Capítulo 15

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彡★Capítulo: 15

Aproveitando a deixa que Xariar me deu de me livrar dos meus carcereiros, eu andei direto até o esconderijo de Rosa, o mais discretamente possível. Bem, antes eu tive que passar por alguns obstáculos, por exemplo: eu fiz o caminho inverso que eu tinha feito para entrar no jardim, o que é engraçado ao falar assim, pois a maioria das pessoas parecem estar acostumadas a achar que um Jardim deve ser algo pequeno, porém, se eu fizesse uma lista de adjetivos para dar a esse jardim do Xariar, a última coisa que eu pensaria em colocar na lista seria "pequeno". "Colossal", "Lindo", ou até "exagerado" seriam opções melhores. Aos poucos, vi criados podando algumas árvores e colhendo algumas flores para colocar em jarros, o que me fez pensar se algum deles me viu com Xariar, porque se sim, até a hora do jantar todos já estariam sabendo do meu momento "íntimo" com o sultão no jardim. Passei pela mesma porta na qual eu havia entrado e olhei para os lados, procurando algum dos guardas ou até mesmo as empregadas que vieram comigo, vi ninguém. Subi as escadas correndo, e quando passava por alguém, andava mais depressa ainda, eu não queria falar com ninguém, e para a minha sorte minhas pernas estavam me obedecendo, ainda doía um pouco para andar, no entanto não era tão ruim. Apesar de ainda sentir uma pequena onda de eletricidade passando pelas minhas pernas toda vez em que eu pisava no chão.

Passei pelos corredores e mais uma vez me peguei pensando no quanto eles eram largos e suas paredes incrivelmente ornamentadas, eu gostaria de me aproximar de uma delas e admirar, porém, passei direto e disse para mim mesma que eu poderia fazer isso depois que eu encontrasse a feérica. Vi uma mulher mais ou menos da idade de Duni passando, e me lembrei do seu rosto do harém, não lembrava o seu nome, mas sinto que se eu fizesse um pequeno esforço eu iria conseguir relembrar, porém eu não quis. Tendo em vista sua aproximação abri o diário e coloquei na frente do meu rosto para fingir que estava lendo, passamos lado a lado, porém ela não me percebeu, parecia apressada, e eu passei direto, assim que ela já não estava mais preenchendo meu campo de visão eu saí correndo. Tive que segurar o tecido da minha roupa para não tropeçar, e me arrependi amargamente de ter corrido. Meu corpo logo começou a pedir misericórdia, adicionei na minha lista de péssimas ideias. Se você saiu de um coma, não corra logo depois.

Essa marcha parecia uma eternidade, mas assim que cheguei na frente daquela parede na qual Sherazade já conhecia tanto, eu puxei àquela lamparina com o coração disparado, com medo de que aquela feérica estivesse morta ou algo assim. Mas, quando a parede de pedra deslisou para o lado, eu me deparei com a fada de cabelos cor de rosa, sentada de forma completamente confortável enquanto comia uns negócios que pareciam salgadinhos. Pelo visto eu me preocupei atoa, no entanto quando ela me viu, seu rosto virou o mais puro deboche.

- Demorou hein. - Ela mordeu mais um salgadinho e cruzou as pernas, olhei para esta que até então deveria estar machucada, mas não estava. E fiquei chocada.

- Como? - apontei para a perna e fechei a parede atrás de mim, com magia, os pelos do meu braço estavam arrepiados, como ela fizera isso? Ou melhor como eu tinha conseguido ter feito magia assim de forma tão inconsciente, olhei para a minha mão espantada, depois a balancei e voltei minha atenção para a feérica.

-Nossa, então a querida protagonista aprendeu a mexer com magia? - Mais uma vez ela debochou. - Rosa se levantou com a graça de uma dançarina, colocou a bandeja de salgadinhos em uma cômoda, se abaixou e puxou debaixo do sofá uma caixa ornamentada. Ela a suspendeu sem dificuldades, apesar de parecer pesada. -Eu curei minha perna com isso. - Ela largou em cima da mesa, produzindo um estrondo muito alto, a mesa de madeira tremeu com o peso da caixa e produziu um rangido estranho.

O feiticeiro e o deserto.Onde histórias criam vida. Descubra agora