Joguinhos.
- Lyndice?
Me solto da minha irmã na mesma hora, me levantando.
Benjan.
Droga.- Oi, Benjan. - Lyndice também se levanta e limpa o vestido.
- Quem é você? - Benjan pergunta, me encarando.
Olho para a minha roupa de criada que peguei lá embaixo para me camuflar. Uma criada, não está vendo?
Sinto minha irmã suspirar atrás de mim, nervosa.
Puta merda. E agora?
Se eu o responder, ele vai reconhecer a minha voz.- Eu acho que ela é uma criada, não sei. - minha irmã se força a mentir quando ela percebe o meu silêncio. - Ela me encontrou sentada aqui chorando. - ela continua mentindo, fazendo com que eu olhe de relance para ela. Obrigada, Lyndi. - Ela apenas quis me ajudar, Ben.
Os dois ficam em silêncio e eu fico sem saber o que fazer. Droga, preciso ir embora daqui agora mesmo.
- Por que eu não acredito em você, em? - Benjan chega mais perto de Lyndi, com as mãos para trás, confrontando ela.
Merda.
Observo o seu olhar se desviar para o seu lado direito, percebendo alguma coisa.
Faço o mesmo, me dando conta do que ele viu. Ah, meu Deus.A minha máscara e o meu moletom.
‐ É você. - ele desvia o olhar para mim, descobrindo o meu disfarçe. Droga. - A garota de antes.
- Ops! Acho que deu a minha hora. - tento me esquivar dele.
Ele me barra, impedindo que eu passe.
- Me deixa sair.
- Não. - tento sair de novo, mas ele me barra novamente. - Você não vai fugir, porra. - ele rosna, perdendo a paciência. Depois de alguns segundos, ele se dá conta de alguma coisa. - Espera... - ele arregala os olhos - Você é uma deles.
Ah, meu Deus. Ele descobriu.
Imediatamente dou a volta pela sala, passando pelas caixas velhas e corro em direção a porta para fugir dali.
- Bea! - Lyndice me grita. Porra, não me chama assim!
Pelo o que eu sei, Eletrics são mais rápidos que uma pessoa normal. Benjan poderia facilmente me alcançar em um segundo. Então por que ele não fez isso?
Quando ele me alcança, não tenho escolha, uso a minha mente e foco meu poder nele, o silenciando. Tento limitá-lo e fazer com que ele não consiga andar por alguns minutos. Assim ele não vai poder correr atrás de mim.
- Jesus, o que é isso? - ele cai no chão de joelhos. - Droga!
O meu poder tem duas opções, eu acho. Ou eu silêncio alguém sem mover um dedo sequer, apenas usando a minha mente, ou eu uso a minha mão e lanço energia na pessoa, a silenciando de um modo bem mais doloroso e demorado.
Eu prefiro usar a mente, porque isso confunde a pessoa, sem ela saber o que está acontecendo com o seu corpo por dentro. Mas isso com certeza exije muito mais esforço da minha parte.
A dor aguda reverberando pelos seus ossos deve ser realmente agonizante.Foco em deixá-lo com tanta dor na perna que ele não consiga me seguir.
- Ah, meu Deus! - ele exclama, olhando para a sua perna. - É você quem está fazendo isso? - ele pergunta, sem olhar para mim, agonizado com a dor. - Como caralhos você faz isso?!
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O Sangue do Silêncio
FantastikEssa é a história de uma garota que, ao completar 11 anos, é obrigada a deixar sua casa e sua família para trás, após um ataque surpresa de Eletrics, causando a morte de seu pai bem na sua frente. Sua mãe, antes de ser levada por um deles, pede que...