A FUGITIVA

capítulo 1 -

Domingo, 07/04/2024.

Eu era inocente, não nego. Mas talvez tenha feito algumas escolhas mais que erradas, coisas principalmente. A minha história começou na idade média, e é por isso que vamos voltar no tempo.

Quarta-feira, 26/10/1660
- O início da minha tragédia

Eu era jovem, tinha uns quinze anos por aí, idade já considerada boa para um casamento, meus pais começaram aos poucos com essa ideia, não os julgo éramos pobres e pior camponeses. Vivíamos do que plantávamos, e as vezes a chuva irregular não nos permitia, colher boa parte, ou seja, era mais prejuízo do que lucro. Mas não nego, as vezes nós lucravámos e eu saía para vender na cidade. Foi nessas idas que eu conheci algumas amigas, todas eram idosas, pois a maioria das garotas da minha idade não queriam estar perto de mim, pela minha aparência. Pois naquela época, nós competíamos pela atenção de um homem, principalmente para nos tornarmos a esposa dele. Eu não ligava muito para isso, mas aquelas garotas.. elas chegavam a se auto sabotar. O meu pesadelo começou quando eu conheci ele, mas eu não vou contar mais, vou deixar vocês passarem por tudo, assim como eu passei. Só não se esqueça caro leitor, se apaixonar pela pessoa errada têm um preço.

Issís

Chego em casa, após vender todos os legumes que eu havia levado para vender na nossa barraca, na cidade. Procuro imediatamente pelos meus pais, mas não os encontro. Corro até a plantação, ao bosque, ao poço.. e nada. Aonde eles foram? Aonde eles iriam? Aonde estão? Já está anoitecendo, eu resolvi voltar para casa, no caminho passei por alguns "vizinhos" outros camponeses da região, perguntei pelos meus pais, mas eles falaram que não sabiam de nada, confesso que estou muito preocupada.

*****- Que bom, que você chegou querida! /Falou Larah, uma velha amiga da minha família.

- Você sabe aonde os meus pais estão? Eu não os encontro em lugar algum.

- Eles foram á cidade, comprar tecido para mim fazer um vestido para você. /Estranho, eu já tenho três vestidos, nós usamos poucas roupas, não temos tanto dinheiro para esse tipo de luxuria.

- Mas para quê? Meus pais e eu gostamos, e tínhamos combinado, de poupar o dinheiro.

- Oras para o baile, dizem que há um lorde misterioso que chegou na cidade. Ele veio com o irmão, dizem que é esquisito, está sempre mascarado.

- Quem? Ele ou o irmão?

- O irmão, a minha filha disse que o lorde é lindo.

- Mas faz muito tempo que os meus pais saíram?

- Faz sim, mas já devem estar voltando, não se preocupe. /É muito fácil ela falar isso, não foi ela quem ficou desesperada. Ela me observa - Eu não sabia quando chegaria, na verdade, havia me esquecido que tinha que passar o recado.

- Ah sim, entendo. Tá tudo bem. /Está nada, eu quase infartei.

- Bom, agora que já avisei vou indo. Tenho que começar a fazer as tortas para vender amanhã. Diz indo em direção a porta, e eu acompanho-la até o portão.

- Boas vendas amanhã, tia Larah!

- Obrigada, querida.

Está tarde, e os meus pais ainda não chegaram, acho que eles devem ter ficado pela cidade. Dizem que é perigoso andar na floresta numa hora dessas, e conhecendo os meus pais.. eles jamais andariam.

(...)

Pela manhã, quando eu estava lavando as roupas numa bacia, eles chegaram. Mas as suas faces não mostravam felicidade, isso me preocupa. 

- O que aconteceu? Falo indo na direção deles.

- Dizem que o irmão do lorde que irá se casar. Disse o meu pai /Ele parece ter chorado.

- Mas o que isso têm a ver com a sua cara de choro, pai?

Meu pai pensa em algo, parece estar refletindo muito. Mas quando ele finalmente iria falar, a minha mãe o interrompeu. - Ele não vai fazer mais um baile.

- E isso é motivo de choro? Vocês sumiram, me deixaram preocupada, e quando voltam, me falam sobre baile?

- Sim, o baile era a oportunidade para você se casar com alguém importante. Mas o choro.. ele é porque o irmão do lorde nem quis conhecer as garotas, apenas fez um sorteio com o nome de todas do vilarejo.

- Eu acho melhor, assim as famílias não gastam com vestidos caros, que não vão ter serventia alguma no futuro.

- Mas filha, você foi a sorteada. Diz o meu pai segurando às lágrimas.

- E porque estão chorando? Achei que queriam que eu casasse logo.

- E queríamos, mas não com um homem horrível. Falou a minha mãe assustada. - Dizem que ele é chamado de "demônio" pela sua aparência horrenda.

- Vocês nunca se importaram se eu seria feliz, apenas se seria parte de uma família da burguesia.

- Mas ele quer que o casamento, seja rápido, ele foi bem específico sobre isso.

- Ele já escolheu uma data? Pergunto um pouco assustada, pois um casamento assim, de uma hora para a outra?

- Sim, é para a semana que vem. E ele disse que vai mandar muitos tecidos para você ter várias roupas.

- Credo que rápido, vocês o viram?

- Não, nós fomos recebidos pelo lorde, ele sim é um homem muito educado. Disse o meu pai.

Continua...

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