Coletânea de contos e poesias

Pensamentos de uma madrugada

Será que sou forte?

Faço tudo o que quero

Mato quando me irritam, como o que quero quando quero comer, eu luto e venço e me deixei perder as vezes

Mas será que isso é ser forte?

Sou sozinho, não possuo muitos amigos; mesmo em tantas possibilidades e mundos, nunca, nunca sequer tive o vislumbre de chamar alguém de meu amigo

A ironia de ser forte é ser preso pelo próprio poder? Não brinca comigo!

Não...

Sou só por escolha

Eu lembro ainda daquele vislumbre do futuro, de seu vestido negro e maneira livre com que dançava

Muito além donde estou

Ainda me pergunto pela minha mente, será que me limito porquê quero ou porquê é necessário?

Isso é chato, tudo isso é!

A única coisa que queria era poder me divertir de verdade, mas só me resta uma dupla dose de tristeza e solidão

Queria eu ser humano novamente, poder viver tranquilamente, trabalhar e sustentar minha família

Ainda choro ao lembrar de minha esquecida amada levada à glória

Ainda me sinto morto, mau, horrível, ainda me sinto... Nada e tudo ao mesmo tempo

Mesmo agora, mesmo depois de eras ainda lembro. Mesmo ainda, nesse exato momento, ainda queria poder me lembrar quem eras e qual era o teu rosto

Minha mente se fragmenta em mil pedaços e se reconstrói a cada instante para se quebrar novamente

O horrível e boníssimo se misturam nessa mente que não para por um só momento

Queria voltar?

Talvez sim, talvez não...

Infinitos mundos me esperam ordenar, coroas são lançadas aos meus pés

Eu crio e destruo o que quero, mas ainda será isso força ou somente uma demonstração fútil de poder?

Eu ainda quero ser amado e amar, ainda minha alma é humana, ainda compreendendo ser divina e não só mais carne e osso para a representar

Conforme ando nesse pequeno gramado, uma suave música, o bater de asas de um anjo.

Um abraço caloroso e um profundo choro