New York, EUA
16 de abril de 2023.Meus dedos deslizam vagarosamente pela tela do celular. O champanhe que haviam me dado já começou a esquentar. Estou entediado pra caralho, e até mesmo um pouco irritado. Talvez fosse pelo fato de ter acabado de levar um bolo do meu acompanhante. Na verdade, o primeiro bolo em toda a minha vida. Afinal, nunca saí com ninguém a sério, com convites e todas essas merdas idiotas, normalmente acabo por conhecer alguém em algum lugar aleatório, mas quando eu finalmente decido sair com alguém decentemente, acabo por ser deixado plantado feito um retardado.
Maldito Hernandez.
Suspiro pesadamente, olhando todos à minha volta. Para falar a verdade, esse nem mesmo é um lugar realmente decente para um encontro, então não posso culpar Chase por não ter dado aquela maldita cara bonita.
A festa de quinze anos da minha irmã por parte de pai, Mika, é entretenimento apenas para ela própria e seus amigos que eu certamente não gosto. Adolescentes cheios de si próprios, que se acham maiores do que são. Detestáveis, na minha opinião, mas o que posso dizer? Vinte e seis não é um número tão acima assim.
Pelo menos eu espero que não.
Entretanto, já cansado de tudo isso, e obviamente com a porra do saco cheio, me levanto, deixando meu champanhe quente na mesa, e começo a ir em direção ao bar, que foi reservado por meu pai, sendo estritamente para nós, os maiores de idade, enquanto os menores tem de se contentar com refrigerante.
Peço whisky, e observo sorrateiramente cada um dos convidados. Era óbvio que o outro lado da família de Mika estaria presente, mas nunca imaginei que os Ackerman's fossem tão semelhantes e, de alguma forma, sinistros num nível absurdo. Mika possuía traços de indiferença em seu comportamento, mas herdou uma alegria generosa deste outro lado da família, já que, dentre tantas caras pálidas e fechadas, minha irmã é a única Ackerman que rir e conversa de maneira leve e espontânea.
Pelo menos, a única que minha vista havia alcançado até este momento. Sou pego de surpresa quando percebo um olhar sob mim. Sinto um arrepio percorrer o meu corpo, e então, meus olhos encontram a cor azul cinzenta. Cortante. De tirar o fôlego.
Um rapaz, com a aparência bem jovial, cabelos negros e olhos tão estreitos que parecem fechar-se quando um sorriso indescritível se desenha por sua face levemente corada por conta do álcool, que presumo que está a beber.
Me sinto, de alguma forma, completamente vulnerável com aqueles olhos em mim. Sua pele pálida veste um terno acinzentado, e os cabelos negros a caírem por seus olhos o deixam ainda mais atraente do que é.
Com um pequeno sorriso presunçoso em seus lábios, vejo que começa a dar passos em minha direção, me fazendo arquear uma sobrancelha. Por mais atraente e convidativo que seja o rapaz, não perderia meu tempo com pirralhos, porque, mesmo que esteja a beber, o filho da putinha definitivamente não chegou aos dezoito.
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Olhos azuis cinzentos (+18)
FanfictionNa festa de quinze anos de sua irmã, com todas as caras pálidas e rígidas do outro lado da família, e um bolo bem dado de seu acompanhante, Damon não esperava o que se seguiu ao decorrer da noite. Mas, afinal, quem não arrisca, não petisca. One-shot...