Da janela do quarto ela o vê passar.
O coração é um mundo que queima.
E dói.
Ele, não a vê ali, escondida atrás da cortina, uma criatura cujos olhos derretem e que, de repente, não sabe mais respirar. Ele não vê como o rosto dela enrubesce feito um pôr do sol de verão, e aquilo a deixa linda. Ele não vê como é incrível - e doce, e assustador - o modo como ela se transforma perto dele.
Ele, não imagina o quanto ela o ama, e o quanto aquele amor parece crescer como uma bola de chiclete sem fim toda noite, quando ela deita a cabeça no travesseiro, fecha os olhos e lembra dele.
Então ele passa e ela suspira, as pernas amolecendo à medida que o ar se vai. O coração é como uma nuvem solitária num céu grande de mais.
E então, ele desaparece na esquina e ela ainda esta na janela, imaginando se ele a viu, se passa por ali e não olha porque sabe que ela esta ai, imagina se ele irá demorar para voltar, imagina se ele pensa nela como ela nele, se ele sente o mesmo quando eles se olham, mesmo que de longe.
Ela só quer saber porque ele ainda não voltou se já se passaram horas e mais horas que ele se foi.
O coração é como e ultima folha de outono que cai. E dói, dói tanto..
A noite, antes de dormir, ela só pensa que queria tê-lo visto mais uma vez, antes de dizer o seu adeus perpétuo.