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Acordei com a claridade da janela batendo no meu rosto e imediatamente me veio na cabeça o sonho que eu havia tido na noite passada. Sorri com aquilo, fazia um bom tempo que eu não sonhava com as gêmeas e havia sido tão... Real?!

Levantei-me e fui até o banheiro, abrindo a torneira e jogando água morna no rosto para despertar e tirar todo o amassado. Eu ouvia vozes vindo do primeiro andar, qual é? Já tinha gente em casa cedo?
Vesti meu chinelo e desci mesmo de pijama, eu estava faminta. Assim que dei o último passo na escada me deparei com o meu pai saindo do escritório ao lado de Maiara e Maraisa.
Pisquei algumas vezes para ter certeza se aquilo era real ou está a tendo uma miragem do céu.
Mas não, não havia sido um sonho, ela realmente estava comigo ontem a noite e hoje logo pela manhã em minha frente.

Me vendo de pijama.

Descabelada.

Com cara de sono.

Com mau hálito.

Assim que meu pai deu mais um passo fora do escritório senti o olhar de Maraisa em mim e um sorriso apareceu em seis lábios.

- Oi Marina. - Ela disse ignorando o que meu pai falava para Maiara.

- Oi Maraisa. - Respondi enquanto ela andava em minha direção.

- Acordamos você? - Ela perguntou parando em minha frente.

- Ah não, eu só acordei naturalmente mesmo. - Sorri sem graça. - Posso colocar um pouco de culpa na fome também.

Ela abaixou a cabeça e riu, voltando a me olhar em seguida.

- Então vá tomar café da manhã. - Ela disse.

- Eu vou... É, eu vou tomar café. - Disse me sentindo ainda perdida com toda aquela situação.

Qual foi, não é todos os dias que você acorda e a MARAISA está em sua casa.

Segui em direção à cozinha e antes que eu entrasse, me virei e fitei Maraisa.

- Você quer tomar café comigo? - Perguntei torcendo a boca em seguida, qual foi Marina? Café?

- Eu já tomei. - Ela respondeu. - Mas agradeço pelo convite. - Então sorriu. Por que ela Sorri assim para mim? É jogo baixo, não pode.

Apenas sorri de volta entrando na cozinha em seguida, me sentei na mesa do café e aguardei enquanto Rose servia os pratos.

- Rose, Maiara e Maraisa estão na sala de casa!!!!! - Disse sussurrando mas com o desespero claro na voz. - Eu nem acordo direito e me deparo com aquelas perfeições, por Deus eu tô no céu Rose! - Ela gargalhou me ouvindo falar.

- Menina eu havia me esquecido que você é fã delas, querida. - Ela se sentou em minha frente enquanto eu comia. - Elas são mesmo muito bonitas.

- Bonita é pouco para definir. - Disse encantada enquanto dava uma mordida no pão de queijo.

- E como foi ontem?

Rose era uma das pessoas que eu mais conversava na casa, ela trabalha na mansão desde quando meus pais se casaram, então ela me viu nascer e crescer, já que minha mãe mal fica em casa, Rose sabe muito mais de mim que meus próprios pais.

- Foi legal, meio tedioso, até elas chegarem claro.

- E o que vocês fizeram? - Ela sorriu animada.

- Nada demais, Maraisa e eu fomos no jardim conversar e Maiara ficou mais por perto de alguns investidores.

- Vocês se beijaram?

- POR DEUS ROSE CLARO QUE NÃO. - Gritei em completo choque com a pergunta. - Ela me achou uma pirralha e ainda disse que me imaginava uma grande mimada, você acredita?

- Por causa de seu pai? - Ela perguntou risonha e eu Concordei levemente com a cabeça.

- Onde minha mãe está? - Perguntei.

- Saiu a menos de 20 minutos com a Lívia.

- Deve ter ido ao shopping. - Respondi revirando os olhos.

Assim que terminei de comer, saí da cozinha e ainda pude ouvir as vozes de meu pai e das meninas ao lado de fora da mansão. Assim que cheguei ao primeiro degrau da escada pude avistar Maraisa de costas conversando com eles, ela vestia um short claro acompanhado de uma camiseta soltinha, as pernas dela foram de longe o que mais me chamava atenção, não conseguia desviar meus olhos de forma alguma.
Então ela deu um abraço em meu pai e assim que se virou seu olhar deu de encontro ao meu.

Ótimo Maria, agora ela vai te achar uma maníaca.

Um sorriso apareceu nos lábios dela e em seguida a voz de Maiara me tirou do transe.

- Tchau Ma! - Ela disse acenando.

- Tchau meninas. - Acenei de volta sentindo minha perna bambear e subi as escadas indo o mais rápido possível em direção ao meu quarto.

Fui até o banheiro e me despi, eu precisava tomar um banho. Fui até o Box e abri o registro, sentindo a água morna cair pelo meu corpo.

Tentei ao menos não pensar em Maraisa e nas belas pernas dela, mas era impossível. Senti vergonha de mim mesma toda vez que vinha algum flash em minha mente na hora que ela olhou para trás e me viu a engolindo com os olhos na escada.

Assim que terminei eu banho, me segueo e vesti a primeira roupa que vi pela frente, ouvindo duas batidas na porta logo em seguida.

- Quem é?

- Querida, sou eu - Meu pai disse. - Preciso falar com você.

Preciso conversar com você. Era esse o tipo de frase que nunca vinha acompanhada de coisas boas.

- Já estou descendo, só vou terminar de me arrumar.

Penteie meus cabelos rapidamente e saí do quarto, descendo as escadas com rapidez.

- Estou aqui Marina. - Ouvi a voz dr meu pai ecoar pela sala de jantar e o avistei sentado no sofá da sala, ao lado de onde eu estava.

- Filha a gente precisa conversar.

- Pode falar.

- Você passou em uma universidade em São Paulo, então você deve saber que irá morar lá, certo?

- Sim, já havia deduzido isso. - Ri fraco.

- Mas alguns de nossos planos mudaram.

- Quais?

- Vamos nos mudar todos juntos, eu, você, Lívia e mamãe.

Engoli seco.

- Por que? E essa casa?

- Eu vou vender. Está tudo bem a gente ir junto? Digo vender a casa e começar uma vida em São Paulo?

- Sim, está... - Respondi um louco insegura. - Mas se vocês estão se mudando porque acham que não tenho capacidade de morar sozinha, por favor, já tenho 23 an...

- Não querida. - Ele riu, me cortando no mesmo instante. - A gente vai se mudar por trabalho meu.

- Trabalho seu?

- Sim, as gêmeas moram lá.

- E o que tem elas morarem lá? - Perguntei franzindo a testa.

- Eu vou começar a produzir seu novo projeto. - Ele respondeu dando seu melhor sorriso.

Oh céus, ferrou tudo de vez.
 

Daylight (ADAP)Onde histórias criam vida. Descubra agora