Capítulo 4

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Eu, Christian Grey, ciente das regras que regem o BDSM declaro por pura e espontânea vontade, que a partir de hoje, me torno Escravo da Sra. Anastasia Steele."

 Sim, claro, "pura e espontânea vontade". Só se for pura e espontânea pressão.

 Prometo, a partir de hoje, cumprir minhas obrigações como Escravo e isso inclui:

 Fazer tudo que minha Dona mandar. Submeter-me a todos os desejos e loucuras;

 Dispor do meu corpo no momento, do jeito e da forma que meu Dona quiser;

 Adorar o corpo de minha Dona todos os dias;

 Permitirei que minha Dona me humilhe, se for sua vontade e desejo;

 Tratar minha Dona da forma mais respeitosa possível sob o tratamento de "Senhora".

 Usarei coleira como símbolo de posse a todo momento para demonstrar ser propriedade de minha Dona, não tirando em hipótese alguma;

 Serei o animal de estimação de minha Dona;

 Aceitarei ser amarrado, acorrentado, enjaulado, usar acessórios ou objetos no momento e no local em que ela desejar;

 As regras do contrato estavam me deixando tonto, minha visão estava turva e eu estava suando frio. Ranjo os dentes.

 — Você acha que eu vou aceitar essa porcaria? — grito batendo na mesa com meu punho fechado. Anastasia, como sempre, apenas abre um sorriso e uma risada maligna.

 — Sim. — uma resposta simples e curta que fez meu coração gelar. Como ela é capaz de ter tanta certeza? O que ela tem na manga?

 — Nunca mais entre em contato comigo Anastasia, se você se atrever a pisar próxima da minha empresa eu vou ligar para a polícia. Adeus.

 Eu me levanto, tento sair pela porta da frente mas ela está trancada. Eu sou muito estúpido. Anastasia se levanta e a destranca para mim.

 — Tenha um ótimo dia, Christian.

 Eu saio furioso, quase batendo o pé. Quem ela pensa que é?

 Desço as escadas e saio do prédio atordoado pela situação. Entro no meu carro e por alguns segundos, seguro o volante, apertando-o forte. Balanço a cabeça e digo a mim mesmo que não deveria perder tempo com essa bobagem. Ela não vai e não capaz de me manipular. Ligo o carro e saio dirigindo pelas ruas com uma velocidade um tanto quanto desenfreada.

 Entro em minha mansão e vou direto para a geladeira, pego uma cerveja gelada e viro a lata em poucos segundos. Jogo a lata em um canto aleatório com raiva. Pego outra lata e viro de novo. Isso se repete algumas vezes. Estava tão bêbado que nem me lembro. Me arrasto para o sofá e o abraço. Sinto meu rosto meu rosto molhado e sem perceber, me vejo chorando. Eu vou perder tudo por causa de uma merda de universitária. Uma universitária!

 Sem perceber, caio em em um sono pesado estampado pelo rosto de Anastasia. A maldita bruxa que invade meus sonhos. No dia seguinte eu olho meu relógio e me espanto. Já eram três horas da tarde e, claro, eu perdi uma reunião, talvez era importante, talvez não. Isso importa?

 Levanto meio grogue e com bastante dor de cabeça, pego o meu celular e por mania entro no Twitter. Fico curioso, vou atrás dos trending topics e... Que merda é essa? "Suposta foto de bilionário é vazada". Meu coração quase sai do peito e rapidamente clico na notícia. Por sorte ou azar, não fui liberto do meu purgatório. A foto era a que fiz no ensaio fotográfico, mas apenas mostra metade de meu rosto. Anastasia estava lentamente me torturando.

 Jogo o celular para longe, já que posso comprar outro de qualquer forma. Coloco as mãos na cabeça e ando de um lado para o outro, tentando recuperar minha sanidade aos pedaços. Vou acabar com isso de uma vez por todas.

 Subo para o segundo andar, tomo um banho e saio da mansão. Ligo o carro e rapidamente me dirijo para aquele prédio horroroso. Subo as escadas e bato violentamente na porta do apartamento 453. Ela abre, mas antes de ela conseguir esboçar um sorriso, eu entro furioso.

 — Quem você pensa que é?

 Ela se aproxima e me coloca contra a parede. Nos encaramos com olhares sérios, nunca a vi de modo tão intenso antes, seus olhos frios e intimidantes mais uma vez me assustavam. Ela segura minha gravata e me puxa para mais perto. Antes que eu perceba, ela estava me beijando. Sua língua invadiu minha boca e me sufocou, rapidamente fecho os olhos e os aperto torcendo para isso ser um sonho... Não! Um pesadelo. Ela segura minha cintura e a aperta, me envolvendo em seus braços. Tento a empurrar, mas ela é... Surpreendentemente forte?

 Finalmente ela me solta e eu posso respirar. Sentia minha cabeça ferver e sem ao menos notar, sentia algo pulsando em meu corpo.

 — Sou sua Dona.

 Ela realmente é uma bruxa, que me hipnotizou. Ela me entrega uma caneta e o papel. Sem pensar muito eu assino.

É isso que me resta? 

Fifty Shades of SteeleOnde histórias criam vida. Descubra agora