Torneio - Parte 5

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Narradora-Gallel

Estava encolhido em um lugar todo escuro, as vozes sussurrantes ecoando ao meu redor, lançando dúvidas sobre minha capacidade de ser o maior herói. Cada palavra cortava como uma lâmina.

Você sempre decepciona.

Nunca vai conseguir salvar ninguém.

As vozes insistiam, como sombras sussurrantes, tentando minar minha confiança. Mas eu me recusava a acreditar nelas. Lentamente, ergui-me, fechei os olhos, concentrando-me na voz interior que sempre me guiou. As vozes continuavam a sussurrar, mas eu as ignorava. A teimosia queimava dentro de mim como uma chama inextinguível.

Nunca vai conquistar seus sonhos...

Num instante, girei-me na direção do sussurro e sem hesitar, desferi um soco direto na cara da criatura, vendo-a recuar. O lugar escuro começou a falhar, a escuridão cedendo à luz. A resistência às vozes estava funcionando. Lentamente, a cena mudou, e eu voltei para o corredor de pedra. Encarei o ser sombrio com um olhar sério.

Ser

Mas o que!

Gallel

Eu nunca vou desistir dos meus sonhos, se um dia eu fizer isso, estarei desistindo de mim mesmo, e das pessoas que eu amo! 

O ser avança em minha direção e sem me mecher ele para na minha frente, perto do meu rosto. Continuo o encarando sério. Eu conheço esse ser, é um bicho papão, ouvi falar deles, o único meio de ataque é o medo, sem isso, eles nem encostam em você.

Ser

O...oque

Gallel

Eu não tenho medo de você 

Falo e então lanço meu Buff nele. Sabe aquela carta em que jogamos e escolhemos a cor? Então, ao usá-la nele, seu corpo começa a criar uma mistura de vermelho, azul, amarelo e verde, como se dentro dele estivesse acontecendo uma festa. Ele se afasta de mim e, segundos depois, explode.

Odeio esses tipos de vilões

. . .

Narrador-Draco

Eu estou, naquela cela sombria, com o silêncio pesando sobre meus ombros. Meus pensamentos se perdiam, e eu encarava o chão frio, absorvido por uma introspecção profunda. A monotonia do ambiente só era quebrada pelo eco ocasional de passos distantes ou pelas grades que pareciam sussurrar segredos sombrios.

Foi então que algo despertou em minha mente. Uma lembrança dos meses que compartilhei com meus colegas veio à tona. As risadas, os desafios, as vitórias e derrotas; tudo isso se mesclou em minha mente como se fosse uma vida passada. Mas, de repente, a ficha caiu. Eu estava no torneio. Uma sensação elétrica percorreu meu corpo.

Levantei juntando as mãos. Uma concentração profunda precedeu a manifestação das sombras, meu poder inato. Ao liberar esse poder, as sombras ganharam vida ao meu redor, envolvendo a cela em uma escuridão.

A cela parecia ganhar voz, murmurando em resposta ao meu controle sobre as sombras. Uma sinfonia sutil de tons sombrios ecoou pelas paredes.

Foi nesse momento que percebi algo peculiar. Minha própria sombra estendia-se não apenas no chão, mas também se conectava a um ser escuro, uma entidade que pairava nas sombras.

A voz dessa entidade sussurrou em minha mente, como se minha própria sombra se tornasse uma extensão dessa presença desconhecida. Uma troca de olhares entre nós indicou que esse ser sombrio estava ligado a mim de uma maneira que eu ainda não compreendia totalmente

Ascensão de heróisOnde histórias criam vida. Descubra agora