1 - Prólogo

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Entre as árvores no pulmão do mundo, navegando pelo grande rio Amazonas, no norte do Brasil, uma arara azul se encontrava voando tranquilamente sobre um grande castelo feito de pedras muito bem esculpidas, ali era o lugar onde pessoas que não são usuárias de magia, jamais poderiam ver ou entrar, terras que eram mágicas protegidas pelas "habitantes do mato", as mais renomadas Caiporas.

Passando pelas grandes grades do porão banhadas a ouro com pedras de esmeralda enfeitando a entrada, o caminho feito de uma passarela com tijolos de citrino, a arara azul segue vendo de crianças à adolescentes vestidos em vestes variando as cores: verde, azul e amarelo com o símbolo do renomado Castelobruxo no peito do lado esquerdo, a escola de magia e bruxaria brasileira.

Entrando mais dentro daqueles corredores mágicos, poderiam ser vistos animais de toda a fauna brasileira com seus respectivos donos, dentre eles, eram predominantes, Mico-leão-dourado, Ariranha e Araras de cores verdes e vermelhas.

Em um ponto do castelo podiam ser vistas as estufas especiais para o aprendizado de Herbologia Avançada, grandes e fartos da flora brasileira preenchidos com as mais belas cores, fora o espaço ao ar livre preenchido com grandes árvores saudáveis e muito bem cuidadas.

Foi quando a arara azul cortou pelo céu brasileiro sobre o Castelobruxo, acompanhando, correndo na passarela de tijolos de cerâmica, uma garota de origem indígena, sua pele refletindo as suas raízes indígenas, sendo levemente bronzeada ao tom canela, cabelos acastanhados escuros grandes e lisos, seu comprimento quase batendo na cintura se não fosse pelo coque no topo da cabeça, prendendo boa parte do cabelo enquanto o resto ficava solto, seu cabelo compunha mechas tingidas com azul cobalto. Seus olhos eram levemente puxados, suas írises acompanhava a cor de seu cabelo, seu corpo era magro e sua altura na média, estando no auge de seus treze anos.

- Ei, Lara, aonde vai?! - Uma voz conhecida gritou ao fundo atraindo a atenção da garota indígena que se virou correndo de costas.

- Opa, Marquinhos! Tô indo fazer a prova agora! -Ela gritou de volta ganhando um aceno com um sorriso do menino rechonchudo que voltou ao que estava fazendo na estufa, lhe dando liberdade para voltar a correr de frente.

- Porra, a Robin vai me matar por estar atrasada... - Lara murmura para si mesma enquanto corre passando pelos corredores da grande escola de magia e bruxaria do Brasil, esbarrando em alguns alunos com alguns pedidos de desculpa e licença.

- ALGUÉM SOLTOU UM SACI AQUI!

- Quem foi o corno?!

- PEGA A PENEIRA! - Gritaram do outro lado do pátio onde os bruxos brasileiros cuidavam das criaturas místicas.

Lara não deu muita atenção, apenas correu subindo as escadas, então, ela parou em frente a uma porta feita com carvalho escuro e pouco gasto, enxugou o suor da testa, arrumou suas vestes verde musgo e adentrou a sala com os ombros encolhidos e os olhos baixos para tentar não chamar a atenção.

- Lara Eduarda Araña da Silva. - Uma voz rouca chamou fazendo o quarteto que estava sentado em suas devidas carteiras olharam para a garota que encolheu ainda mais os ombros.

- Desculpa, desculpa, eu sei que eu atrasei! Mas, antes tarde do que nunca né, dona Lurdes?! - Lara diz batendo uma palma com um sorriso em graça no rosto.

Porém, dona Lurdes, uma mulher de estatura baixa e extremamente magra, cabelos loiros, curtos e desgrenhados, amarrados em um rabo de cavalo, diretora do Castelobruxo, estreitou seus olhos de írises avelãs na direção da indígena e indicou com a cabeça ao lugar em que Lara deveria se sentar, o que a dita cuja fez com pressa.

- Por que demorou tanto?! - A garota da carteira ao lado a cutucou com uma expressão que diria "essa está pê da vida" e sua voz demonstrou isso.

- Foi mal, Robin, o despertador não tocou.

Além do Horizonte: Araras a Bordo | Hermione GrangerOnde histórias criam vida. Descubra agora