Problematic

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𝓙𝓮𝓼𝓼 𝓡𝓾𝓽𝓱𝓮𝓻𝓯𝓸𝓻𝓭

Aquele velhote me contou tudo o que houve nos últimos meses, sobre a gravidez da Cassandra, sobre como Tom achava que o filho era dele

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Aquele velhote me contou tudo o que houve nos últimos meses, sobre a gravidez da Cassandra, sobre como Tom achava que o filho era dele... como o casamento aconteceria daqui dois dias, e como essa foi a forma que ele achou para me esquecer. O senhor me disse que ele estava se convencendo de que precisava seguir em frente se forçando a amar outra pessoa, e ele estava fazendo isso do pior jeito, se casando.

- eu preciso ir até ele. - eu dizia preocupada

- você não pode chegar lá e simplesmente dizer igual nos filmes "parem o casamento!" . A mãe louca dela vai te matar assim que você por os pés na igreja... precisa de um plano.

- tem razão... - eu pensava - eu tenho um plano.

- Jess...

- eu tenho, confie em mim.

Eu agora iria para a Alemanha, sem troca de roupas, porque eu não podia passar na minha própria casa, sem dinheiro... porque todo o dinheiro que eu tinha foi na passagem. A sorte de morar nos Estados Unidos é que sempre tem voo para tudo qualquer lugar à qualquer hora.

- uma passagem para Hamburgo... por favor.

- certo - a moça checava o computador - o voo sai daqui quatro horas.

Puta que pariu!

- certo. - eu engolia seco com medo das horas não serem suficientes

- débito ou crédito? - eu suspirava - débito.

- bagagem? - ela olhava minhas mãos vazias

- não.

{...}

As horas se passaram no avião, eu refazia todos os passos do meu plano, como faria para não ser vista na igreja e o que faria para conseguir desmascarar a Cass sem que eu apareça... eu veria o Tom, depois de meses o veria, e estaria sem trocas de roupa, que merda! Pensei em talvez furtar uma loja, mas se caso fosse pega, nunca chegaria ao casamento à tempo, e para o plano funcionar... tinha que ser durante o noivado.

- dá pro gasto. - eu cheirava minha própria blusa

{...}

o avião descia aos poucos, já estava de noite, eu via as luzes da grande cidade se aproximarem e ficarem cada vez maiores pela janela... o casamento era de dia, o senhor me informou o local, eu tinha algumas horas para descansar, a questão era: onde eu faria isso.

peguei todos os petiscos que o avião fornecia e guardei em uma bolsa, para jantar. Acabei por dormir no chão do banheiro do aeroporto.

{...}

- ei... ei! - eu ouvia uma voz distante e logo chutes fracos na barriga - você não pode dormir aqui! vá embora.

- puta merda! - eu despertava me sentando com os olhos ainda baixos de sono - que horas são?!

o segurança me olhava duvidoso, mas mesmo assim, olhava as horas no relógio.

- onze horas...

- caralho! obrigada por me acordar - eu dava um abraço no mesmo que ficava paralisado. Eu saía correndo... estava atrasada, o casamento começaria meio dia.

logo há frente do aeroporto era cheio de táxis, acenei para um... mas lembrei que não tinha nem se quer um real no bolso.

- para onde, moça? - o motorista parava do meu lado, perguntando pela janela

- igreja Heilige - eu dizia entrando no carro - quanto tempo até lá?

- meia hora, se não pegarmos transito.

Deus, me ajuda.

- certo. - ele começava a dirigir - vai o mais rápido que der.

eu estava contando os minutos no relógio, minhas mãos suavam e minha respiração começava a acelerar ao sentido em que o destino ficava próximo

{...}

havíamos atrasado dez minutos por conta do trânsito, mas eu estava lá antes da Cassandra entrar, esse era o mais importante.

- deu 10 euros. - ele falava . = 10 euros equivalem a 50 reais

- você... aceita outra forma de pagamento? - eu chegava perto do banco e falava baixo em seu ouvido, via um sorriso surgir do rosto do homem pelo retrovisor, aquilo era um sim.

- tira as calças. - eu dizia passando para o banco da frente, o mesmo obedecia, eu NUNCA na minha vida tinha visto uma rola tão horrenda, engolia seco.

- anda. - ele puxava minha cabeça para perto, eu assim fazia, deslizava a mão pela região, descia as mesmas... e apertava as bolas dele, como se estivesse quebrando dois ovos para um omelete. Assim que o vi gritar e se retorcer, abri as portas do carro e corri desesperadamente até os fundos da igreja, olhei para os lados vendo se alguém tinha me reconhecido, como a mãe dela ou a própria Cassandra. Tinham uns guardinhas na porta, provavelmente para evitar paparazi, mas estavam tão ocupados olhando para a bunda das convidadas que nem me viram entrar pelos fundos, a sorte estava do meu lado.

- certo, coragem. - eu andava pelos corredores externos da igreja até ver uma janela, chequei (dei uns pulinhos), era o banheiro... pulei uma vez, minhas mãos escorregavam, pulei outra, não alcancei. Suspirei... lembrei que se eu falhasse, Tom acharia que aquele filho era dele pelo resto da vida, se eu falhar, ele nunca vai saber que eu estou viva, porque a mãe da Cassandra vai me achar aqui e mandar me matar.

- Vamos Jess... - eu falava comigo mesma antes de tentar outra vez, e assim tive um flashback de uma memória

meses atrás, na França.

- Vamos, Jess! - Tom falava de cima de um muro alto

- você é um anão de jardim! - Bill caçoava, lá em cima também

Havíamos saído para ver o por do sol em uma das áreas mais altas de cidade, em cima desse muro, a visão era perfeita...Bom, de acordo com os turistas.

eu tentava pular de novo

- Eu não consigo, cacete! e quem é baixa é a Cassandra, não eu!

- eu duvido que no seu outro corpo você seja mais alta - Bill novamente zoava da minha cara, e ele tinha razão... tínhamos quase a mesma altura.

- Ei, vou te ensinar uma coisa... - Tom se abaixava para que eu pudesse ouvir melhor - quando você pular, não use só as mãos, pegue impulso e use os pés para ajudar a "escalar".

eu concordava

- tenta de novo... - o mesmo dizia, eu chegava para trás e vinha correndo, dava impulso com os pés e minhas mãos dessa vez alcançavam o enorme muro, eles me ajudavam a acabar de subir segurando minhas mãos, eu conseguia, mas recusava a me levantar até recuperar as forças que eu havia feito nos braços, fiquei de barriga para cima igual uma orca empacada, os dois riram.

Agora, na igreja... dez minutos antes do casamento

- era isso! - eu dizia animada - te amo Tom!

eu dava uns passos para trás, não havia muito espaço, o corredor era estreito... dessa vez, eles não estariam ali para puxar minha mão para cima, eu teria que usar toda minha força.

- você consegue. - eu começava a correr e dava impulso com os pés na parede

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