Presente de Natal

Epílogo

22 de dezembro de 2024

09:27 da manhã

Kelvin acordou sentindo um peso sobre si e uma mão espalmada sobre seu peito. Ele sorriu se aconchegando mais ainda naquele abraço gostoso e abriu lentamente seus olhos, despertando naquela conchinha. Ele se virou no abraço e jogou sua perna por cima do homem grande do seu lado. Tanta coisa tinha acontecido em um ano. Tanta coisa tinha mudado pra melhor.

— Você tá fazendo aquilo de novo. - Ramiro acusou ainda de olhos fechados e num tom preguiçoso. Kelvin riu e o empurrou se deitando sobre ele. — Amor...

— Vamos acordar, já são dez horas. - Kelvin se aproximou e deixou um selinho nos lábios do namorado. — Vamos vidinha, acorda. - Ele deu outro beijinho, no queixo dessa vez, e depois outro no pescoço, logo sorrindo sentindo a mão de Ramiro subir para sua cintura e a outra enganchar atrás da coxa.

Ele os girou na cama. — Você me beijando assim eu acordo rapidinho. - Kelvin sorriu passando seus braços pelos ombros dele e o puxando para um beijo preguiçoso e quente. — Que manhã gostosa. - Disse ouvindo um gemido manhoso.

— Não temos tempo pra isso, prometemos a Luana que iriamos ajudar ela com as compras de manhã e já estamos uma hora atrasados.

— Luana já está acostumada com nossos atrasos. - Ele o beijou no pescoço e Kelvin apenas sorriu jogando a cabeça para o lado aproveitando o beijo ali. — A gente pode ficar aqui pra sempre.

Kelvin se lembrou da primeira vez que dormiram juntos, e daquela tarde no café em que se conheceram. Parecia que os planetas estavam finalmente se alinhando e permitindo que a felicidade chegasse em seu coração.

Naquele dia, no ano passado, a conversa rendeu tanto que mal perceberam que já estavam na casa do mais velho, este tomou um banho, uma vez que ainda estava cheio de açúcar. Kelvin foi facilmente convencido a ficar para o jantar, a dinâmica entre eles era tão fácil e simples, a conversa apenas flui, como se já se conhecessem de outras vidas. Era tudo confortável e instigante a querer ficar.

Ramiro cozinhava alegre, falante, Kelvin o observava servindo simpatia como tinha prometido por mensagens, apesar de estar cansado pela longa viagem, não queria que aquele dia acabasse, não queria dormir e perder aquilo ou perceber que fora tudo um sonho. Eles estavam se conhecendo ainda, mas aquele sentimento de finalmente estar em casa os atingiu sem ressalvas, e eles abraçaram sem medo.

Algumas taças de vinho depois, ambos na varanda, a música tocava suavemente de fundo, a brisa da noite os refrescavam daquele calor todo, daquela urgência do toque, da proximidade dos corpos.

Ramiro se aproximou de novo com a garrafa oferecendo mais, o clima entre eles era extremamente palpável. Kelvin estendeu sua taça e subiu seu olhar mesmo tendo a cabeça levemente inclinada para baixo. Talvez fosse o álcool que o deixou mais ousado, ele pegou a garrafa da mão do outro, e a deixou na mesinha lateral que havia ali, juntamente com suas taças, e voltou para perto dele já o envolvendo com seus braços.

O beijo molhado com gosto de vinho e saudade. Ramiro o impulsionou para cima e rapidamente Kelvin o enlaçou com suas pernas. A parede fora usada como apoio e a madrugada seguiu com o barulho de seus corpos envoltos por gemidos e suor como trilha sonora.

Na manhã seguinte Kelvin acordou sentindo o raspar da barba do outro em suas costas deixando beijos por ali, ele sorriu sentindo todo seu corpo nu naqueles lençóis brancos e macios. O ruivo sentiu um peso ao seu lado e se virou agora já totalmente disperso. Ramiro usava apenas uma boxer preta e estava colocando uma bandeja no seu lado da cama.

— Bom dia. - Ele disse mais rouco que o normal, Ramiro sorriu e deixou um selinho em seus lábios. — Eu conheço você? - Kelvin perguntou com um sorriso bobo enquanto se sentava na cama.