22º Capítulo {Livro Quatro}

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— Eu pedi tanto, mais tanto e tanto! — afirmo aos brados, cedendo ao choro. — Passei semanas orando por ele. Clamando por sua volta.

— Eu sei — assegura-me Dente, mantendo-me firme entre seus braços.

Local acolhedor para dentro do qual me lancei assim que assimilei as palavras que o rapaz pronunciou.

Cartier... se foi para sempre e eu não quero acreditar que isso é real. Não pode ser real. Eu nunca desejei tanto estar em um pesadelo como almejo neste instante.

Preciso acordar.

— Eu quero vê-lo — declaro chorosa, afastando-me do guarda para poder contemplar o entorno. — Quero ver o rosto do meu amado oficial. Eu tenho de vê-lo. Nem que seja pela última vez.

Ainda que isso me parta em duas.

— Não será possível — começa o rapaz.

— NÃO ME IMPORTA SE ESTÁ MACHUCADO OU MUTILADO! EU TENHO DE VÊ-LO.

— Não se exalte, Panny — Dente recomenda amável, amparando-me pelos ombros. — Não digo isso para poupá-la de uma dor maior, mas sim, porque não temos o corpo do oficial. Ele não pôde ser trazido desde a Bretanha. Vosso irmão e o príncipe de Versalhes tiveram de sair de lá às pressas.

— O quê?... Bretanha?... Mas estavam na Normandia!

— Não saberia explicar... Foi só o que me disseram: eles estavam na Bretanha quando sofreram um ataque e Cartier foi morto ao tentar defender o príncipe.

— Oh, Deus... — choramingo, sentindo-me ser puxada de encontro ao guarda.

Dessa forma, vejo-me com a cabeça apoiada em seu ombro enquanto minhas entranhas se entrelaçam com um doloroso nó.

Nem sequer posso me despedir adequadamente... Ele não merecia um destino tão cruel. Ser deixado onde caiu, como um mero resto de batalha.

Oh! Eu sabia que essa viagem era uma péssima ideia.

— Cartier... — sussurro, perdendo as forças.

Logo depois, entrego-me a um choro copioso, permeado por soluços incontroláveis, e sinto ser carregada para dentro do castelo.


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À Espera da Coroa - LIVRO 4 - CIR.Onde histórias criam vida. Descubra agora