Noite de Jazz

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E lá estava ela. Com um vestido tão vermelho quanto o sangue, com saltos que qualquer um que não fosse ela se desequilibraria, o cabelo balançando ao ritmo, lá estava ela. Ela dançava sozinha no meio do pequeno salão enquanto a banda tocava Slightly Hung Over.

Não parecia estar bêbada, seus movimentos eram elegantes que era impossível não notá-la. A maioria das pessoas não lhe dava atenção, o que ela não parecia interessada em obter, todos estavam ocupados rindo e bebendo, talvez um ou dois homens a olhava de vez em quando.

Aquele momento devia ter sido congelado para que somente ela pudesse dançar naquele lugar. A pele negra ganhara uma cor levemente dourada em meio à escuridão e pouca luminosidade das lâmpadas fracas, isso a tornava mais misteriosa que qualquer outra mulher.

Suas pálpebras eram suavemente caídas e lhe dava um ar de sonolência. Ela queria somente dançar sem ser incomodada. Era a mulher mais linda do mundo. Mas a mulher mais linda do mundo possuía dono. O homem mais sortudo do mundo. Ele chegou trazendo um copo de whiskey com gelo.

De terno preto, ele a olhava fixamente, com uma paixão de ardia em seus olhos escuros. Deixando o copo de lado, ele se juntou a mulher de vermelho, a pele negra de suas mãos se encontram e eles dançaram. E lá estavam eles.

No fim daquela noite agitada, quando passava em frente à um beco estranhamente escuro e frio, ele ouviu um som aterrorizante de gritos humanos, mas que foram cessados segundos depois. Ele se escondeu em meio algumas latas de lixo. Um som de salto retumbou do fim do beco até a sua saída.

De lá, a mulher do vestido vermelho saia, com olhos muito vibrantes e boca suja de sangue.

Ela se queixou que sangue havia respingado em seu vestido novo e depois em uma onda de fumaça negra, sumiu.

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