LISBETH SULLIVAN
— Lisbeth, querida. O que faz aqui? — Sarah questionou no momento em que abriu a porta. — Desculpe, é bom te ver. Só estamos um pouco...
E lá estava o grito raivoso e estridente de Harry novamente.
— Estou aqui pelo Harry, posso entrar?
A senhora Stanford abriu mais a porta e deu passagem, deixei a minha bolsa em cima do aparador que ficava na entrada da sua casa e segui pelo corredor, me deixando ser guiada pelos gritos. Subi as escadas e andei mais rápido até o quarto de Mae. Ao abrir a porta, me deparei com Maenna sentada na cama, com as mãos esfregando o seu rosto, enquanto Harry simplesmente continuava a jogar seus brinquedos longe. Vincent tentava fazer com que ele parasse, mas o menino parecia transtornado.
— Hey! O que tá rolando aqui, pequeno H? — disse alto e parecendo casual, como se não estivesse me importando com a bagunça e os gritos dele. Harry percebeu a minha presença e me encarou chorando.
— Eu quero o papai! — gritou.
Aproximei-me de onde ele estava e me ajoelhei na sua frente, para encará-lo de igual para igual.
— Você está triste... — Ele iniciou seus gritos novamente, mas levantei o dedo e o encarei seriamente. — Preciso fazer uma pergunta a você, então preciso que pare de gritar por um segundo, Harry. Pode fazer isso? — Ele continuou chorando, porém, não gritou. — Bom, obrigada. Você pode sentar comigo?
Os olhos dele estavam inchados e havia ranho por praticamente todo o seu rosto. Olhei para Maenna.
— Um pano molhado e lenços de papel, por favor. — Meu tom de voz sempre baixo. Mae levantou-se rapidamente e em silêncio, puxando seu pai pela mão e ambos saíram do quarto deixando apenas Harry e eu sozinhos. — Sente-se, Harry... — pedi novamente.
Desta vez ele me ouviu e sentou-se à minha frente, no chão. Seus soluços eram de cortar o coração.
— Muito bem, agora que estamos sozinhos, sem gritos, explique para mim, por que você está chorando tanto?
— N-não quero tomar banho... Quero o papai.
Mae abriu a porta e me entregou as coisas que pedi e se retirou sem que eu precisasse solicitar. Imediatamente comecei a limpar o resto dele com a toalhinha úmida e quente. Depois peguei alguns lenços para assoar o seu nariz entupido.
— Tia Mae queria que você fosse tomar banho? — questionei e ele assentiu em resposta. — E você não quer tomar por quê?
— Quero tomar banho com o papai — respondeu entre soluços. — Só ele sabe fazer as bolhas.
Ele queria Becks e estava dando a desculpa do banho para que o pai voltasse.
— E o que você acha de hoje a gente ter um banho diferente?
— Sem o papai? — Novamente seus olhos se encheram de lágrimas.
— Sim, sem o papai, mas conversando sobre ele comigo. O que você acha? Você pode me contar histórias legais sobre você e o papai enquanto eu faço muitas bolhas para você.
— Sabe fazer bolhas?
— Eu sou uma professora, Harry, sei fazer muitas coisas legais!
Aquilo pareceu animá-lo, então ele assentiu rapidamente.
— Eu vou para a escola, terei professoras lá também.
Você terá muito mais que isso, querido.
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UM AMOR DE BABÁ
Storie d'amoreBeckett precisa de uma babá para o seu filho e a pessoa mais qualificada para o trabalho é Lisbeth, a melhor amiga da sua irmã e a garota que ele teve apenas uma noite há doze anos, antes dele partir para a faculdade e cada um seguir com a sua vida...