajudar, mas não quero."- um sorriso falso foi lançado até mim, negando com a cabeça. Ele desviou do meu corpo, indo até a máquina de comida que tinha atrás de mim.
Eu estava indignada. -"A culpa não é minha se você não olha por onde anda."- o sigo. -"Não te ensinaram educação em casa? Você deveria ao menos me ajudar!"
Ele pega uma latinha de refrigerante na máquina, a abrindo e dando um gole. Logo em seguida se vira para mim novamente, e solta uma risada-"Eu até te ajudaria, mas você foi meio rude."- sua mão foi colocada sobre seu próprio peito, de maneira dramática. -"Acho bom arrumar isso aí! Tá geral olhando pra ti."- seu tom de voz era zombeteiro e parecia que ele estava se divertindo com a situação, que patife! Mas era perceptível que quase ninguém estava olhando para mim, ainda bem.
Nesse momento a minha paciência já estava chegando ao fim, mas eu não queria gastar toda a minha energia brigando por algo assim. "Parece que estudar nessa escola vai ser interessante" murmuro para mim mesma.
Vou até a minha mala caída e a levanto com dificuldade, pois estava bem pesada. Um suspiro escapa dos meus lábios, sério mesmo? Eu mal cheguei na escola e já está assim.-"Certo, você sabe onde ficam os dormitórios?"- isso foi uma tentativa de uma conversa civilizada, por mais que a minha expressão facial não tivesse demonstrando o mesmo. -"Não, não sei onde fica!"- ele responde sem nem pensar duas vezes.
Ok, essa resposta foi mais rápida do que eu esperava. Balanço a minha cabeça em desaprovação, sinceramente viu.
-"Sei que não se importa, mas me chamo Eleanor."- estendo minha mão para ele. -"Muito provavelmente, infelizmente, vamos nos encontrar novamente, mas vê se não fica no meu caminho!"- isso se chama "reconhecimento de espaço", nada melhor do que conhecer mais sobre alguém que você deve ficar longe.
-"Jeon Taehyun!"- essa resposta demorou alguns segundos para ser dada, ou até mesmo para ele apertar a minha mão, um aperto firme, porém rápido. -"Não me daria o trabalho de cruzar o seu caminho, gatinha!"- ele fala por fim, depois daqueles segundos de espera. -"E sobre os dormitórios, você pode vir comigo, talvez eu saiba onde fica, então pra você não ficar aí parada que nem uma estátua, em risco de fazer alguém trombar contigo novamente, o que é um baita azar, vamos juntos."
Não pude evitar revirar os olhos quando o escuto me chamando de "gatinha". Ele joga a latinha de refrigerante vazia antes de se virar para procurar os dormitórios.
Andávamos em silêncio, o único problema era aquela mala defeituosa. Por sorte não caminhamos muito até que eu avisto um quadro de avisos.-"Achei as nossas informações."- no quadro tinham vários avisos, incluindo um mapa. -"Dormitório feminino no prédio C e o masculino no D. Nossa, é longe daqui."- Franzo as sobrancelhas e solto um suspiro. Pego o óculos escuro que estava na minha cabeça e o coloco no meu rosto. -"O "senhor" vai me seguir até lá ou vai ficar por aqui?"- nesse momento eu tinha voltado para o meu tom de voz habitual, na verdade eu acho que nunca nem saí.
Mal fecho a boca quando escuto ele rir. -"Garota, você é tão imprevisível! A "senhora" deseja que eu te acompanhe até o dormitório?"- ele ajeitou o boné em sua cabeça, que particularmente, não estava bagunçado. -"Ou você só está arrumando pretexto para querer ficar mais perto de mim? Gostou da minha companhia, Eleanor?"- ele me lança um olhar de lado.
-"Me poupe disso, e é senhoriTA."- balanço a cabeça. -"Só pensei que era o mínimo que você deveria fazer, já que foi você que quebrou a minha mala."
-"Acho que a cada frase sua, eu enlouqueço aos poucos."- sua cara era como se eu tivesse falado o maior absurdo, mas foi engraçado.
-"Enfim, adeus."- me viro antes que ele responda algo e vou até o meu dormitório.
Notas do autor.
Primeiramente, antes de tudo, eu gostaria de agradecer a minha amiga Ju por ter criado um personagem masculino tão maneiro como o Tae, se não fosse por ela, essa história não estaria sendo escrita!
Estou dando uma segunda chance para essa história, que eu particularmente amo. Dessa vez planejo levar até o fim, e perdão por tê-la arquivado, tinha acontecido algumas coisa que acabou me desanimando :( Mas cá estou eu novamente!
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- Comentando (assim eu posso saber o que vocês estão achando)Obrigada por ler, até o próximo capítulo!
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Quando amor
RomanceQuando se vem de uma família de prestígio, o preço a se pagar é nunca poder estar fora do topo, mesmo que esse topo seja insuportável. Agora uma pergunta que veio em minha mente, ter te conhecido foi uma dádiva ou apenas mais um sofrimento? Você me...