Tiredness - Cansaço

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Era um dia ensolarado, de seu aberto, nem parecia que a chuva consumia os familiares e amigos por dentro.

Ele estava arrumada dentro do caixão, pálido, mas ainda com seus belos cabelos loiros, com o suéter que tanto amava, havia pedido a sua mãe para usá-lo.

Meia hora antes do velório começar, amigos e parentes de todos os lugares já haviam chegado no cemitério, a sala que ela estava ainda se mantinha trancada, seria aberta apenas no horário correto. Os amigos estavam cabisbaixos, com olhar caído e os familiares ainda sem acreditar

O horário chegou, as portas se abriram e todos o viram ali, sozinho, deitado, de olhos fechados. A mãe dele caía no choro, os amigos colocavam a mão no rosto para esconder a tristeza em vossos semblantes, porém as lágrimas escapavam pelas mãos, os tios por parte de pai se abraçavam, haviam sofrido uma perda a pouco tempo e agora mais uma. O pai se aproximou, acompanhando da madrasta, depositou um beijo na testa de seu filho e voltou a chorar.

O meio irmão chegou perto, parou no meio do caminho, não conseguiu se aproximar, havia tido tão pouco tempo com ele, só se conheceram poucos dias depois do natal, a dois anos.
Os amigos chegavam perto, tocavam na mão do garoto que estava tão fria, sempre foi fria, avaliavam seu rosto enquanto lágrimas caiam sobre seu corpo

Demorou um tempo até ele chegar, ainda não estava acreditando, a mãe do menino havia postado e por um momento ele pensou ser uma brincadeira de mal gosto. Com passos pequenos, em um grande intervalo de tempo, com certo receio do que veria, ele se aproximou. Sua ficha caiu naquele instante, vê-lo deitado naquele caixão, vestido com a roupa que tanto o elogiava quando vestia.

Tocou em sua mão gelada, uma lágrima escorreu de seu olho, acariciou seu rosto, e desabou em lágrimas. Com quem conversaria agora? Pediria recomendação de livros para quem? Quem estaria com ele sempre que precisasse? Como viveria sem a pessoa da sua vida..?

Após um tempo longo de velório era hora de fecharem o caixão, eles não aceitavam, brigaram com os funcionários, imploraram por mais tempo para se despedir, mas a hora era clara, o caixão precisava ser fechado, e assim foi.

Todos acompanharam o caixão ser levado até a cova, que agora era seu novo lar. Ele foi colocado lentamente dentro daquele espaço tão fundo e com um sinal foi finalmente enterrado. Na lápide o nome completo do garoto, com o ano de seu nascimento e morte, infelizmente muito próximos.

Lírios foram jogados logo acima da sua cova, morreriam enquanto estivessem ali, sem água, sem luz e sem suas raízes.

Assim como ele

Era tarde demais quando enxergaram sua dor, a paz que sempre implorou para ter foi finalmente concretizada. Agora a sete palmos do chão o que os restavam era apenas lembranças.

O "céu" não seria seu novo lar, ele não estaria em um lugar bom, por mais doloroso e injusto que pareça ser, ele está lidando com a consequência de seus atos.

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