Não Posso Me Envolver

01.Vinho e monogamia

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Taylor

Encaro a estrada enquanto dirijo de volta para a minha cidade, parecia que as palavras dos meus advogados ecoavam na minha mente.

_ O acordo foi proveitoso e benéfico para você, Taylor.

Proveitoso e benéfico? Depois de ter vivido dez anos em um casamento, onde depositei a esperança e o desejo de ter uma família, ver tudo isso ser finalizado com assinaturas, me fez querer fugir daquela cidade e esquecer tudo. Meu ex marido depois de anos quis abrir o nosso relacionamento, incluir outras pessoas, mas foi uma ideia que neguei tão rápido quando ele me ofereceu e não me via dormindo com outras pessoas, estando casado e parecia que eu era insuficiente para o Alehandro, depois de tudo que vivemos e bato no volante ao pensar nisso. Doía pensar sobre isso e o segundo baque, foi quando depois de todo esse tempo, ele disse com todas as letras, algo que sempre ficava nublado em suas promessas vazias.

_ Não quero ter filhos e nunca quis, sinto muito e fiz a vasectomia antes de nos conhecermos...

Foi ali que eu desistir da nossa relação, no mesmo dia juntei as minhas coisas e fui para um hotel, me recusei a ficar em um lugar onde os meus desejos seriam continuamente reprimidos, até que eles não existissem mais e Alehandro tentou insistir, mas ele percebeu que não havia mais solução para nós. Apenas concordou com a separação sem criar um caos desnecessário e como um bom advogado, ele agilizou os processos e apenas agradeci por isso, era uma última gentileza, antes do adeus.

Respiro fundo ao ver a placa da cidade "Bem-vindo a Baltimore City, 235 mil habitantes", seria adicionado mais uma pessoa nessa contagem, sorrio e viro a direita obedecendo o meu gps, tinha comprado uma casa ali, na verdade Sue Lincon, uma amiga da época da escola, que era corretora de imóveis e achou essa casa para mim, em menos de uma semana e cuidou de toda a papelada, mobiliou a casa, já que eu não teria cabeça para isso agora.

Escuto a voz do gps anunciar.

_Você chegou ao seu destino.

_Obrigado. - Agradeço como se ele pudesse me responder, estaciono o carro e saio dele, ao olhar para casa, sorrio ao ler a faixa "Bem-vindo, Taylor." Balanço a cabeça e Sue sempre esteve ao meu lado nos altos e baixos da minha vida, assim como estive nos dela e ter a ajuda dela naquele momento, era um alívio.

Entro em casa, olho a decoração que é bem básica, olho a cozinha que era bem equipada e teria tempo para testar receitas no meu tempo livre, ando até o meu carro e pego as minhas malas e as trago para dentro, fecho a porta e levo as malas para o quarto, pego a mala com roupas e itens de higiene essenciais, separo uma roupa confortável e ando para o banheiro, onde tomo um banho relaxante e longo. Saio do banho e passo creme por todo o meu corpo, desodorante e me visto com uma cueca, camisa e shorts confortável, volto para o quarto e desfaço as minhas malas, meu celular toca, atendo e coloco no viva-voz, é a Sue.

_Como foi a viagem? Sei que já chegou.

_Boa, o trânsito estava bom. E nem vou te perguntar como sabe que cheguei aqui. - Afirmo e ela responde animada.

_Bom o trânsito aqui é sempre bom, e liguei para avisar que conseguir uma reserva de última hora no restaurante espanhol novo da cidade, vamos encher a cara e comer bem.

Me lembro que ela tinha mencionado sobre ser um restaurante disputado, que ela ainda não tinha conseguido ir, mesmo depois da sua inauguração e questiono, curioso.