Capítulo 22

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Havia uma certa tensão naquela mesa de café. Desconfortável, Shizune tentara ser o mais polida possível ao desculpar-se da do marido naquela manhã. A senhora daquela casa hesitava e evitava tanto os olhos de sua cunhada. Hinata estava melancólica, e isso estava completamente estampando em seus olhos e expressões, então Shizune entendia que de fato, os irmãos haviam brigado na noite anterior.

Ela suspirou, enquanto deixava o doce do chá que bebia inundar seu paladar.

— Você tem planos para hoje, cunhada? — indagou para a mulher de cabelos índigos.

Hinata ergueu o olhar para ela enquanto pressionara os lábios um pouco. As pontas de suas unhas tilintavam contra a porcelana enquanto ela se deixou pensar na noite anterior por frações de instantes. Lembrando-se do quão doce, Naruto fora, de como a acomodou em seus braços e fora capaz de sussurrar as palavras certa, de como ele disse com tamanha certeza: "Não precisamos dele, podemos fazer isso juntos. Com você ao meu lado sei que podemos!"

Hinata sorriu suavemente e disse:

— Vou andar um pouco no centro, vou visita algumas lojas e... talvez comprar um chapéu novo ou... ou um vestido.

Naruto, que até então estava calado, quase não conseguiu deter o pequeno repuxo de sorriso que se formou em seus lábios.

Estava confiante, e não, não eram nos negócios. Honestamente? Hinata era incrível e seus planos sem dúvidas faziam jus ao mais incrível negociante ou visionário. Não... ele estava confiante a cada dia que havia escolhido a mulher certa para depositar todo o seu amor, fraquezas, medos e sonhos.

— Bom, eu adoraria acompanhá-la, mas infelizmente hoje eu tenho uma agenda um pouco agitada, além de ver o médico, eu tenho uma reunião de senhoras para o baile de caridade, além de começar a organizar as festividades da padroeira.

— Tudo bem... eu... está tudo bem.

Shizune então virou seu olhar para o coronel.

— O senhor se importa de levar minha estimada cunhada nesse passeio? Poderia aproveitar e fazer algumas compras, Hinata tem um gosto excelente para ternos.

A Hyuuga corou. Estava tão obvio naquela casa sua relação com o jovem coronel a ponto de sua cunhada a jogá-la daquele modo? Bem, de certo ao menos Shizune parecia confortável com aquilo, bem diferente de seu irmão, Neji.

(...)

— Isso não é exagerado demais? — os olhos perolados encararam o próprio reflexo no espelho de corpo inteiro. Seu tom baixo, doce e inseguro fez com que um malicioso sorriso torcesse nos lábios do loiro que a observava sentado em uma das poltronas da sala da suíte.

Ele analisou o longo roupão de seda que Hinata que vestia, e esse, ainda que fosse longo e a cobrisse mais do que ele gostaria, ainda assim, o tecido maleável e sedoso agarrava-se às curvas dela, tal como Naruto se agarrava quando estavam sobre uma cama.

Sentiu seu interior em chamas, ao ponto que pulsou seu sexo, endurecendo ante a perspectiva daquela linda mulher que o encarava pelo reflexo.

— Seus olhos são exagerados... nenhuma joia poderia sequer comparar — ele sugou o ar denso, controlando o ardente desejo por ela. Fitou o contraste do belíssimo e pesado colar de safiras que contrastava deliciosamente com a pele leitosa que a jovem Lady possuía. — Safiras são um mimo.

Ela sorriu enquanto as bochechas assumiram o tom pêssego, amadurecendo em um rosado. Os lábios cheinhos curvaram-se, enquanto ela hesitava virando-se frente ao homem de olhos tão azuis quanto as joias que a presenteara mais cedo naquele dia.

A viúva do coronelOnde histórias criam vida. Descubra agora