A ditadura do amor

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Mais um dia comum começa neste ponto do mundo com uma única diferença: hoje é o dia do meu alistamento militar.

É fato que talvez esse não fosse um destino tão ruim, porque uma classe que tem lá seus privilégios são os militares e minha família está muito feliz com isso. Já eu acho que não tem destino melhor que sair desse pais e é isso que vou continuar tentando!

Acordei cedo, arrumei minhas malas e segui sozinha até o ponto de alistamento. Fui razoavelmente bem recebida e segui para minhas instalações. O quarto naturalmente era dividido com outras garotas, cama pequena e não muito confortável.

Troquei de roupa e segui junto aos soldados para as nossas primeiras atividades. Durante a atividade física , um pequeno burburinho começou e logo se tornou um tipo de desespero coletivo. 

Soldados corriam de um lado para outro, entrando em forma, arrumando a bandeira e logo um dos instrutores nos informa que teremos  a ilustre visita da princesa vermelha.

As outras garotas pareciam agitadas, já eu ouvi com bastante indiferença.

Recebemos ordens de ficar em fila e logo podemos ver que ela já estava no quartel. Aos poucos ela foi se aproximando e logo estava passando entre nós.

O seu olhar era frio e parecia vasculhar qualquer coisa fora de "ordem" em nós. Ela se aproximava cada vez mais até que parou em mim e pela primeira vez eu pude ver aquela mulher de perto.

Ela me examinou atentamente , falou algo no ouvido de um sargento e saiu. O homem me lançou um olhar estranho e a seguiu. 

"Mas que diabos ela falou?" - pensei - "será que já estou marcada para morrer?"

Continuamos as nossas atividades do dia até que finalmente a noite caiu e eu pude me recolher. Eu estava literalmente quebrada!

Adormeci até que meu sono foi interrompido com barulhos de tiros , algo semelhante a uma bomba e várias militares entrando no quarto armadas e dando ordens.

"Sejam bem vindas ao inferno, recrutas!" - uma delas gritou.