Vou ter que superar

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"Vou ter que superar suas fotos com ele viajando
E as amigas comentando que são um belo casal
Vou ter que superar o dia do casamento
Esperando que o tempo aos poucos possa me curar
Vou ter que superar que a gente não vai mais voltar
Vou ter que superar que a gente não vai mais voltar"
(Matheus e Kauan)

Diego~

"Que droga Amaury! Se você não vai acordar, porque coloca esse horário?" Era domingo, nove da manhã, após a parada de ontem nós acabamos indo pra um barzinho e depois decidimos que não faria mal alguns drinks e cervejas em casa, essa brincadeira foi até as quatro da manhã e agora as nove o despertador do celular já havia tocado três vezes, o culpado: o bobão que eu amo.
"Ah Diego! Você sabe que eu não consigo acordar com um despertador só!" Ele murmurou bravo, me soltando do seu abraço e indo pegar o celular, ele nem sabia onde estava o aparelho.
"E porque caralhos você quer acordar cedo pleno domingo?" Falei, me sentando e sentindo minha cabeça girar um pouco, zonzo por conta de toda a bebida.
"Se minha mãe te vê assim, acaba o pensamento sobre você ser boa influência..." Eu gargalhei, vendo o maior voltar com o celular na mão, se jogando novamente ao meu lado. Eu sabia que ele dormiria, porém eu já estava totalmente desperto.
"Ela me ama e já me viu assim." Falei, fui para seu lado, dando um selinho nele, que sorriu e passou as mãos por minha cintura, me forçando a deitar sobre ele, suas mãos indo para meu cabelo em um carinho gostoso.
A campainha tocou e nós nos olhamos confusos, era impossível ser nossos melhores amigos e vizinhos, muito menos a Tata e o Rafa, que dormiam no meu quarto... Possivelmente desmaiados.
"Eu vou ver quem é... Pode voltar a dormir..." Murmurei, me levantando e colocando uma camiseta do Amaury, que batia no meio das minhas coxas e tampava o necessário.
"Qualquer coisa me chama..." Ele falou, uma carinha pensativa em seu rosto, possivelmente estava tentando se lembrar se pagou o condomínio, ou esqueceu... De novo, já que na última vez o síndico bateu em nossa porta.
Caminhei até a sala e abri a porta, quando vi quem era tentei fechar novamente, o pé se colocando na frente da mesma, aperteia maçaneta com força, sem saber o que fazer.
"A gente precisa conversar." Eu soltei um suspiro, abrindo toda a porta e acenando com a mão para que o rapaz entrasse, ele queria conversar, pois então iríamos conversar. Eu tinha certeza que ele não se contentaria com o que rolou ontem.
"Entra!" Falei ríspido, no momento em que Amaury apareceu na sala, vestido apenas em uma bermuda, o tronco nu, exposto me fez suspirar, Rafael olhou para nós dois, ligando os pontos e indo para uma conclusão que não era real, porém não me importava. Não devia mais satisfação a ele.
"O que você tá fazendo aqui?" Amaury perguntou, sua voz não estava alterada, mas eu nunca havia ouvido aquele tom sair da boca do maior, ele sempre era doce e educado, mas ali tinha apenas raiva e desprezo.
"Vim falar com meu namorado."
Eu arqueei as sobrancelhas, Amaury cruzou os braços. Não acreditava na capacidade do Rafael de se fazer de burro.
"Você não é surdo, então não se faz." Falei, minha voz saindo debochada o maior me olhando como se mão acreditasse no que ouvia. "Amaury, me dá licença amor, já já eu vou..." Falei, apontando para a o traste em minha frente, Amaury abriu a boca, mas a fechou novamente.
"Eu tô no nosso quarto." Ele disse, dando clara ênfase ao nosso, Rafael ficando vermelho de raiva, enquanto eu apenas sorri.
"Você me traiu?" Eu suspirei, lembrando desse tom de voz, aquele meigo e baixo, que sempre me fazia voltar atrás em minhas decisões, sempre colocava minhas próprias escolhas em dúvida, para que eu pudesse fazer o que ele queria. Mas não dessa vez, nunca mais.
"Você não vai fazer isso..." Falei, negando com a cabeça ao falar. "Não venha querer colocar uma culpa, que eu não tenho, sobre mim." Eu continuei em pé, mesmo quando o maior se sentou, meu peito doía, meu coração implorava para que eu fosse até Amaury.
"Diego, ele só vai te usar... Quando ele conseguir o que ele quer, vai ir embora." Eu neguei. "Ele já fez isso."
"Não! Não fez! Ele não me abandonou... Ele foi estudar... Ele me ama. E não é por ele que eu estou terminando, é por você, por mim, isso é culpa sua! Eu cansei... Não quero mais isso." Falei, apontando o dedo entre nós.
"Eu fiz tudo por você! Eu te trouxe de volta quando você parecia um zumbi, por causa dele!" Ele retrucou, se levantando, mas não se aproximando.
"Pra que? Pra me moldar? Pra fazer com que eu fosse tudo, menos eu? Pra não ter o mínimo de consideração e mentir pras pessoas sobre nós?" Acusei, o maior me olhando e dando um passo para trás, ele esperava tudo, menos que eu o enfrentasse de volta.
"Amor..." Ele começou, ergui meu dedo.
"Não." Vi o rapaz suspirar e puxar os cabelos. "Não sou seu amor. Não me chama assim."
"Diego... Eu fiz o preciso pra te proteger!" Eu ri incrédulo.
"Você está cego! Cego! E precisa de ajuda pra mudar..." Comentei. O maior tinha uma visão distorcida sobre amor e sua própria sexualidade, talvez algo que viesse da sua relação familiar... Eu não fazia ideia, mas eu não podia ficar no meio disso.
"Então me ajuda! Fica comigo... Eu prometo que vou mudar..." Ele deu dois passos para frente, eu olhei o corredor, sabendo que Amaury viria ao meu primeiro chamado, Rafael acompanhou meu olhar e parou no lugar, entendendo o que se passava em minha cabeça.
"Não sou eu quem tenho que fazer isso, você deveria procurar um psicólogo, antes de engatar em uma relação com alguém que ame você. Mas eu não serei essa pessoa e eu não quero mais contato com você, nada pra fora da peça." Falei, lembrando que no teatro ele faria o meu noivo, aquele que seria trocado por Charlie. Um noivo que fazia o mesmo com Sophie, a manipulava, a calava para fazer suas vontades.
"Eu amo você." Ele tentou, seus braços soltos ao lado do corpo, a desistência pela situação vindo. Dava pra ver em seus olhos a derrota, o reconhecimento que acabava ali, no fundo aquilo para ele não era amor e sim um jogo.
"Mas eu não te amo e agora, você vai sair dessa casa, vai esquecer isso, vai me esquecer... É o mínimo que você me deve, por tudo o que me fez passar e pensar sobre mim mesmo." Eu olhava no fundo dos seus olhos, sem medo algum do que encontraria.
"Eu não..." Eu suspirei. Não teria como fazer isso de uma forma simples.
"Rafael! Se você continuar, eu vou tomar minhas medidas, somos novos mas não crianças... Você sabe o que eu quero dizer com isso." Ele apenas concordou, compreensão atravessando seus olhos castanhos, olhos esses pelo qual achei estar apaixonado um dia, o vi caminhar para a porta, em momento algum ele olhou para trás e isso foi um alívio. Eu não queria ter que lidar com a culpa, de não ter amado o suficiente, de ter usado ele como um escape, de ter me apaixonado a ponto de não perceber todo seu controle sobre mim, não era justo comigo, nem mesmo com ele, que estava errado mas que serviu de rota de escape pra mim. Imaturos, não havia palavra melhor pra resumir nós dois.
Um soluço escapou da minha garganta, eu puxei o ar, era isso o fim, o tão esperado e desejado fim, sorri, mesmo assustado com a situação, sorri porque eu consegui, fui justo comigo mesmo e com Amaury também.
O maior apareceu no corredor, um olhar perdido pela sala, como se procurasse alguém, eu conhecia aquilo, era insegurança, ele estava com medo das decisões que eu tomei, eu sabia reconhecer porque eu agi exatamente assim, a cada nova garota que ele apresentava, eu procurava em seu olhar amor, carinho, paixão... Me perguntando se um dia aquele ciclo de merda seria rompido, se ele me retribuiria.
"Cadê ele?" Amaury perguntou.
"Foi embora." Respondi, indo para seus braços.

Eu sai do banho, entrando em meu quarto e dando de cara com Amaury, já era noite e todos haviam ido embora, considerando que ficamos o domingo todo fazendo nada juntos, todos surpresos ao saberem da vinda do Rafael.
"Ué... Que folga é essa?" Perguntei, o maior vestido apenas em uma bermuda para dormir, assim como eu.
"Aaaaah vai me dizer que não me quer dormindo aqui?" Havia um sorriso convencido em seu rosto e eu forcei minha expressão a continuar séria. Caminhei até ele e segurei seu maxilar entre os dedos, aproximei minha boca da sua, vendo seu olhar descer para meus lábios.
"Não." Sussurrei, pronto para me levantar, mas Amaury foi mais rápido e me puxou, me derrubando na cama ao seu lado, enquanto eu gargalhava das cócegas que recebia em minha cintura, Amaury subiu em cima de mim e me beijou, eu retribui o beijo de bom grado, segurando o maior por sua nuca, enquanto ele mantinha suas mãos em minha cintura, abri minhas pernas para que ele pudesse se ajeitar entre elas, Amaury tirou uma das mãos da minha cintura, para sustentar o peso do seu corpo.
O beijo se aprofundou e eu me perdi em seus lábios, precisamos respirar em um momento e o maior aproveitou para descer beijos por meu pescoço, eu suspirei, arfando em seguida, quando uma mordida foi depositada em um ponto sensível, não pude me controlar e rolei meu quadril contra o do maior, que investiu contra mim, nossos membros já duros pelos beijos e toques que estavam sendo trocados.
"Amaury..." Comecei, sem saber direito como prosseguir. "Eu não quero parar, não quero que seja como aquela noite." Expus meu desejo, eu precisava do maior, por cima de mim, com suas mãos por todos os lados, dentro de mim, eu não aguentava mais não saber como era a sensação.
"Certo..." Ele olhou para os lados, como se procurasse algo.
"Primeira gaveta do guarda roupa." Ele se levantou rapidamente, indo até o armário e pegando o que precisava, jogando ao lado da minha cabeça na cama, mordi os lábios ao ver seu tamanho, marcando a malha fina do shorts.
O maior se ajoelhou na cama, voltando para cima de mim, enrosquei minhas pernas em sua cintura, enquanto nos beijavamos, dessa vez de forma mais intensa, com uma vontade de quem sabia onde queria chegar, nossas mãos explorando o corpo um do outro, tão conhecido mas ao mesmo tempo tão novo, enquanto nos apertavamos, precisando cada vez mais de mais contato, Amaury largou meus lábios para beijar meu maxilar, descendo para o pescoço e deixando um chupão ali, arfei com a sensação da sua boca quente contra minha pele...
Seus lábios desceram mais, indo para meus mamilos, me fazendo revirar os olhos com a sensação da língua e dentes do rapaz na região, eu estava perdido, era impossível não ser viciado nesse homem.
Sua boca saiu da minha pele, ele ficou sobre seus joelhos, seus olhos estudavam meu corpo, me deixando corado diante de todo o calor que aquele olhar trazia, ele transmitia amor, mas também havia uma luxúria ali, que nunca foi experimentada por mim antes.
Ele passou as mãos por minhas coxas, subindo cada vez mais e chegando na barra do meu shorts, puxando o mesmo para baixo devagar, enquanto eu quase implorava pra que ele andasse logo com aquilo, Amaury sorriu e lambeu os lábios, ao perceber que o shorts era a única peça de roupa que eu usava, ele aproveitou a posição que estava para retirar o dele, não pude evitar levar a mão até meu pau, em busca de algum alívio, assim que vi o membro duro do maior bater em seu estômago.
"Eu poderia gozar, apenas vendo você se tocando assim." Eu gemi, colocando mais força em minha mão, Amaury sorriu, eu não tirava os olhos dele, a forma como o maior me encarava me deixava com mais tesão ainda. "Mas eu tenho outros planos pra você amor, então é melhor tirar sua mãozinha daí, não vamos acabar com a diversão antes da hora." Tirei a mão, sem ao menos piscar ou retrucar, apenas o obedecendo.
Amaury voltou para cima de mim, apenas para me dar um selinho, em seguida sua boca já estava em meu membro, brincando com a língua em volta da cabeça sensível, me fazendo revirar os olhos, quando sua boca afundou, tentando engolir todo meu comprimento eu achei que não ficaria melhor, mas Amaury subiu sua mão para meu rosto, seus dedos forçando a entrada em minha boca, quando chupei os mesmos, afim de deixá-los molhados, olhei para ele, vendo o maior parado e me encarando, sorri. Amaury voltou sua mão para baixo, seu dedo me invadindo, enquanto sua boca me chupava, eu estava uma verdadeira bagunça de gemidos e pedidos fora de nexo, Amaury foi inserindo mais dois dedos aos poucos, até achar que eu estava acostumado com a invasão, a dor não sendo o suficiente para acabar com meu tesão.
Amaury não parou de se movimentar e quando seu dedo atingiu minha próstata, no momento em que meu pau bateu em sua garganta, eu senti o orgasmo se aproximando.
"Ahhh...Amaury..." Sua boca saiu do meu pau, me fazendo gemer quando o mesmo entrou em contato com a pele da minha barriga, um ploc molhado, encoando pelo quarto, seus dedos também não se demoraram dentro de mim, logo o maior vestiu a camisinha.
"Você quer que eu vire?" Perguntei, uma carinha nada inocente em meu rosto, Amaury pensou sobre, seus olhos descendo para minha bunda, possivelmente imaginando o que faria.
"Não... Não agora, não desça vez. Eu quero olhar pra você." Eu sorri mais largo, ainda era meu melhor amigo ali, o cara que me amava, claro que na nossa primeira vez ele iria querer olhar para meus olhos.
"Então vem... eu preciso de você, agora." Ele veio pra cima de mim, me beijando.
Quando o maior entrou, eu suspirei com a dor, Amaury deixava pequenos beijos por meu rosto, enquanto eu me acostumava com seu tamanho.
"Tudo bem?" Ele perguntou ao terminar, minhas unhas cravando um pouco em suas costas, meus olhos lacrimejando.
"Tudo sim..." Ele me beijou, um beijo daqueles que te tira de órbita, te faz questionar se as sensações são reais e ter a certeza de que ninguém, jamais, vai chegar aos pés daquela pessoa, a dor foi passando, sendo substituída por uma urgência em querer mais, sentir mais. Rebolei meu quadril, ouvindo o maior gemer em meu ouvido, com o movimento.
"Porra... Diego..." Ele murmurou, enquanto começava a se movimentar, nós dois envolvidos em uma bolha, enquanto o maior estocava com cada vez mais exatidão, o quarto sendo marcado por estalos de beijos e das nossas peles se encontrando, cada vez mais suadas, cada vez em um ritmo maior, mais forte.
"Amor..." Gemi alto, quando seu pau encontrou minha próstata, Amaury deu um sorriso safado, uma de suas mãos servindo como apoio para seu corpo, enquanto a outra se encaixou em meu pescoço, o movimento misturado a leve pressão de seus dedos, me fazendo revirar os olhos, eu comecei a sentir tudo quente de mais, o maior aumentando cada vez mais a força e velocidade, nossos gemidos mais altos, um calor se instalando em minha barriga.
"Eu vou..." Falei, porém não consegui terminar, gozando sobre nossas barrigas enquanto Amaury continuava estocando sem dó, mas logo gemendo mais rouco e gozando também.
"Eu te amo..." Ele falou, depois que nossas respirações deram uma regularizada.
"Eu amo você..." Falei, me sentindo completo, em um estado de felicidade que não havia experimentado ainda.
"Vou cuidar de você agora..." Ele se levantou, nu em todo o seu esplendor, com aquela carinha malditamente sexy de quem havia acabado de foder. Me pegou no colo, estilo noiva, me arrancando uma gargalhada, enquanto me levava para o banheiro.

Veio família...
No próximo, entramos nos últimos 3 capitulos...

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