Narrador pov

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18/02/2022

Todos os membros do grid estavam em um jantar, alguns com as suas respectivas namoradas, para poderem fazer uma despedida ao Sebastian, que estava se aposentando este ano.

A maioria deles estavam sentados em uma mesa retangular, com o nome marcado nos lugares, outros estavam em pé tomando algumas bebidas que o local disponibilizava.  

Charles estava em uma rodinha junto de Max, Pierre, Sebastian e Carlos. Todos estavam bebendo e discutindo sobre a última corrida, os resultados, dificuldades, praticamente todas as experiências que tiveram.

Após um tempo, ele decidiu procurar por sua namorada, Alex, com os olhos, e assim que bateu os olhos nela, ficou completamente paralisado, sem conseguir piscar. O monegasco deixou sua taça cair no chão, fazendo com que todos no grupo olhassem para ele. 

O mesmo estava completamente pálido, sem cor nenhuma, seus dedos tremiam e suavam frio, sua respiração começará a ficar ofegante, ele não piscava, todos os seus músculos estavam tensos.

Quando os outros olharam na direção em que o piloto da Ferrari estava olhando, viram uma cena extremamente chocante, Alex e outro cara aos beijos. Ela estava com a mão em sua nuca, puxando seus cabelos, e ele estava com ambas as mãos em sua cintura.

Logo após verem aquela cena, todos olharam para Charles, que continuava estático.

— Charles... — Disse Seb, preocupado com seu garoto, afinal, aquela vagabunda nunca, nem em um milhão de vidas, mereceria o menino de Seb-

— Eu... eu preciso de um ar - disse com uma voz extremamente tremula, o choro se entalando na garganta, fazendo com que falar, respirar, absolutamente tudo se dificultasse.

 Ele se sentia cada vez mais enjoado, sua cabeça parecia que ia explodir, e ele mal conseguia se sustentar de pé, sua pressão havia despencado de uma forma inexplicável.

Charles saiu correndo de dentro do restaurante, indo em direção ao seu carro. Todos ficaram preocupados, porém, preferiram dar ao jovem um espaço. 

Após poucos segundos, que pareciam mais horas para o monegasco, ele chegou ao carro, começando a destrancá-lo com rapidez e adentrando no mesmo.

No carro ele se permitiu desabar, como se fosse uma criança, ele chorava de forma desesperada, sem conseguir parar. Ele sabia que estava mais distante de sua namorada, ou melhor, ex namorada agora, porém achava que ela estava o dando um pequeno tempo, afinal, o psicológico dele nunca esteve tão ruim.

A culpa é toda minha, eu que não sou bonito o suficiente, eu não sou um bom namorado, um bom piloto, um bom companheiro, eu mereço isso, esse sofrimento, essa dor, eu não devo ter nada bom nessa vida, afinal, eu sou apenas um merda que sempre estava mal, nunca consegui melhorar, não importava quanto tempo passasse, nada melhorava, pensou Charles.

Ele deveria ter engolido todos os seus problemas, ficado quieto e nunca falado sobre eles, afinal, quem ficaria com alguém tão problemático como ele? Ele deveria saber disso, ele não deveria ter confiado nela, não deveria ter colocado todas as suas expectativas em um relacionamento que estava totalmente desgastado.

Quando o piloto da Ferrari percebeu que Alex estava saindo de dentro do restaurante, deu partida em seu carro. Não, ele não aguentaria ter uma conversa com ela, não conseguiria olhar na cara dela, mesmo que isso fosse o certo e o ideal.

Charles começou a dirigir em direção ao seu quarto de hotel, dividido com Seb, a escolha do alemão. O monegasco foi o caminho inteiro aos prantos, sem conseguir parar de derramar lágrimas e mais lágrimas, nem mesmo ele sabia como estava o seguindo dirigir nessa situação.

Die FirstOnde histórias criam vida. Descubra agora