🦋Capítulo 28🦋

68 10 18
                                    

Narrador

Dove foi para a escola um pouco desanimada, não havia dormido muito bem, esperou uma resposta de Sofia, mas não obteve.

Enquanto estava na aula de educação física algumas colegas começaram a fazer piadinhas sobre ela, a loira ignorou, mas Anne não.

Em questão de segundos a ruiva já estava trocando tapas com uma garota. O professor sem muita paciência mandou as três para a diretoria.

E assim elas passaram o restante do período escrevendo uma redação sobre como violência não resolve nada.

— Dove. — Anne sussurrou. — Já que estamos fora da aula, me conta, como vai as coisas com aquela pessoa?

A loira não sabia se devia dizer ou não. Mas poxa, Anne brigou para a defender, não era justo esconder isso.

— Eu e a Sofia meio que estamos ficando. — Falou baixo para que a outra colega não ouvisse.

— O QUE? — Anne arregalou os olhos incrédula.

— Será que podem falar mais baixo? Suas patetas. — A garota de longo cabelo cacheado bufou.

— Então, nós nos beijamos e eu fui na casa dela no fim de semana. — Dove prosseguiu ignorando a garota. — Foi incrível, mas aconteceu tanta coisa, na hora do intervalo eu conto tudo.

A ruiva ainda chocada, concordou e continuou a escrever a redação.

Na hora do intervalo elas sentaram em um banco afastadas de todos e Dove falou sobre o baile, sobre o passeio, sobre a visita, a amiga a escutava atentamente se segurando para não surtar.

(...)

— Então foi um encontro quente. — Ela cutucou a loira. — Não sabia que era tão safada. — Riu alto.

— Anne, não seja boba, e não esqueça da parte principal.

— Você subindo em cima dela?

— Hahaha engraçadinha, é a parte que assinamos um novo contrato que só vai dificultar ainda mais ter algo com ela, e eu não sei se um namoro escondido é uma boa ideia, se a Sofia iria querer. — Suspirou. — Sou apaixonada por aquela garota, mas as coisas não são tão simples.

— Caralho, para de drama, não é impossível, você ajuda sua família e assim que o contrato acabar vocês anunciam o namoro e seguem a vida. Não precisa ser uma tempestade, se o Sol tá brilhando pra você, não deixa escapar, Dove. — Abraçou a amiga. — Uns meses namorando escondido pode ser bom, tipo um filme, mas reage, pede ela em namoro logo, você gosta dela a anos e agora vai ficar assim por uma dificuldade?

— Anne você é incrível, sabia? Tem razão, vou agora mesmo atrás dela.

— Mas a aula não acabou, não me diga que, não.

— Sim, e você vai comigo, o plano é o seguinte, você diz que esqueceu o seu celular na sala, e aí você entra e pega. Joga nossas mochilas pela janela que dá na quadra e diz que vai ir ao banheiro.

— Isso vai dar merda, mas o que eu não faço para ajudar duas camponesas a viver um romance sáfico.

— Vai logo. — Dove riu.

(...)

Anne foi até o zelador e pediu para pegar o celular na sala, guardou os cadernos e jogou as mochilas pela janela. Em seguida disse que ia ir ao banheiro.

Quando o sinal tocou enquanto todos iam para suas salas, ela foi para a quadra.

— Viu, eu disse que ia ser fácil. — Dove riu vendo o nervosismo da amiga.

— Vai se danar, vamos logo!

Elas subiram nas grades do portão e pularam, rapidamente atravessaram a rua e deram de cara com...

— Sofia? — As garotas falaram juntas.

— Eu?

— O que faz aqui? — A loira perguntou.

— Primeiro, oi meninas. — Riu sem jeito. — Segundo, vocês fugiram da escola?

— Ela me obrigou, eu sou um ser inocente. — Anne fez drama.

— Iríamos ir te ver.

— Por quê? — A morena riu vendo a ruiva fazer uma atuação dramática.

— Sofia, eu gosto de você, não quero te perder, quer dizer, apesar de ser recente eu já sou completamente apaixonada por você a anos. Não quero ficar sem seu beijo, sem seu sorriso, e... — A loira foi até Sofia e a beijou, Anne deu alguns pulinhos comemorando. — Não era bem dessa forma que eu queria que fosse mas... você quer ser minha namorada?

Sofia sorriu e sentiu o rosto corar, suas aulas tinham terminado mais cedo hoje, e assim que saiu da escola foi até uma lojinha de semijóias, comprou duas pulseiras e estava determinada a pedir Dove em namoro, mas a loira se adiantou.

— Quero, e você tem razão, vamos dar um jeito, namorada. — A morena estendeu a mão e sentiu seu coração bater mais forte, ah o amor juvenil, que sempre acha que pode vencer tudo, será que vai durar?

Para elas não importava, afinal o que valia era o momento, sentir aquele doce alento, o êxtase da felicidade, a sensação de tudo mudar mesmo sem sair do lugar.

Enquanto Anne as olhava, Sofia tirou duas pulseiras do bolso, eram douradas e em cada uma havia uma borboleta que mudava de cor, horas azuis, horas laranjas.

Com delicadeza colocou no pulso de Dove e a abraçou.

— Não vamos poder usar anéis, então comprei as pulseiras, borboletas me lembram você. — Sua voz saiu quase um sussurro, o sussurro mais doce que a Cameron já ouviu. — Me lembra também aquela música "borboletas sempre voltam e o seu jardim sou eu". — Cantarolou rindo.

— Sofia, quero ser o seu jardim também, o jardim que você sempre vai querer voltar. — Disse abraçando a morena e sussurrando um "Obrigada".

Em meio a sorrisos bobos as duas esqueceram que Anne ainda estava ali.

— Isso foi tão gay, eu amei! – Soltou uma risadinha e abraçou as amigas. — Mas agora melhor a gente sair antes que nos vejam.

— Já sei onde vou as levar! — Sofia saiu correndo.

— Corrida não. — Dove riu.

— Eu sou meio sedentária, sabia? — A ruiva apressou os passos e logo começou a correr.

☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆☆

Espero que estejam gostando ❤️ 🦋

Até você voltar Onde histórias criam vida. Descubra agora