Capítulo 10 - A despedida rasgada

13 0 0
                                    


POV Camila

O final de semana mexeu comigo de uma maneira que eu nunca poderia ter previsto. A expectativa de um compromisso para a vida toda se mistura agora com as lembranças vívidas daqueles dias intensos que passei ao lado dela. Enquanto o anel reluz no meu dedo, minha mente está mergulhada nas memórias daquelas horas compartilhadas.

Ela trouxe à tona sentimentos que estavam adormecidos, uma paixão que eu não sabia que estava faltando na minha vida. O sorriso dela ecoa na minha mente, e o calor do seu toque ainda parece estar gravado na minha pele. Pela primeira vez, me dei conta de que minha vida estava se movendo em uma linha reta, um caminho previsível e seguro ao lado do meu noivo. Mas agora, me vejo diante de uma encruzilhada emocional. Como posso reconciliar esses sentimentos avassaladores com o compromisso que fiz? Como posso ignorar o fato de que, por um breve momento, encontrei um gostinho de paixão que me escapava?

Não quero ter que dizer adeus para ela, paraesse novo mundo de possibilidades que ela trouxe para a minha vida. Ao mesmotempo, não posso ignorar o compromisso que assumi com meu noivo, alguém queconheço desde sempre, mas que agora parece estar em um plano diferente da minhaexistência. As dúvidas me consomem enquanto encaro o anel no meu dedo, símbolode uma promessa que fiz sem conhecer a profundidade dos meus próprios desejos.E agora, sinto-me perdida entre a lealdade e a paixão, entre o conhecido e odesconhecido.

Não sei o que fazer, como navegar por essas águas turbulentas de emoções. A única certeza que tenho é que o final de semana deixou marcas profundas em mim, e agora, enfrento a difícil tarefa de descobrir o que significa para o meu coração e para o meu futuro. As horas ficavam pesadas, a noite de adentrava e o silêncio dentro de seu carro que estava na frente da minha casa estava gritando por desespero por termos que dizer adeus. Palavras não saíam da minha boca e nem da dela, mas sabia pelo seu olhar pesado para a porta do meu apartamento que ela estava sofrendo assim como eu. Eu realmente não sabia o que fazer.

Ela olhou para mim, seus olhos estavam avermelhados, mas não descia uma lágrima, ficamos nos olhando sem parar e meu coração se apertava, era desesperador ter que dizer adeus. Eu não queria.

- Sabe, eu amo essa casa.

- Eu sei que ama. É muito bonita.

- Olha, aquela é minha árvore favorita.

- Onde?

- Ali. – Apontei e ela olhou.

- Eu não consigo ver. – Peguei em seu rosto a mostrando onde estava.

- Aquela coisa triste e solitária? – Ela riu. – Meu amor, melhor derrubá-la. Posso trazer a minha motosserra. – Arqueei a sobrancelha e bati levemente em seu rosto.

- Não se atreva.

- Nunca mais faça essa porra de novo.

- Deveria ficar excitada.

- Está brincando? Excitada? – Ela me olhou de uma forma tão intensa que me deixou excitada.

- Eu vou entrar agora.

- Me bata de novo. – A olhei e ela não havia parado de me olhar.

- O que?

- Me bata de novo e eu retribuo.

- Você não ousaria. – Eu sorri. Ela se aproximou, mas ainda ficando afastada, passou sua mão em meu rosto, a intensidade em seu olhar só aumentava, senti seu tapa em meu rosto e ela mordeu os lábios. Nós rimos. – Doeu. – Falei baixo e sentindo uma excitação tomar conta do meu corpo.

Below Her Mouth - História Adaptativa (CAMREN)Onde histórias criam vida. Descubra agora