Intro

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Preciso começar dizendo que essa introdução pode ser gatilho por conter temas envolvendo ideação suicida, caso seja sensível eu não recomendo continuar.

Edit: esqueci de avisar então vai na edição mesmo, peguei inspiração pra ideia desse livro da biafaita, vão ler as histórias dela. Agora sim podemos começar

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Olá leitor (a/e), tudo bem com você? No auge dos meus 18, finalmente eu me sinto bem, depois de anos me sentindo um estranho alheio a minha própria vida. Preciso começar me apresentando, meu nome é Alex, sou uma pessoa agênero e tenho 18, quase 19. Também há 3 anos descobri a possibilidade de ser autista, e sinceramente isso me assustou de início, mas saber que não sou o único que se sente assim é reconfortante.

Hoje mais cedo eu consultei minha tia pra saber sobre minha infância, tô terminando de recolher informações sobre minha infância pra levar quando eu puder ir no SUS pra dar início ao processo de diagnóstico.

Mas afinal, o que é autismo?

O transtorno do espectro autista é um transtorno de neurodesenvolvimento que afeta a parte social e de comunicação, causando déficit em ambas. Nem todos somos o Sheldon Cooper ou o Rain Man (que nem autista é kkkkk). Existem três níveis de suporte, e não existe "autismo leve, moderado ou severo", existe o autismo e existe a necessidade de suporte que a pessoa precisa.

Quando eu tinha 15 pra 16, viciei em Criminal Minds e The Big Bang Theory, e foi pesquisando sobre o Spencer e o Sheldon que eu tive meu primeiro contato com o autismo. Muitos sites usavam o termo "síndrome de asperger", mesmo em pleno 2021, e durante um tempo eu falava que eu era asperger. Descobrir que o termo tem ligação com um médico naz1st4 que torturava crianças autistas me deixou enojado, como usavam isso como nome de transtorno??? Mas foi retirado em 2013 e se tornou oficialmente "transtorno do espectro autista". E sinceramente, nunca nem tinha se passado pela minha cabeça a possibilidade até então, eu achava (assim como muitos) que só existiam dois tipos de autistas: os incapazes de fazerem qualquer coisa, e os gênios.

A mídia me fez pensar assim por muito tempo, e o masking também nunca permitiu que eu visse quem eu realmente era. Mas atualmente, é um alívio saber disso, não me sinto mais sozinho, eu tô estável, não penso em me suicidar.

Antes de eu descobrir o TEA e o que realmente é ser autista, eu achava que era depressão e ansiedade com umas coisinhas a mais, depois, desconfiei de transtorno de personalidade borderline. No fim, possivelmente TEA nível 1 de suporte, perfil EPD (Evitação de demanda patológica) e com disforia sensível a rejeição.

Eu estou aprendendo a soltar a máscara, reconhecer meus limites e não ultrapassar eles, e ter uma vida confortável e condizente com meu (possível) transtorno.

Strange - Desabafos de uma pessoa diferente Onde histórias criam vida. Descubra agora