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|| BELLA ADDAMS

Sábado, 08:40 AM

 Acordo desnorteada ouvindo um barulho vindo da porta. Esfrego os olhos e tento prestar atenção no barulho, apesar de ainda estar meio desnorteada e sonolenta.

— Sou eu, Megan. Trouxe café da manhã na cama pro casal. — Meus olhos se arregalaram ao ouvir sua voz e o barulho dela batendo na porta de madeira. Eram batidas suaves, então eu tive sorte por conseguir acordar apenas com esse pequeno barulho, ou então ela teria entrado e visto o filho dela dormindo desconfortavelmente no chão, ao invés de estar na cama com sua querida noiva.

 Eu não podia deixá-la entrar e ver como o "casal" estava dormindo. Então inclinei meu corpo para a frente, tentando enxergar Theodore no meio da escuridão que dominava o quarto.

— Ei, acorda! — Murmuro baixo, tentando chamar sua atenção sem que megan ouvisse, mas ele nem sequer se mexeu. — Porra, acorda Theodore. — Eu repito o tom, tentando fazê-lo despertar, mas sem sucesso.

 O barulho da maçaneta girando fez com que meu coração se acelerasse ainda mais. Peguei um travesseiro e o arremessei o mais forte que consegui, fazendo com que Theodore finalmente acordasse com o impacto do travesseiro em seu rosto.

— O que foi caralho? — Ele perguntou com a voz rouca e grogue, passando a mão por sua bochecha, onde eu havia jogado o travesseiro.

 Não precisei dizer nada, já que ele também ouviu o barulho de passos adentrando o quarto. Pelo menos o chão de madeira não servia apenas para dar um ar rústico ao quarto, mas também pra servir de "alarme".

— Vem logo. — Sussurrei em uma mistura de irritação e desespero.

 Ele pegou o cobertor e travesseiro que estava usando para dormir no chão e subiu na cama às pressas. Deixei ele deitar no lado vazio do colchão, nas minhas costas, e aproximei meu corpo do seu, na intenção de deitarmos de conchinha e fingir que estávamos dormindo ou simplesmente que havíamos acabado de acordar (o que, tecnicamente, não é mentira). 

 Dei um gemido de susto, arfando assim que meu corpo encostou no dele e algo duro pressionou contra minhas costas. 
— Caralho, que isso? — Fiz uma pergunta retórica, sentindo um certo constrangimento porque já sabia o que era.

 Ele me puxou pela cintura de forma que eu voltasse a pressionar meu corpo no seu, sentindo aquele negócio duvidoso tocar no finalzinho das minhas costas.

— É de manhã, não tenho culpa de estar assim. — Ele resmungou na defensiva, nos cobrindo com o edredom até a cintura.

 Aquela situação ficava ainda mais estranha se fosse reparar na camisola que eu usava, mas eu preferi ignorar esse detalhe.

 Em questão de segundos depois, sua mãe apareceu segurando uma bandeja de madeira chique, na qual havia diversos alimentos para o café da manhã. Parecia até com aqueles comerciais de margarina.

 Bocejei e fingi estar desnorteada de sono, o que, tecnicamente, não era tanto um fingimento. Eu estava morta de cansaço e sono por não ter dormido bem durante a noite. Demorei muito pra conseguir dormir, já que todas as vezes que fechava os olhos ele me vinha a mente, junto ao maldito sabor de seus lábios. 

— Oh, bom dia senh- Megan. — Eu sorri sem mostrar os dentes e tentei ser simpática, apesar de não ter um dos melhores humores pela manhã. — Isso é pra gente?

— Bom dia queridos, são sim. Eu preparei especialmente pra vocês, considerem como um presente de boas vindas. — Ela colocou a bandeja sobre a mesa de cabeceira e sorriu. — Por que não me responderam quando eu chamei?

Sweet LieOnde histórias criam vida. Descubra agora