Capitulo - 03

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Faltei por 3 dias depois daquele dia. O primeiro dia foi porque minha cabeça quase estourou por conta da dor, o segundo foi porque eu estava mal demais para ir e o terceiro foi porque eu quis.
As coisas voltaram ao normal depois disso. Liam continuou a me provocar, mas fingi que ele não existia, acho que afetou um pouco o ego dele.
Eu... eu apanhei de 2 garotos no banheiro da escola, eram amigos de Liam. Fui ameaçado por eles, mesmo depois de 1 semana não consegui esquecer do que eles falaram.

"Se o Liam souber disso, Kaulitz, você está morto, entendeu? Você merece isso, você é só um viado de merda, tem que aprender a virar homem."

E Liam não soube. Eu não pude mais faltar, então tive que ir pra escola com alguns hematomas e o olho inchado por chorar.
Se minha vida estava ruim antes de começar a apanhar, agora piorou.

Todos os dias eu ouço aqueles garotos me humilhando quando Liam não está com eles, isso me mata demais. Tom sempre tenta me animar, me fazer esquecer e tentar tirar da minha cabeça que eu sou o que eles falam, mas ele sabe que não adianta.

Já faz alguns dias que não estou mais me maquiando para ir para a escola, apenas passo um corretivo nos roxos para ninguém ver. Acho que pelo menos assim diminui um pouco as provocações.

Infelizmente chegou o dia do acampamento, eu soube que vou ter que ficar no mesmo acento que Liam porque ele é minha dupla. Ele reclamou que só a porra, mas eu não fiz questão de ouvir.

Agora eu estou sentado dentro do ônibus pensando sobre tudo isso enquanto olho um casal de velhinhos na pracinha. Será que um dia vai ser eu ali? Será que eu mereço ser amado dessa forma?

- Kaulitz, seu merdinha, eu estou falando com você. - Liam me cutuca. Quando ele chegou aqui?

- Eu não estou com cabeça para suportar você agora, Liam. Poderia adiar suas provocações pra daqui umas... 3 horas talvez? Acho que consigo preparar meu psicológico para não mandar você se matar. - Falo de forma indiferente se olha-lo.

*Liam Hargrove*

Eu sei, eu sei, podem pensar o que quiserem sobre isso. Eu sei que mereço a indiferença e todo o desprezo que o Kaulitz pode me proporcionar, mas sei que ele não faria isso. Tem algo errado.
Por mais que esse garoto queira me matar há ANOS, ele não trataria alguém mal, Bill tem o coração puro demais pra isso. Ele nem fez questão de me olhar, isso me incomoda, não por ferir meu ego, e sim por me preocupar um pouco.
Decidi nem abrir a boca, não acho que seja o momento para fazer alguma brincadeira desnecessária agora.

Mil e um motivos para Bill estar assim passaram pela minha cabeça. Se seu pai havia entrado em contato com ele, se era alguma briga com Tom ou com sua mãe, se aquela senhorinha que ele vive conversando tinha morrido... sei lá. Eu não vou perguntar, mas isso tá martelando na minha cabeça.

- Para de me olhar, isso é estranho - Bill diz ainda de forma fria e sem me olhar. Não falo nada, apenas olho para frente e ouço a professora falar.

- Estão todos aqui? - Todos respondem um "sim" - Ótimo. - Logo após isso ela se senta e o motorista começa a dirigir.

*Q.D.T*

Eu cochilava tranquilamente até sentir o ônibus parar, ouvi a professora falando alguma coisa com o motorista e logo depois ela falou algo para a turma, me fazendo despertar. Logo percebi que Bill cochilava no meu ombro e eu estava apoiado na sua cabeça. Tossi fraco tentando afastar o desconforto, mas foi em vão, apenas deixei Bill ali e olhei para a mulher lá na frente.

𝐿ove 𝒟on't 𝐵reak 𝑀e - 𝐵ill 𝒦aulitzOnde histórias criam vida. Descubra agora