Eu não acredito em redenção com violência. Violência gera traumas e mais violência em resposta. O que você faria se tentassem matar o amor da sua vida?
"Se alguém fizer alguma coisa contra você eu sou capaz de cometer uma loucura."
ATENÇÃO: Aviso de apologia a violência, morte intencional, violência, preconceito e agressão verbal.—————☆•••☆—————
Kelvin entra na sala do hospital com a boca seca. Ele não conseguiu fazer nada além de esperar sentado no banco duro o fim da cirurgia do seu namorado, ele relembrou de todos os momentos que passaram juntos sem saber se eles seriam memórias do que já tinha passado ou se seriam lembranças gostosas de dividir no futuro, lembrando de uma fase que os dois já tinham deixado pra trás.
Sua cabeça doía um pouco de tanto chorar, mas ele se lembrava de respirar fundo e continuar andando.
Quando abriu a porta congelou no lugar, Kelvin sentia uma dor tão profunda, seu nariz incomodava ameaçando chorar mais uma vez. Ramiro estava tão ruim quanto se lembrava, só estava mais limpo e com um aparelho que parecia olhar Kelvin e o falar " Ele está vivo."
Kelvin andou até o lado de Ramiro e levou uma mão ao peito. Doía tanto, como alguém teve coragem? Como? Ele cruzou os dedos e levou as mãos a boca como se buscasse forças nele mesmo, até porque só tinha ele ali, ninguém veio, ninguém o ajudou nas horas e horas que passou congelado na recepção daquele hospital. Caio o acompanhou e prometeu voltar por sua noiva, não pelo homem a beira da morte abandonado na estrada por seu pai.
Respirou fundo olhando pra cima pedindo forças pra quem quer que estivesse o olhando, pra quem quer que estivesse do seu lado naquele momento de abandono e pavor. Kelvin se apoiou na beira da maca com medo de encostar em Ramiro e piorar a situação.
—Rams — Chamou com a voz tremida e soltou um soluço. —Rams
Kelvin levou a mão a boca pra não morder a boca mais uma vez.
—Sou eu, Kevinho. Ramiro... — A mente de Kelvin começava a maltrata-lo dizendo que ele não acordaria, era o fim.
—Kevin? — Ramiro disse baixo e dolorido pela garganta arranhada, doía falar, mas ele precisa de certeza que seu Kevinho tinha chegado, que ele estava bem agora.
Kelvin soltou a respiração que ele não sabe quando começou a segurar, o alívio de ouvir a voz de Ramiro o fazendo querer agarrar aquele homem e implorar pra ele não fazer isso mais uma vez por que ele não ia aguentar passar por isso de novo.
—Kevin, ocê tá aí? Ce tá aí? — Ramiro disse rezando pra não ser outra alucinação como quando ele estava no chão frio e conseguia sentir uma sensação tão boa quanto as mãos macias de Kelvin o fazendo dormir pra acabar com toda aquela dor. Na hora ele agradeceu ao anjo Kelvin por fazer isso por ele, mas a dor agora não diminuía e ele ainda ouvia a voz dele o chamando então talvez...
Kelvin não aguentou e deixou mais lágrimas descerem. Ele acenou com a cabeça várias vezes, mesmo que Ramiro não pudesse o ver.
—Tô, tô aqui. – Kelvin disse baixo. Ramiro tentou estender o braço pra segurar em Kelvin, o segurar perto dele, mas seu corpo não o respondia como ele queria
—Kevin — Ramiro disse choroso — Eu pensei que não fosse te ver nunca mais.
Ramiro chorou e Kelvin negou várias vezes.
—Ce tá aí? — Ramiro perguntou mais uma vez querendo ouvir Kelvin, sendo sua voz a única coisa que ele tinha pra sentir Kelvin com ele agora.
—Tô—Kelvin segurou outro soluço, ele queria se sentar e voltar a chorar como estava fazendo até agora, mas se manteve forte, manteve a voz firme pra passar segurança pra Ramiro.— Eu nunca saí daqui, não vou sair daqui, eu tô aqui pra te proteger pra... pra ficar com você.
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O Troco
FanfictionO que você faria se tentassem matar o amor da sua vida? Kelvin não vai deixar barato.