Minha Chance (GiyuuTan - 2° Temporada de Meu Sol)

O Luto - Parte 1

É curioso como nós, meros seres humanos, temos consciência da finitude da nossa existência, sabemos que a morte chega para todos um dia, mas definitivamente nunca estamos prontos para ela.

As perdas são aterrorizantes, causam desespero, lágrimas, arrependimentos... São reações comuns e até necessárias para superar a tristeza profunda causada pela morte de alguém querido. São poucos os que estão preparados para lidar com as perdas.

O luto é um processo que se inicia a partir da perda de uma pessoa querida. A pessoa enlutada entra em um estado de recolhimento, onde passa por ciclos necessarios para a superação da perda. Durante esse período é comum que a pessoa enlutada sempre aparente estar triste, tenha crises de choro sem nenhum gatilho, se recuse a sair de casa ou perca o interesse em atividades que antes amava. Embora dolorosa, essa experiência é de suma importância para que a pessoa possa retornar a realidade.

[...]

1° Fase do Luto - Negação/Isolamento

A primeira reação ao ouvir a notícia da morte de alguém amado é rejeita-la. "É impossível", a pessoa pensa. A negação tem como principal objetivo proteger o enlutado de uma verdade incoveniente, a qual pode desestrutura-la psicologicamente. Um mecanismo de defesa.

É o que a maioria dos ômegas fazem, mas Tanjiro passou por essa fase no hospital quando acordou com Tomioka ao seu lado, ele negou, chorou, se desesperou.

Mas a fase de isolamento o afastou de todos. Ele não falava com Zenitsu ou Inosuke, evitava falar com os irmãos, passava a maior parte do tempo dentro de seu quarto, chorava junto ao Hiro dia e noite, mal dormia porque sem feromônios alfa, o filhote não se acalma tão facilmente, também não comia, deixando Nezuko extremamente preocupada.

A ômega mais nova estava se virando para cuidar dos irmãos mais novos, afinal sua mãe também está sofrendo com o rompimento da marca do parceiro de anos de casamento.

Trancada no quarto a semanas, com crises de choros consecutivas. Kie estava desesperada, não sabia o que faria com seis filhotes... sendo um com marca rompida como ela e um bebê sem os feromônios do pai. Precisaria trabalhar em dois empregos. Nezuko também poderia trabalhar. Sabito continuaria com as sessões de fisioterapia? Kami-sama, como cuidaria da saúde dos filhos?

Tanjiro estava deitado em seu quarto de costas para a porta, ele está de lado então Hiro está a sua frente, ele olha fixamente para o filhote e acaricia suas bochechinhas rosadas enquanto o bebê dorme tranquilamente, coisa rara de se acontecer desde a morte de Kyojuro.

- Onii-chan? - Tanjiro suspirou e virou a cabeça em direção a porta encontrando Nezuko - Tomioka-san está aqui - imediatamente ele fechou a cara e se sentou.

- Merda. - se levantou - você pode olhar ele pra mim por favor?

- Hai - Nezuko entrou em silêncio, sabia como o sono do filhote era leve.

Tanjiro saiu do quarto bufando, já estava sendo costumeiro Tomioka aparecer em sua casa quase todos os dias trazendo dinheiro para as despesas do filhote, mas Tanjiro estava começando a ficar irritado.

- Veio vê-lo? - cruzou os braços após descer as escadas que já dá de frente para o hall.

- N-nao... eu só trouxe... - Tomioka segurava algumas notas de valor alto estendendo para o ruivo, mas Tanjiro sequer deu tempo para que ele terminasse de falar, deu um tapa forte em sua mão fazendo com que as notas se espalhem pelo chão

- Ele não precisa de dinheiro! Precisa do pai! - Tomioka paralisou, essa palavra: "pai", ainda o da arrepios.

Era sempre assim, ele vinha, ignorava o fato de ter um filhote e entregava dinheiro para Tanjiro na intenção de ajudar com as despesas, eles não avisaram nenhum assistente social afinal Tomioka concordou em deixar o filhote com o omega, ele sabe que o ruivo seria uma boa mãe para seu filhote. Mas acreditava que nunca seria um bom pai sem o Sabito ao seu lado. Para seu lobo, a morte de Sabito foi culpa do bebê. Algo comum de acontecer, são raros os pais alfas que aceitam cuidar de um filhote sozinhos sem ressentimentos. E Giyuu, apesar de amar o filhote, não queria toca-lo por medo de sentir repulsa de seu próprio filho.