Prólogo

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Prólogo -

Samantha Jones (Silver)

Desde o ínicio dos tempos que simples atos mudam o mundo. O bigbang criou o úniverso, a primeira bactéria deu origem à vida, o fogo originou uma vida sedentária, a escrita marcou o ínicio da história, a falta de bens essenciais originou as descobertas, a experiência levou à tecnologia e um simples trancar de uma porta permitiu a minha sobrevivência.

Encontrava-me encolhida no canto do meu quarto, observando silenciosamente a porta e ouvindo os passos no andar de baixo.

  Acordara do meu sono devido ao grito de pavor da minha mãe, seguido por um riso demente e irreconhecível. Segundos depois, ouvi um baque sonoro e, desde esse momento, o único som possível de se ouvir eram passos rudes e brutos no soalho de madeira do rés do chão. Com os olhos embaceados, pequenas lágrimas desceram pela minha face. Apetecia-me gritar, chorar e, sem dúvida alguma, abrir a porta. Mas não o fiz, não era seguro. Encolhi-me o mais que pude, para evitar qualquer som, e fiquei assim durante bastante tempo. Ao fim de uma hora, ouvi a porta da casa fechar e os sons cessaram.

 Nesse momento, deitei tudo para fora, toda aquela fúria, mágoa e tristeza. Eram demasiados sentimentos para uma criança tão pequena e indefesa, como eu o era com doze anos. Os meus olhos começaram a pesar e, sem desejar combater o sono, deitei-me no chão e, mesmo triste e com medo, adormeci.********************************************************************************************************Despertei ao ouvir a porta da casa ser aberta. O desespero tomou conta de mim e, seguindo o meu instindo, fechei-me no armário. Pela abertura da porta consegui ver que já era de manhã. Os fracos raios de luz entravam pela janela entreaberta do meu quarto e tornavam-no um tom alaranjado, que considerava bastante bonito.

Os passos aproximaram-se, muito devagar, e ao contrário dos da noite anterior, eram leves e calmos. Tentaram abrir a porta.

 Sorri para mim mesma, achando que o hábito de trancar-me no quarto até era bom em certos aspetos. Afinal, quem é que conseguiria ter uma chave que abrisse a minha porta?

  Ouvi o som da porta a ser destrancada, e, nesse instante, lembrei-me que existiam chaves-mestras.

– É a polícia! Está aqui alguém?! - perguntou uma voz jovem.

 Espreitei pela ranhura, confirmando o que ouvira. O jovem rapaz envergava um uniforme azul com o símbolo da polícia judiciária americana. Saltei para fora do meu roupeiro e aproximei-me, timidamente, do rapaz, que me olhou de alto a baixo e sorriu.

– Vem, vai ficar tudo bem agora.

Com esta simples fala, deu-me a mão e levou-me até aos detetives, que me questionaram várias perguntas, às quais eu respondi sem hesitar.

 Pediram-me ainda para preencher uns papeis, que eu completei lentamente, pretendendo ter a certeza de que estava tudo correto. Seguidamente, guardaram a minha informação e pediram para que entrasse no carro.

Death note fanfic: Pesadelo chamado a vida (Temporada 1/ Portuguese version)Onde histórias criam vida. Descubra agora