Achei que ele desistiria da ideia, talvez por ter me arrependido da proposta que fiz, não por medo de ter que aceitar continuar nesta situação onde não sei o que somos ou se algum dia chegaremos a ser algo, mas porque tenho esse sentimento na boca do estômago, esse gosto amargo na ponta da língua, de que vou ganhar uma aposta que selei com esse objetivo. Entramos em um campeonato treinados e buscando ganhar, mas entrei nessa batalha com essa esperança ridícula de perder, de convencer a mim mesmo que tenho um pedaço dele, quando ele me tem por inteiro. Mas eu sei, eu simplesmente sei, que vou vencer, e o gosto da vitória não poderia doer mais do que dói agora.
São 22:59 e espero que ele não chegue, rezo para todas as entidades que conheço que ele tenha constatado que essa é uma ideia estúpida demais para ser levada para frente, talvez ele decida que é mais fácil mentir que me ama, ou apenas que acabar com tudo sem todo esse drama é mais fácil. Mas conheço Prem como a palma de minha mão, ele quer provar que está certo mesmo quando sabe que não, então quando vejo seu carro parar em frente a nosso ponto de encontro, uma parte de mim sente a necessidade de se despedir antes que ele saia do carro, meu cérebro quer lembrar dele assim, bonito, com os olhos a sua frente, não como provavelmente estará lá dentro, ainda tão bonito quanto agora, mas provavelmente nos braços de alguém que pode o fazer dançar da mesma forma que eu costumava.
— Sinceramente Boun, estava esperançoso que você não viria para que eu pudesse dar meia volta e ir para casa. — É o que ele diz assim que saí do carro e para em minha frente.
— Não deveria ter vindo nesse caso.
— Tenho que provar algo.
E Deus, como eu gostaria de acreditar nele, gostaria tanto, mas não posso, porque se o beijasse agora, sentiria o gosto da mentira que ele acredita, mas não se prova verdadeira.
— Então vamos entrar, tenho um cardápio a averiguar para você, não é?
— Não fala assim…
— Perdão, tenho pretendentes a considerar. Isso soa melhor?
— Nada que você disser soará bom, você sabe disso, você sabe que tudo isso é uma ideia idiota.
— E ainda sim aqui estamos nós.
— É, aqui estamos nós.
— Espero que no fim, um dia possamos rir de tudo isso.
— Você fala como se fosse uma despedida.
Sorrio, mas é um sorriso tão triste que meus lábios mal se curvam para cima, e então escolho que isso é resposta o suficiente, porque jamais conseguiria dizer que é exatamente isso, uma despedida, provavelmente? Uma das piores.
— Vamos entrar Prem.
Entramos lado a lado no local repleto de luzes coloridas, o som invade nossos ouvidos rapidamente nos ensurdecendo, enquanto toda a movimentação nos deixa imediatamente baqueados. Ousaria dizer que não era necessário bebida para que nos sentíssemos tontos, mas ainda sim, relutante, seguro no pulso de Warut e nos guio até o balcão onde serviam os drinks.
— Dois copos de whisky por favor! O mais cheio que puder!
— É trapaça me embebedar para você ganhar o que quer que isso tudo seja.
— Estou tentando me embebedar para aguentar passar por essa noite.
— Você pode só desistir e então passamos essa noite juntos, como nos velhos tempos.
— Claro Prem, vamos beber e dançar a noite toda, então chamar um táxi para ir para casa, transar até você ficar cansado e de manhã eu acordar com a cama vazia e uma mensagem me dizendo para nos encontrarmos mais tarde fazer tudo de novo. Vamos fazer isso, vamos quebrar a porra do coração do Boun para que Prem esteja feliz e satisfeito.
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One more night
RomanceEu não consigo tirar meus olhos dele, mesmo que minha cabeça diga não, meu corpo teima em o dizer sim, ele tem controle sobre mim. E eu não deveria ver um aluno da forma que eu o vejo, mas quando suas mãos estão em meu corpo, não penso direito, apen...