All for you - Draco Malfoy

capítulo 07

Alya Potter

Despertei quando senti certo movimento na cama, abri os olhos devagar observando o loiro ao meu lado. Apesar de ter trocado de posição, Draco continuava em sono profundo.
Olhei para o relógio ao lado da escrivaninha vendo que marcava quase cinco horas. Me descenciliei de seus braços e calcei meus sapatos novamente. Antes de sair do quarto, eu deixei um beijo na bochecha de Draco.

Quando cheguei ao meu dormitório não quis acender a luz para não acordar Pansy, porém, parecia que a garota já estava acordada. Ela estava encolhida, e fungava de dois em dois segundos.

— P, tudo bem? — Eu sussurei, com medo dela estar dormindo e os barulhos estarem vindo de outro lugar.

Não houve resposta, talvez ela realmente estivesse dormindo e eu não queria acorda-la fazendo barulho, então apenas retirei os sapatos e me deitei com vestido e tudo.

— Aonde você esteve? — Pansy levantou a cabeça e me encarou, sua voz estava embargada e falhou no final da frase.

— No jantar. — Respondi somente. — Você está bem ?

— Você estava no jantar até esse horário ?

— Sim. Ficamos conversando. — Respondi torcendo para que ela não pergunte ao Zabini e ele me desminta. Me sentei em minha cama, com as mãos em meu colo, encarando a garota.

— Precisei de você. — Ela disse com a voz falha, como se estivesse tentando segurar o choro.

— O que aconteceu? — Sussurrei preocupada, levantando-me do meu lugar e indo em direção a sua cama.

Quando me aproximei e me sentei ao seu lado, tocando em seu ombro, Pansy desabou, ela começou a chorar e a princípio eu me assustei, em quatro anos de amizade eu nunca havia visto a Parkinson chorar, nunca, nenhuma lágrima.

— Amiga. — Eu abracei Pansy sem saber o que dizer. Eu acariciei seus cabelos. — O que aconteceu?

Pansy fungou tentando se acalmar, mas toda vez que abria a boca para falar voltava a chorar compulsivamente.

— Calma. — Me levantei rapidamente, apenas para alcançar o copo de água que ficava na escrivaninha da morena e entrega-lo a ela.

Pansy bebeu a água e fixou seu olhar em um ponto específico do quarto. Lágrimas ainda caiam de seus olhos, mas estava silencioso. Sua dor estava silenciosa. Lágrimas, lágrimas e mais lágrimas. Meu coração se partiu ao ver como Pansy estava machucada por dentro.  Ela tocou em minha mão e só então eu percebi como ela estava trêmula. Para ela desabar na minha frente, algo muito ruim estava por vir.

— O que aconteceu?

Parkinson puxou o ar, quando ela abriu a boca seus lábios tremeram e com a voz abatida e baixa ela respondeu

— Recebi uma carta do meu irmão.

Eu tentei sorrir, achei que isso pudesse ser algo bom. Pansy nunca falou muito sobre a sua família mas o pouco que ela falava dava a entender que eles eram a família perfeita.

— Isso não deveria ser algo bom?

— Não. — Seus lábios se mecheram, mas nenhum som foi emitido.