Aurora não sabia o que era estar aficionada por alguém até encontrar Christian, o homem engravatado de olhos verdes que quase a atropelara. Entretanto, o pequeno contato foi o suficiente para ambos se conectarem, mesmo que talvez nunca se vissem out...
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Cristina manteve sua expressão de surpresa. Não uma surpresa boa que você recebe quando está comemorando o seu aniversário e recebe o presente que tanto deseja. Foi uma surpresa totalmente inesperada, e ruim. Seus olhos arregalados, os lábios tremendo sem saber qual palavra deferir primeiro.
Sua filha estava mantendo um romance com o seu chefe, um adulto. Torceu o nariz e cerrou o pulso, totalmente irritada com a situação. As mãos de Christian seguravam firme a cintura de Aurora, ainda com o rosto colado ao dela, aos beijos. Seus pés saíram do chão, andando em passos largos na direção do casal. Subiu os pequenos quatro degraus para chegar na parte da piscina, jogando o tecido que separava o local para o lado com certa irritação.
— Aurora! – seu tom de voz alto, transparecendo repulsa, assustando sua filha no exato momento em que reconheceu a voz. — Vamos! – a chamou, fazendo um gesto com a mão, mexendo seu corpo para o lado, mostrando o caminho que ela deveria seguir.
— Mãe, eu posso explicar. – choramingou de imediato, ficando a frente de Christian. — Christian e eu estamos namorando...
— Eu não sei o que você pensa que está fazendo, mas é melhor parar agora antes que se arrependa. – Cristina a cortou, expirando forte para se controlar e não fazer uma besteira.
— Senhorita Aguilar, podemos conversar a sós por um momento? –diz Christian, tentando apaziguar o fato de terem sido pegos no flagra.
— Aurora, agora! E quanto a você, Christian, espero que se afaste de Aurora, ou nos veremos em um tribunal. – falou, descontente e em um tom ameaçador, andando até Aurora e a puxando pelo braço.
— Não, mãe! Pelo menos uma vez na vida não seja uma escrota. – gritou, sentindo a garganta arder, junto aos seus olhos que formavam lágrimas prestes a molhar toda a sua bochecha.
Aurora nada ouviu sair de sua boca, apenas sentiu o estalar dos dedos de sua mãe em sua bochecha, não tolerando ser insultada pela própria filha. Colocou a mão no rosto no exato momento em que sentiu a ardência em sua pele. A encarou desacreditada que ela tinha a estapeado no rosto. Uma lágrima desceu instantaneamente, e sua feição não era mais de desespero, e sim tamanho ódio por Cristina ter perdido a mão - literalmente.
— Eu odeio você! Eu.odeio.voce. - falou sem sentir remorso, recebendo outro tapa no rosto, deixando até Christian abismado.
O homem entrou na frente de Aurora, discordando totalmente do temperamento de Cristina. A garota não estava mentindo quando disse que sua mãe seria uma pedra em seu sapato e não aceitaria o relacionamento deles tão facilmente.
— Sai comigo agora, ou serei obrigada a estapeá-la para fora. - ameaçou Cristina, pouco se importando se a filha a odiaria ou não.
Christian se virou para a amada, se sentindo culpado por vê-la passar por aquele constrangimento e opressão. Queria alisar seu rosto branco e macio – agora irritado em um tom avermelhado devido ao atrito de uma palma da mão sem medir a força –, mas se conteve. Não queria piorar as coisas.
