Eu POV.
Enquanto os meses se passavam e o sistema não me dava missões novas (creio eu que o motivo disso seja porque eu sou jovem demais e não consigo fazer muita coisa com esse corpo molenga), eu passei esse tempo estudando o sistema escondido enquanto agia como um bebê comum aos olhos da minha mãe e da sociedade.
E cara, eu descobri muita coisa.
Pra começar, vamos falar do Inventário, que foi surpreendente. Minha mãe comprou alguns brinquedos de bebê pra mim e eu decidi armazenar eles no inventário para testar como ele funcionava e realmente funcionou. O que eu aprendi nesses testes é que o inventário funciona de forma quantidária e não de massa imaginária (eu nem sei se quantidária realmente é uma palavra mas dane-se, acabei de inventar).
Ou seja, não importa qual objeto seja, se é pesado ou leve, enorme ou pequeno, ele sempre irá ocupar um único slot do Inventário. Ou seja, se eu colocar um carro dentro do Inventário, ele ocupa 1/45, se eu colocar um meteoro junto ele ocupará 2/45, eu posso armazenar o que eu quiser que a única preocupação será a quantidade de espaço no Inventário!!
Outra coisa legal do Inventário era a sua aparência em si, a primeira vez que eu usei apareceu um portal dourado pequeno na frente da minha mão que sugou o brinquedo que estava comigo e depois ejetou ele quando eu queria de volta. Outra utilidade desses portais do inventário era que eles tinham a opção de ejetar os objetos armazenados dentro dele com força, como se fossem projéteis.
Agora eu tinha praticamente os Portões da Babilônia do Gilgamesh de Fate Stay Night! Que épico!
Claro que não era a mesma coisa, afinal, diferente do Rei dos Heróis, o meu inventário não era ilimitado, ele só tinha um espaço de armazenamento de 45 espaços mas isso não mudava o fato de que eu ainda poderia brincar de Gilgamesh.
Outra coisa era que aparentemente esses portões eram invisíveis para outras pessoas, digo isso porque em um desses testes que eu estava fazendo, minha mãe entrou no quarto quando um portal estava aberto. Entrei em pânico por um momento antes de ver que ela não tinha percebido nada, e então o sistema me deu um aviso de que embora os itens sejam visíveis e usáveis para os humanos desse mundo, os portais do Inventário não são. Então se eu abrisse o Inventário e tirasse algum item dele, para as outras pessoas seria como se esse item tivesse aparecido do nada na minha mão.
Isso é... interessante, eu já estou pensando em algumas estratégias para fazer com isso.
Outra coisa que eu aprendi era que é possível [excluir] itens do inventário, sim, excluir itens do inventário. Eu fiz isso quando coloquei um bloco de montar infantil dentro do Inventário e mexendo, acabei descobrindo a opção de excluir um item do inventário, quando testei o bloco infantil tinha simplesmente desaparecido do Inventário e eu tinha ganhado 1 Ponto.
Sim, aparentemente se eu excluir um item do inventário eu ganho Pontos. Era só um Ponto que eu ganhei, mas só isso era melhor do que nada. Eu só tô com uma dúvida, aonde diabos os itens que eu excluo dentro do Inventário vão parar? Eles são literalmente apagados da existência ou vão parar em alguma dimensão proibida?
Será que eu posso guardar seres vivos no meu Inventário?
Enfim, muitas perguntas enquanto eu estou explorando o sistema e muita pouca resposta. Isso é bem frustrante para ser sincero. Embora por eu ser um bebê, talvez seja por isso que estou tendo problemas para explorar o sistema. Eu já tinha reparado que o sistema se limita e evolui junto comigo não só pelos meus status atuais, mas também pela minha idade. E como eu sou um bebê, é claro que eu não vou receber tantas atualizações ou missões, afinal, o que diabos um bebê poderia fazer?
Pra ser honesto, ser um bebê com uma consciência adolescente é um tédio, já que eu não posso fazer nada sozinho.
[Atualização: Nova missão!
Missão: Dê seus primeiros passos aprendendo á engatinhar ou andar.
Recompensa: +5 Pontos.
Fracasso: Nenhum ganho.]
E justamente quando eu estava reclamando que não tem nada para fazer desde que eu renasci, o sistema me aparece com isso! Será que ele está fazendo de propósito? Enfim, pelo menos tenho mais coisas pra fazer e com isso mais Pontos para ganhar, e dessa vez não está aparecendo nenhum limite de data para completar a missão, então posso demorar o quanto eu quiser, uhuuuuuu!
Enquanto eu estou comemorando e meu corpo de bebê reage dando risadinhas, minha mãe está me levando em um carrinho de bebê durante um passeio na rua. Enquanto ela caminha, eu acabei vendo uma mulher loira de cabelos espetados vindo na nossa direção como um carrinho de bebê parecido com o meu.
'Nem ferrando....' Eu pensei surpreso ao reconhecer aquela mulher.
"Mitsuki." Disse minha mãe com um tom alegre.
Sim, aquela mulher era Bakugou Mitsuki, o que significa que aquele bebê no carrinho dela era o Kacchan provavelmente.
E espera- Porque eu chamei o Bakugou de Kacchan? Eu sei que eu sou o Midoriya agora, mas isso veio na minha mente de forma muito natural, o que é estranho já que o Bakugou tá longe de ser um dos meus personagens favoritos. Oh merda, será que ao renascer como Deku, eu estarei mudando minha mente para me tornar igual á ele de tempo em tempo? Misericórdia, eu espero que não.
"Inko! A quanto tempo amiga!" Falou (leia-se Gritou) Mitsuki enquanto dava um sorriso e um abraço em sua amiga.
"Oh meu Deus, esse é o pequeno Katsuki? Ele já está tão crescido." Disse minha mãe olhando para o bebê loiro enquanto eu também olhava.
E meu pai amado, ele era fofo. É estranho eu falar isso do Bakugou mas ele como um bebê era muito fofo, mesmo ele continuando tendo essa cara de pincher com raiva.
"Vamos Katsuki, dia oi ao Izuku." Disse Mitsuki fazendo carinho nele.
O bebê Kacchan- Bakugou, o bebê Bakugou continuou olhando para mim com raiva por alguns momentos parecendo que iria explodir á cada segundo, até que ele de repente parou e fez algo que sinceramente eu não deveria estar surpreso por ele ter feito.
Ele mostrou o dedo do meio pra mim.
"Katsuki não!" Mitsuki gritou parecendo irritada enquanto minha mãe parecia surpresa cobrindo a mão com a boca.
Então é assim né? Beleza.
"I-i-i-zuku!" Minha mãe falou chocada ao me ver repetir o ato.
Sim, eu dei o dedo do meio pra ele. Por fora eu parecia um bebê inocente rindo enquanto copiava o comportamento de outra pessoa, mas por dentro eu estava rindo que nem um sádico pela expressão de choque na cara da minha mãe e da tia Mitsuki. Foi muito engraçado.
"Oh céus, Inko eu sinto muito!" Tia Mitsuki disse parecendo culpada e desesperada ao me ver fazer isso.
Hum, eu também já estou pensando nela como minha tia? Acho que devo tomar cuidado para não deixar a minha "personalidade Midoriya" influenciar meu eu verdadeiro. Ou será que seria o contrário? Por eu ser um invasor desse mundo dentro dele?
Depois disso, o resto foi só minha mãe e tia Mitsuki conversa rapidamente e trocando algumas palavras antes dela se separarem e seguirem caminhos separados. Não tenho a menor dúvida de que quando Bakugou chegar em casa ele vai levar uma bronca da mãe por ter feito isso, e isso me satisfaz bastante.
"I-i-i-zuku...." Minha mãe disse parecendo envergonhada e desesperada.
O motivo disso era que enquanto ela caminhava no parque, eu continuei dando o dedo do meio enquanto estava deitado no carrinho. E todos que passavam ao lado podiam ver um bebê fazendo um gesto ofensivo com a mão.
Pode parecer estranho, mas desde que eu renasci nesse mundo, essa foi a sensação mais libertadora que eu senti.
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Então... eu sou o Deku? - Fanfic BNHA
FanfictionUm garoto de 15 anos acaba morrendo e renascendo no mundo de Boku no Hero como Midoriya. E com um sistema gamer o ajudando á ganhar poder nesse mundo de heróis, vilões, preconceitos, sociedade com falhas e furos de roteiro. O que poderia dar errado...